Capítulo 8 - Crianças

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-Armaria só o que me faltava, tá chovendo pessoa agora. – Curiosamente, o murro que Klen deu no homem misterioso, foi direcionado para a cafeteria.

As meninas chegaram lá com as encomendas, e aproveitaram para prender o rapaz.

-Eu jurava que tinha mirado no rio. – Diz Klen.

-Estranho é ele ter sobrevivido a queda. – Hágata entregava a encomenda para Áurea, que nem pôde esboçar felicidade, pois estava preocupadíssima.

-Oxi meninas, quase que cês me matam do coração. – A moça pegava sem dificuldade os pacotes, todos de uma vez. – Espero que num tenham se machucado.

O bandido foi amarrado e deixado na parede do estabelecimento, dez minutos depois, Persin chega.

-Meninas! Estão bem?! – Persin corre até as três e deixa até seu taco cair no chão. Hágata meio que por impulso o abraça, e Cestiali vai junto. – Eu ouvi o que aconteceu, o que...

-Persin... – Diz Hágata, num tom bem sério. – Eu tenho que falar com você, a sós, ouviram meninas?

-Ah s-sim. – Cestiali ia se afastar com Klen, ainda em sua cabeça. Porém, antes que pudessem, um vento forte começa a vir de longe. –Hm?

Não tão longe, mais ou menos em uma das decidas das montanhas, pousava um helicóptero com a logomarca da polícia da cidade local mais próxima.

-Quem chamou esse povo, hein? A gente falou que ia levar o tratante pra lá. – Com os dentes rangendo de raiva, Hágata já temia o pior. – Será que...

-Que foi? – Cestiali era inocente demais para entender o quão perigoso era aquilo.

Hágata começa a caminhar até lá, carregando o bandido pelas pernas usando suas fitas.

-Persin... por que ela tá assim?

-Então... – O rapaz põe a mão nos ombros, sabia que algo ruim estaria por vir. – O irmão da Hágata, trabalha na polícia, e o relacionamento deles é péssimo. – Junto com Cestiali, Persin começa a seguir sua noiva, mediante a aproximação que tinham, seu tom de voz diminuía.

-Mas por que?

-Ela diz que ele abandonou a família pra trabalhar, e ele diz que ela não tem consideração pela carreira que ele quis tomar. Em resumo, os dois tem uma birrinha. – Persin fazia cara feia, sabia que aquilo poderia muito bem ser resolvido no diálogo, mas o orgulho de ambos os irmãos não deixaria.

Enfim chegaram perto do local e encontraram os policiais. Eram seis no total. Dois deles usavam armas pesadas e se responsabilizaram de dar cobertura a outros dois, que estavam recolhendo o apreendido. E logo atrás...

-Senhor Banne, posso por isso no relatório?

-Hunf... relaxa, vamos meter ele no xadrez primeiro. – Lá estava o irmão de Hágata, e seu assistente chamado Olly.

Banne era um cara bem alto, tanto quanto Persin. Seu cabelo era branco e como sua irmã, também usava uma máscara, mas a diferença é que, ao invés de olhos fechados e uma feição mais séria, ele permanentemente sorria com os olhos muito arregalados. Além de um terno bem estiloso.

-Tem mais uma coisa que eu vim fazer aqui... – Hágata já vinha atrás emburradíssima, pronta para brigar. – Ah, oi, irmã.

-Como você tem a cara de pau de aparecer aqui, hein?

-Cara de pau? Perguntou a pessoa que pediu ajuda para o noivado, né?

Neve Quente (Volume 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora