Capítulo 12

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1º ano do ensino médio

Paro abruptamente em frente à sala de música da escola assim que vejo pelo vidro da porta Madison e o seu namorado Isaac, que é capitão do time de futebol. Estrategicamente, observo-os pelo pequeno vidro, esperando por um momento mais quente entre os dois. Sem música do lado interno e os corredores vazios, consigo ouvi-los perfeitamente. Em vez de presenciar uma cena de sexo adolescente, vejo Isaac descontrolado.

— Você é uma vadia mesmo, Madison. Vi o jeito que olhou para o capitão do outro time. Todo mundo viu você dando em cima dele. — O seu tom acusatório me arrepia porque sei perfeitamente que Madison, para o seu próprio azar, é perdidamente apaixonada por este garoto idiota.

— Nunca faria isso. Eu amo você, Isaac. Só você. Nem conheço o capitão do outro time. — De modo falho, ela tenta explicar. Irredutível, Isaac dá um soco no piano ao lado deles, fazendo o barulho estrondoso assustar Madison, que fecha os olhos automaticamente. — Eu juro por Deus que eu apenas o cumprimentei, assim como fiz com todas as outras pessoas no jogo. Por favor, acredite em mim.

— Nem sei se posso confiar em você, Madison. É fácil demais. Nenhum cara gosta de garotas assim. — A forma esnobe que fala com ela faz meu sangue ferver. — Você não é nada sem mim. Acha que outros meninos vão querer algo sério com você quando descobrirem que é uma vadia?

— Não sou uma vadia. Sou sua namorada. Nunca o trairia. — Isaac é rápido ao segurar o braço dela. — Por favor, pare. Está me machucando. — Sua voz é fraquinha, quase como se estivesse perdendo todo o seu fôlego, mas ele não se importa. Simplesmente continua machucando-a.

— Estou ficando sem paciência com você. Sempre encontra formas de me envergonhar. Acha que gosto de brigar? Obviamente, não, mas nunca me dá outras escolhas. Seja uma boa namorada e pare de me deixar constrangido na frente das outras pessoas.

— Por favor, está machucando meu braço. — Quando percebo que ele não vai soltá-la, abro a porta de uma vez, assustando-os. Os olhos da Madison ficam arregalados quando me vê e Isaac apenas direciona sua raiva a mim.

— Não vou pedir uma segunda vez: solte o braço dela, Isaac. — Ordeno tão friamente, que ela só leva um segundo para me obedecer. Espero pacientemente que se retire da sala de música, mas, antes de cruzar a porta, para na minha frente. — Temos algum problema?

— Eventualmente teremos, Lyno. — Alimento-me do seu olhar de raiva porque esse sentimento é meu elixir diário. Mesmo que se esforce, nunca poderá competir comigo no quesito vingança. — Não tenho medo de você como as outras pessoas.

— Você a soltou assim que ordenei. Definitivamente, isso diz mais sobre você do que sobre mim. — Eu explico naturalmente, fazendo seu corpo se contorcer em raiva contida. — O meu conselho é que saia daqui enquanto ainda estou sendo paciente. Se tocar na Madison outra vez, o tom da nossa conversa será muito diferente.

— Meninos, por favor, não façam isso. Estou bem. — Madison intervém praticamente implorando. — Isaac, conversamos depois. Prometo. — Em silêncio, seu namorado apenas sai da sala. — Não precisava fazer isso. Estava tudo sob controle, Lyno.

— Sério, Madison? O pouco que ouvi me faz ter certeza que essa situação saiu do controle há muito tempo. — Preciso entender o porquê de ela ainda estar com esse garoto idiota. — Obviamente, Isaac não a valoriza. Você é a pessoa mais talentosa dessa escola e tem sua própria banda só com meninas. Por que o deixa tratá-la tão mal?

— Nem sempre ele age assim. — Ela ignora meus comentários e começa a guardar seus livros na bolsa. Me aproximo e seguro suas mãos, que ainda estão trêmulas. — Ouça, Lyno, sei que você quer ajudar, mas eu posso lidar com o Isaac. Todo relacionamento tem seus altos e baixos. Estamos em uma fase difícil. Só isso.

O Renitente - O Preço da MentiraOnde histórias criam vida. Descubra agora