Sentença

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 Deixamos Laura e Martha sozinhas, tentando entender o que havia acontecido a pouco e subimos para nossa área restrita. Deixei para falar com August no dia seguinte, quando passasse os efeitos do entorpecente que ele havia tomado.

Emma estava mais tranquila. Estávamos todas a sua volta tentando fazê-la esquecer o ocorrido. Me sentei perto dela e a puxei contra mim, a abraçando com ternura.

- Você está bem? - perguntei preocupada.

- Estou, amor. Foi só um susto. Não se preocupe. - falou me olhando nos olhos, mostrando sua sinceridade.

Ficamos mais um tempo assim, até que resolvemos nos recolher. Fui ao banheiro fazer minha higiene e quando voltei para o quarto todas estavam na cama, com Emma no meio. Eu sorri diante daquela cena tão terna. Era impressionante que nossa ligação era em todos os sentidos. Abriram espaço para mim e me deitei entre elas, ao lado de Emma, que se aninhou em meu corpo. A abracei de forma protetora e zelamos seu sono durante aquela noite.

Caí em um sono profundo, mas em nenhum momento soltei Emma. Meu instinto protetor de Alfa era superior a qualquer coisa. Acordei ao amanhecer do dia. Minhas meninas ainda dormiam. As olhei com amor. As amava tanto que faria qualquer coisa para protegê-las.

Levantei vagarosamente para que não acordassem e fui ao banheiro, tomar um banho relaxante. Precisava aclarar as ideias antes de encontrar o desgraçado que tentou agarrar minha princesa. A água morna escorria por meu corpo e meus músculos relaxavam.

As meninas ainda dormiam quando saí do quarto. Liguei para John que estava em alerta, vigiando o prisioneiro em uma das celas que existiam no subsolo da mansão.

Acompanhada de John e Patrick adentrei na sala onde estava o homem, que ainda dormia sobre o catre desconfortável quando entramos. Patrick se aproximou e o sacudiu com força, fazendo com que acordasse num salto, assustado.

- Por que estou aqui? - perguntou assustado e analisei seu rosto, que se assustou ao me ver. Ele era um homem de estatura mediana, um pouco acima do peso, rosto redondo. Usava um terno surrado. Tinha os cabelos oleosos. Era legitimamente o retrato de um perdedor. Por um momento tive pena, mas aí lembrei de sua atitude com minha Emma.

- Você não se lembra de ter tentado agarrar uma de suas alunas a força e de tê-la agredido fisicamente? - eu exalava raiva enquanto falava.

- E-eu não fiz isso... - sua voz saiu em um sussurro e eu arqueei uma sobrancelha, o desafiando – E-eu não lembro...

- Pois vou aclarear sua memória, senhor Pitsler. - falei num tom baixo, de pura ameaça – Não sei e tampouco me interessa se o senhor estava sob o efeito de algum entorpecente enquanto estava ministrando aula ontem à noite. Acontece, senhor, que você caiu na burrice de assediar uma das únicas pessoas que não poderia no mundo todo. - continuei enquanto me aproximava ameaçadoramente.

- Eu não lembro. - sussurrou. Meu rosto quase encostando no dele. Meus olhos em fúria.

- Agora o senhor não lembra que vem assediando suas alunas? O senhor pensa que nós não temos controle sobre quem ministra as aulas e quem frequenta as universidades públicas? - rosnei – O senhor vem sendo investigado há algum tempo, mas a gota d'água foi o senhor tentar beijar à força agredir uma aluna. E vejamos, senhor Pitsler, para seu extremo azar, essa aluna é minha companheira e eu não admito que ninguém, absolutamente ninguém, toque em uma delas. - esbravejei e o homem se encolheu em completo medo.

- Eu não sabia que Emma era comprometida. - sua voz tremeu.

- Isso não vem ao caso. Sua atitude não deixa de ser assédio, ela sendo ou não comprometida.

- Mas... - tentou continuar, entretanto o interrompi.

- Mas, como lhe disse, para seu azar, Emma é minha e isso fará você sofrer uma punição severa. - meu sorriso agora era maligno.

- Por favor, Majestade. - suplicou, mas não dei ouvidos a seus lamentos.

- John, leve-o para masmorra. Coloque-o na cela dos violadores, porque afinal foi o que ele deu a entender que queria fazer com Emma, com agravante de uso de entorpecente para "criar coragem". - sentenciei – Vou seguir investigando e se houver alguma constatação de atitude semelhante com alguma outra garota, sua sentença será perpétua.

Sabia que ele não teria chances com os violadores que eram isolados naquela parte da prisão, mas eu não deixaria barato sua atitude. Não sentia qualquer tipo de remorso. Apesar de ser uma pessoa pacífica e sempre tentar remediar as situações, naquele caso não havia como e eu nem queria amenizar. Não queria nem pensar o que aquele sujeito asqueroso poderia ter feito com minha princesa.

Dei as costas e o deixei com John e Patrick, que se encarregariam de conduzi-lo para a prisão onde cumpriria sua pena. Seus gritos por misericórdia não me afetavam. Sua sentença havia sido dada e eu faria questão que fosse cumprida na íntegra.

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