Svart e Bialy estavam em total funcionamento, e claro, mesmo que aparentassem a redenção, a confiança não veio de imediato.
Persin e Dan foram na frente com eles, a pedido da própria Cestiali, que queria antes de sair, perguntar umas coisas para Áurea.
Áurea fingia dormir, até que Cestiali se deitou do seu lado na rede, Klen estava dentro do cabelo da mocinha, tentando se aquecer um pouco, pois estava deveras frio.
-Ih, veio querer me interrogar, é? – Brincou a loira. – Hehe.
-É que...
-Sei o que vai dizer, "por que quer falar com a Hágata?"
-Leu minha mente. – As duas dão risadas baixas, para não acordar a terceira ali. Áurea e Cestiali tinham uma ligação muito forte, era quase impossível uma se chatear com a outra.
-Ela é uma pessoa ótima, uma boa amiga... mas se ela quer cuidar de você como tá aparentando, ela é muito ruim.
-M-mas...
-Escuta, eu não tô falando que ela é uma pessoa ruim, mas a abestalhada é muito desleixada quanto a querer cuidar de você, e isso vai começar a refletir na vila. – Seu tom de voz e feição eram muito mais sérios que o comum, Cestiali nunca a havia visto tão preocupada e neutra na expressão. – Ela quase se matou por causa de orgulho, é por isso que ela e aquele azuado do irmão dela não se dão bem.
-Você, acha que...
-Hágata, sei que cê tá acordada. – Áurea vira os olhos e fita a moça na pilha de feno.
-... – Hágata realmente estava, e se vira devagar. – Eu... sinto muito...
-Cesti, vai lá. – A loira se ajeita na cadeira, e cruza os braços. Parecia que ela era a única pessoa que intimidava Hágata naquela vila.
-E-EU NÃO POSSO! – Serrou os punhos e fixou os pés no chão.
-Hm?
-Ces...?
-Eu, sempre fico de lado em conversas que me envolvem! Eu não quero mais isso. – A menina também cruza os braços, mas sem o teor de intimidação, pois também abaixa a cabeça e fica chateada. Seu chifre fica azul, e ela vira a cabeça. – Não sou uma criança... eu quero entender o que tá acontecendo também...
-... – Hágata não sabia aonde cair morta de vergonha. Cestiali foi de se culpar por tudo, para não conseguir entender nada, a ponto de nem conseguir ter senso crítico das coisas. Tudo isso, pois sempre a afastavam de tudo.
-Ei. – Áurea segura o ombro da menor. – É por eu te achar a mais madura, que eu quero que cê vá, e cuide deles por mim! – Piscou. – Vai, escolta aqueles dois robôs e usa esse cérebro de mil de Q.I pra partir a mil se algo de ruim acontecer, visse?
-... – Cestiali solta o abraço, e ainda chateada, dá meia volta, seu chifre azulado continuava, e seus olhos estavam brilhando. – Eu sei que cê só tá falando isso, pra eu ir embora. – E assim a menina o fez.
-Ces... – Áurea também ficou chateada, e olha ferozmente para Hágata.
(...)
Os outros ficaram esperando Cestiali. Persin e Dan notaram o que aconteceu, Klen ficou em seu cabelinho alisando a menina.
-Não gosto do seu chifre azul. Ele camufla o cabelo. – Klen ficou fazendo mais carinho, e deu uma apalpadinha em um dos cachinhos.
-Eu sei, mas...
-Cesti, tá bem? – Dan põe a mão no ombro da amiga. A mocinha balança a cabeça negativamente, mas não se entrega a esse sentimento.
-Eu vou melhorar...
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Neve Quente (Volume 1)
FantasyQual seu propósito de viver? Ter dinheiro? Ter amigos? Fazer o bem ao próximo? Talvez tudo isso, certo? Mas e se você nascesse com seus objetivos pré-determinados? Se tudo que você fosse fazer, já tivesse sido programado, e não só isso, suas obrigaç...