La di die [larry stylinson]

VI

Aquela manhã foi diferente, sabia que meu dia não seria como os outros, talvez fosse um dia feliz... Ou poderia ser um desastre total.

Acordei com Gemma fazendo cócegas em mim, isso havia virado uma espécie de "tradição" nossa, costumava abordá-la assim quando era menor e, desde então, ela faz o mesmo comigo.

— Bom dia, maninho! Obrigada por ter deixado eu dormir com você ontem, me senti mais segura - meus olhos se enchem de lágrimas ao escutar minha irmã, ela é a razão de eu estar aguentando esse tempo todo.

— Bom dia, meu amor! Não precisa me agradecer, tá bom? Você sempre me deixa seguro, eu te amo mais que tudo, nunca se esqueça disso.

Conversamos por mais alguns minutos até nossa mãe nos chamar para ir tomar café da manhã e nós descermos. Sinto um calafrio percorrer meu corpo assim que vejo meu pai sentado ali, ele nunca fazia refeições com a gente, eu sabia que não era algo bom.

Ao me aproximar, ele desvia seu olhar para Gemma, esquecendo completamente de mim. Não o culpo, eu também esqueceria de mim se tivesse essa oportunidade.

Me sento em uma das cadeiras e percebo Des me olhar com desgosto, nada novo.

— Preciso que você não durma em casa hoje - meu pai fala e eu o olho confuso

— Como assim?

— Não quero que meus amigos saibam que eu tenho contato com um sem futuro.

— Às vezes eu queria que você pudesse sentir as coisas que fala - me levanto e saio de casa.

***

Acendo um cigarro enquanto caminhava até a faculdade, mas logo me lembro de tudo que aconteceu ontem no lago e minha respiração parece falhar. Os meninos devem ter espalhado aquele vídeo para todos daquela instituição, algumas lágrimas escorrem pelo meu rosto, eu só preciso de ajuda.

Me surpreendo ao entrar na sala de aula.

— Styles, na diretoria. - um dos professores diz assim que coloco meus pés para dentro da sala de aula.

Não tenho muito como protestar, apenas ando até a diretoria como foi pedido. Penso o que eu poderia ter feito para estar sendo chamado, pode ser por conta das minhas notas ou por qualquer outro motivo idiota, eram todos contra mim e eu gostaria de estar exagerando quando falo isso.

— Bom dia, senhor John. - comentei enquanto me sentava na cadeira em frente ao homem.

— Bom dia, Styles. Sabe por que está aqui? - faço que não com a cabeça — Seu pai ligou e nos disse que você faltou à aula ontem para sair com alguns colegas da faculdade.

— Eu não saí com eles. Fui levado à força até o lago, onde eles me jogaram na água e depois derramaram farinha em mim. Se me permite perguntar, por que eles não estão aqui?

— Porque eles são bons alunos, o que me preocupa é estarem andando com você.

— Você vai realmente ignorar tudo o que eu disse?

— Está mentindo, Styles, seu pai avisou que você falaria isso. Está dispensado pelo resto do dia, não se atreva a pisar nessa instituição. E pare de tentar chamar atenção, pessoas estão passando por situações sérias, não pague de triste e depressivo para depois matar aula com seus amigos.

Minhas mãos tremiam, meus olhos estavam cheios de lágrimas e eu tinha certeza que estavam derrubando uma rocha em minhas costas. Aquela falta de ar voltou e eu desejava morrer naquele momento, mas a única coisa que eu pude fazer foi concordar com a cabeça e ir embora.

Isso me sufocava... A sensação de gritar por socorro e ninguém escutar. Eu não escondia mais, falava o que estava acontecendo comigo e tudo que eu estava sofrendo, ninguém estava me escutando e uma parte de mim desejava que eu nunca tivesse falado nada.

Eu estava chorando mais uma vez.

Encho minha garrafa d'água e começo a caminhar sem rumo assim que saio da faculdade. Não estava com meu celular para escutar música, isso significa que meus pensamentos estão muito barulhentos e isso me assusta. Ficar sozinho comigo mesmo era o pior castigo.

Por sorte, uma ideia veio em minha mente. Sabia que seria difícil esperar nove meses para acabar com tudo, então decidi fazer uma lista.

***
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