Capítulo 5 - Flores e Magma

93 7 35
                                    

-Ei, acorda, ei, Cestiali.

-H-h-hum, hum?! – Cestiali acorda com Persin ao seu lado cutucando seu rosto com o indicador. – Q-que horas são?

-Seis da matina.

-M-mas tá muito cedo... – A menina começa a coçar seu olho, abre uma enorme bocarra tentando bocejar, e finalmente se senta na cama.

-Por isso mesmo, achou que ia morar com a gente fazendo nada?

-Hum, ok. Justo.

-Hágata fez o café comigo, vamos lá?

-Ela se encorajou pra cozinhar? – Diz a mocinha, se surpreendendo com o ocorrido.

-Pois é... ficou até bom.

-Ok...

-Mas vai lá limpar essa cara que tá toda embaralhada.

-Meh...

(...)

Cestiali penteia seu cabelo e limpa seu rosto. Estava claramente cansada, tanto que esbarrou nas paredes umas três vezes seguidas.

Após isso, foi para a sala. Sentou-se na mesa e provou o café da Hágata.

-E AÍ? O QUE ACHOU?! – Disse a noiva se apoiando na mesa e encarando a menina com um enorme sorriso.

-Tá uma delícia... – Cestiali bebe mais. Estala os lábios como se ainda estivesse degustando a bebida, e finaliza lambendo o beiço. – O que você fez pra ficar tão bom assim?

-Eu parei de fazer na peneira, e fiz no coador de café.

-...

-O que?

-Amei a ideia! – Diz a menina sorrindo.

-Aliás, hoje você vai com a gente trabalhar.

-E-eita, vou ganhar dinheiro com o trabalho?!

-Err... Hágata...? – Persin fica um pouco sem graça com a pergunta.

-Vamos pensar no seu caso, descontamos do salário do Persin se precisar.

-Já nem tenho dinheiro direito. – Diz Persin, fingindo tristeza, em seguida, é abraçado pela Hágata.

-Viu como é ruim ficar tristonho?

-Isso é bullying. – Fungava, ainda com o teatrinho.

(...)

Cestiali e seus recém "cuidadores" vão em direção ao lugar onde ambos trabalhavam. Era uma grande casa no meio da floresta após uma grande trilha de madeira.

-Parece um chalé que aqueles lenhadores canadenses moram. – Diz a menina, olhando a casa de cima para baixo.

-Curtiu? – Pergunta Persin que estava brincando de girar o taco.

-Portanto que não tenha cabeça de alce lá dentro... – Digamos que ver uma cabeça de um alce empalhado é bem assustador, principalmente para uma criança.

Ao entrar no local, a única pessoa que eles podiam ver era um homem atrás de uma bancada com uma máscara estranha de folha e algumas contas em mãos, mascando algo que parecia chiclete de canela.

-Já era hora, hm. – A voz dele era bem rouca, aparentando ser até avançado em idade, apesar o porte físico até que jovem. – E o que é essa menina?

-Sou uma Cestiali! – Dizia a mocinha, esticando sua mão e empinando seus pés, com um grande sorriso.

-Ok, agora alguém me explica quem é ela? – Pelo menos dessa vez, o cumprimento de Cestiali foi correspondido, e o moço aperta sua mão.

Neve Quente (Volume 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora