-O que sua mãe vai dizer Charles?- a matriarca reclamava com o noivo da filha- como...co...você Anabela? Meu coração foi estilhaçado pela minha filha querida.
Acalmar a madre era algo que ninguém tentava, seria um missão impossível.
-Me perdoe ma.....-Anabela tentou se desculpar mas a mão da matriarca fez com que ela se calasse.
-Resolvemos isto amanhã- a velha mulher se levantou caminhando rapidamente até seu quarto- seu pai estaria inibido.
Todas continuavam comendo o jantar fazendo de conta que o que acabara de acontecer tinha sido simplesmente nada.
-O que ao de falar de nós na rua?- Anabela chorava compulsivamente enquanto Charles a tentava reconfortar- o que será da nossa vida meu amor!
Amelia ignorou, desde a morte do pai das garotas que a mãe das meninas tinha-lhe exigido que ela se mantivesse calada em relação à sua opinião.
-Se vocês se casarem o mais rápido possível ninguém irá estranhar.- Janete opinou.
Em passos silenciosos a protagonista se levantou e se retirou para seu quarto.
-Não gosto de ver Ana assim!- Mary correu atrás da mais velha ao mesmo tempo que limpava as gotinhas de lágrimas em seu rosto- é triste quando se está desesperado ou com medo, eu não gosto de estar com medo.
A Lencastre não deu muita importância para a mais nova, a exaustão a consumia.
-Você tem medo?- a menina de cabelos loiros questionou a irmã- acho que todos têm medo.
-Todos temos medo !
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-Hora de acordar!- a governanta gritou dentro do quarto das irmãs Lencastre- vossa mãe não parece feliz.
Ninguém gostava de ser acordada de tal forma mas Amelia e suas irmãs já estavam habituadas. Com certa rapidez as meninas se vestiram, a madre não permitia qualquer atraso.
-Bom dia madre!- disseram em coro mal chegaram à mesa.
-Porque tanta rapidez mamãe?- Mary perguntou sonolenta.
-Já arranjamos um álibi para este.....para este assunto da Anabela.
A solução dada foi a mesma que Janete havia sugerido na noite anterior há família.
-Mudando de assunto- Mary quase adormecera com a conversa chata que decorria- os Chalamet vão celebrar hoje à noite com um baile muito importante, todas as famílias importantes lá estarão presentes.
Concluindo, as Lencastre lá estariam. A mãe das meninas estava extremamente empolgada ao contrário das garotas que demonstram a sua infelicidade.
-Madre!- Elisa chamou a atenção da matriarca- com este assunto da gravidez da Anabela, ninguém parece animada para festejar.
-Deixe de ser tonta Elisabeth, nós iremos- a mulher caminhava irritada para outro cómodo da casa- esta noite será brilhante.
O dia tinha decorrido de acordo com a normalidade, hoje havia sido mais difícil sair da habitação ( recordando que a mãe a castigou por causa do seu roubo ) no dia anterior foi fácil já que o ambiente estava tenso e ninguém se queria opor às emoções da jovem mas hoje a matriarca estava decidida a não a deixar sair.
-Por favor madre, eu só quero comprar um livro!- o desgosto no rosto da mulher não foi disfarçado- Você sabe que eu amo ler.
-Você está de castigo!- a mais velha não desviava os olhos das "fofocas" expostas no jornal diário- sem falar que uma mulher que lê é algo pouco atrativo.
-Se você permitir a minha saída para comprar um livro eu me comportarei no baile de logo à noite!- a jovem tentou negociar e a cara da mãe tinha refletido a resposta.
-Não demore!- a menina dos cabelos castanhos correu eufórica para a entrada pra calçar suas botas.
-Obrigada madre.
Antes de sair ela prometeu se segurar para não fazer nenhuma doideira, ela só iria sair para comprar um livro.
-Boa tarde Sr.Joaquim.- o sorriso da menina se tornou mais brilhante ao avistar o homem limpar umas estantes- estou encantada com o livro ali na montra.
-Bom dia Senhorita Lencastre- ela passava a mão pela capa robusta do livro- esse livro chegou hoje, foi traduzido no ano passado mas só o consegui este ano.
A dama do cachorrinho, o título foi a primeira coisa que lhe havia chamado a atenção, um título tão ousado e ao mesmo tempo estratégico, só pelo título a jovem desejava aquela obra na sua bolsa.
O tilintar do sino em cima da porta chamou a atenção da menina que logo desviou o olhar.
-Boa tarde- a voz de Timothee fez a protagonista revirar os olhos- que libraria estupenda.
-Boa tarde Mr.Chalamet.- Sr.Joaquim cumprimentou o jovem.
Com o livro na mão pronta para o pagar Timothee decidiu ir perturbar-la.
-A senhorita lê?- ele perguntou por cima do ombro da Lencastre que logo virou a cabeça para ver o garoto.
-Sim!- respondeu seca- aqui está.
Depois de pagar a jovem tentada em correr de Timothee o fez, ela sabia que ele a seguia mas não seria por isso que pararia.
-Miss Lencastre!- ele a chamava em voz alta e por educação ela parou- queria me desculpar pela minha atitude na noite em que nos conhecemos.
-Desculpado!- não se importou em usar a sua linguagem mais rude.
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i нσρє yσυ кทσω
Fiksi Penggemar"𝘃𝗼𝗰𝗲̂ 𝗲́ 𝗶𝗴𝘂𝗮𝗹 𝗮𝗼𝘀 𝗼𝘂𝘁𝗿𝗼𝘀" Amelia Lencastre sempre foi uma jovem inconformada com a sua realidade, tudo à sua volta não lhe parecia fazer sentido. A desigualdade racial e social era algo que lhe intrigava e infelizmente esta jove...