Neve Quente (Volume 1)

Capítulo 18 - Cata-vento Gigante, Cestiali, avante!

Era outro dia em Neve Quente. E mais uma irritação e intrigas para nossos heróis

-Pra que vocês pegaram dinheiro com ela?

-N-nós apenas...

-APENAS UMA OVA, FALA DIREITO!

Era para ser um interrogatório sigiloso, engano. O casal que segundo a própria Hágata vivia se "chifrando" acabou sofrendo quase uma escolta da mesma. Na realidade, ambos os receberam super bem, os levaram para o sofá da casa, e até fizeram lanchinhos, isso até a noiva de Persin lembrar dos perrenhes que foram causados. O rapaz por sua vez estava bem quieto e até envergonhado.

-D-desculpa. – Disse o rapaz para a esposa do interrogado. – Ela anda meio alterada.

-ALTERADA SEU...

-E-entendo... – A senhora Shautal estava tomando um café, que seu marido havia servido para todos ali. – Aliás, cadê a menina que anda com vocês?

-Cestiali, pode entrar!

-Oi! – Cestiali vinha com Money amarrada ainda, segurando-a em sua mão a corda que a prendia.

-C-como ela chegou aqui?

-A gente não queria que vocês contassem tudo antes dela aparecer com a Money, mas como vocês já estão meio impactados, acho que ela pode vir. – Persin falou com uma naturalidade absurda.

-Agora que a pirainha mirim tá aqui, digam logo o que foram fazer com ela.

-VOCÊ ME RESPEITE, BALEIA CACHALOTE!

-VAGABUN...

-Ei, parem com isso! – Cestiali tomou uma iniciativa. – Se a gente ficar gritando a gente vai se desgastar demais.

-Pois é. – Concordou Persin. – Cestiali se senta aqui. – O rapaz se levanta, Cestiali vai até o sofá e Money se senta ao lado.

-"Gente, ela com atitude..." – Pensou Hágata. Pelo visto ver Hágata nervosa a lembrava das brigas que foram causadas, e a menina queria evitar isso ao máximo.

Klen veio junto, mas estava com sono e dormiu na cabeça da menina. Passou a noite inteira vigiando Money, mesmo tentando dormir.

-Senhor Wallace, senhora Shautal, por que pegaram dinheiro emprestado com a Money?

-Para nada...

-Hm? – Todos, além da esposa do interrogado, fizeram a mesma indagação.

-É, apenas queríamos dinheiro. Como a gente não depende muito dele, pensamos em algum momento da nossa vida que precisássemos de alguma renda caso algum imprevisto acontecesse. – Wallace não teve muita reação além de coçar a cabeça.

-Só pra isso? E quanto vocês pegaram?

-Acho que uns 500 Kaskalhies... – Kaskalhies é o nome da moeda local, a cada 1 Kaskalhie, se tinha um dólar e um quarto, uma moeda não tão desvalorizada.

-Só isso?

-Ai, com os juros eu ia ficar com uns 30.000. – Money se lamenta e bufa de raiva.

-Você nos disse que não seria nem o dobro!

-Eu falei que não seria nem o dobro, mas nada me impedia de fazer "mais que" o dobro. – Sorriu debochada. – Vocês são tontos.

-Tonta é sua...! – Hágata tenta se concentrar e fica mais calma. – Enfim, vocês não gastaram nada ainda, né?

-Sim. – Respondeu a esposa de Wallace.

-Ótimo. – Persin estende a mão. – Vai tudo pro banco da vila.