Capítulo 9 - Admiração Frustrante

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A porta da casa se abre, finalmente, a mocinha aparece em casa. Estava aborrecidíssima, e bufando muito, bem mais que o normal. Quando chegou em casa, só conseguiu se jogar no sofá e ficar lá deitada.

-"Por que ela foi tão estranha comigo?" – Pensava sem entender nada.

-Ah, cê chegou. – Persin aparece, tirando um avental e jogando em cima de um banco.

-É...

-Chegou mais cedo do que eu esperava, aconteceu algo? – Perguntou preocupado.

-Ai, chegou um guri chato lá nas piscinas, e ficou me depreciando só por eu ser mais nova! – Disse batendo os braços e as pernas, bem birrenta.

-Ah, o Dan é assim mesmo, ele tá com a gente faz o que, um ano? Acho que sim. Ele é rabugento com todo mundo ali. – Persin se senta no apoio do sofá, já que o mesmo estava ocupado pela menina.

-Hunf, não gostei delae..

-Com o tempo você acostuma. Foi assim comigo e a Hágata.

-Falando nela. – Cestiali muda sua atitude, e se senta. – Ela parecia preocupada hoje. Com muita coisa.

-É, o irmão dela meio que...

-Não, é sobre outra coisa. – Respondeu se virando para o rapaz. – Quando a gente capturou aquele moço, ela ficou muito pensativa, parecia preocupada.

-... – Persin fez um sinal, pedindo para a menina dar espaço, e se sentou ao lado dela. – Você controla as coisas com o poder da mente, né? – Em seguida, o rapaz aponta para um lápis e uma pilha de papeis que estavam em uma estante. – Pega eles pra mim?

-S-sim! – E assim o fez.

-Então. – O rapaz desenha um círculo na folha, que estava apoiada em cima de uma mesinha que ficava na frente do sofá. – Isso aqui, é nossa vila, certo?

-Nossa vila tem nome? – Perguntou a menina, praticamente mudando de assunto.

-Se chama Neve Quente, não sabia?

-Você nunca disse.

-Ah, enfim. – Em seguida, ele desenha vários pontos em volta do círculo grande. – Em volta da nossa vila, existem vários outros pequenos vilarejos, que em teoria, começaram a viver em paz com a gente.

-O que isso quer dizer?

-No passado, eles queriam tomar nossa vila, sabe, matéria-prima, boa localização, clima fresco, água, essas coisas. Só que nunca conseguiram, aí "desistiram".

-O moço que nos atacou, é dessas vilas? – Perguntou assustada.

-É o que parece... – Persin se encosta no sofá e suspira forte. – Pior que depois de terem parado com os ataques, nosso grupo definhou, somos só nós três, a Dandara, o chefe e o Bucky. Eu nem cheguei a acompanhar essa época.

-M-mas a gente é forte! – Cestiali ergue seu braço. – Conseguimos enfrentar eles!

-He, seu otimismo inocente, saudade de ter isso. – O rapaz então se levanta. – Hágata foi dormir um pouco, melhor não mexermos muito com ela.

-Hm, e se fizermos algo?

-Tipo? – Perguntou enquanto guardava o material.

-Procurar meus pais aqui por perto! – A mocinha ainda não havia esquecido o principal motivo de ainda ter vindo, e isso até assustou Persin apesar dele não esboçar.

-Eu não sei se... bem, ok. – Ele então pega seu taco e brinca de girá-lo. – Mas não vamos tão longe. Já tá ficando tarde.

-Sim, senhor!

Neve Quente (Volume 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora