Capítulo 19 - Árvores armadas ao céu em guerra

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-Então... o que queriam conversar comigo?

Persin e Hágata sentaram no sofá, e Cestiali em um banquinho. Preparados para um diálogo.

-Cestiali, então... – Hágata estava tentando articular bem as palavras. Suada e preocupada, não sabia como dizer aquilo.

-Aconteceu algo? – Seu chifre escurecia graças ao medo e tensão.

-Olha... – Hágata suspira. – Meu irm... o Banne, quer que você vá trabalhar como uma júnior na polícia.

-Sei que pode ser meio difícil no começo, mas...

-DEIXA EU TERMINAR DE FALAR! – Gritou Hágata.

-Ah...

-Desculpa...

-Então... vou ter que me separar de vocês? – Perguntou com o coração palpitando.

-N-NÃO QUERIDA! A única condição que queríamos é que nós continuássemos com você... – A mesma coça a cabeça. – A gente vai ter que encontrar aquela pessoa que cuidava de ti antes pra podermos ter sua guarda.

-Minha guarda? – Indagou.

-Sem ela, a pessoa que cuidava de você, pode até denunciar a gente. – Respondeu Persin. – Por estarmos com você sem permissão.

-Hm... – Cestiali vira o rosto. – Mas eu não quero voltar para a Cynthia. Eu tô feliz aqui!

-Querida, a gente sabe, mas poderia só nos dizer onde ela está? Talvez resolva!

-Eu não lembro. – Disse frustrada. – Ela me buscava na escola e me deixava em casa quase que o dia todo, e eu não lembro como voltar.

-Ai, aquela desgraçada deve ser uma vagabunda. – Resmungou Hágata. – Cachorra.

-Não xinga assim na frente dela. – Falou Persin. – Bem, mas o seu trabalho de policial é apenas como uma mascote.

-Mascote?

-É, eles querem tirar a má reputação deles, com uma imagem "fofa" como a sua.

-Oh. Mas onde eu vou ficar?

-Por enquanto aqui. – Hágata se recompunha. – Mas talvez eles chamem você só pra prestar um serviço rápido na Capital, tirar uma foto talvez, no máximo.

-Bem, então não mudou muito. – Cestiali sorriu. – Que bom! Será que ganharei mais dinheiro pra ajudar as pessoas?

-Ajudar?

-É! Eu quero começar a doar! – Respondeu. – Se for pra eu ajudar as pessoas como vocês, quero começar assim! Eu e a Klen estávamos conversando em vender sanduíchinho natural pra arrecadar dinheiro.

-Ai, querida! Isso é tão lindo? Né amo...

-... – Persin juntava suas mãos todo corado, dando risadinhas e lacrimejando. – Q-que orgulho...

Estava de noite. Persin já tinha dado (de novo) dinheiro da graxa de sapato que ele guardava pra ajudar a comprar revestimento para o moinho. Klen estava dormindo e Money também, mas dessa vez colocaram um colchão para ela dormir.

(...)

-Boa noite, querida. – Hágata dá um beijo na testa de Cestiali que estava indo dormir, e alisa seu cabelo, dando um sorriso. – Sabe que cê é tudo pra mim, né?

-Sim... – Cestiali dá um sorriso torto.

-O que foi?

-A Money falou pra mim que vocês são quase meus pais. – Corou um pouco, nunca conseguiu conversar direito sobre o que sentia a respeito. – Você... acha que é verdade?

Neve Quente (Volume 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora