PRÓLOGO

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Data Eudamónica aqui e agora. 

— A história da sociedade peculiar poderia ser dividida entre antes e depois. — Dizia o professor Luís Gonzales enquanto ministrava uma aula de história para os alunos de uma classe do segundo ano do ensino fundamental. 

— Professor, é verdade que você morou num orfanato peculiar igual o da senhorita Peregrine? — perguntava Diana, uma de suas tantas alunas. 

— O orfanato tinha mesmo um tobogã gigante? — perguntava outta aluna entusiasmada. 

Naquele instante todos começaram a perguntar, atiçados pela curiosidade. 

— A Pato se casou com o Barracuda?  — perguntou uma das alunas. 

— Eu vou contar toda a história do Cantinho De Luz, mas antes de chegarmos nessa parte, eu preciso contar sobre como era o mundo peculiar antes da criação do sistema de portais. 

O professor fez uma pausa e em seguida recomeçou sua explicação. 

— No começo, o mundo peculiar era muito diferente do que conhecemos hoje. — começou o professor Gonzales, ajeitando os óculos enquanto os alunos se inclinavam para a frente, ansiosos para ouvir cada detalhe. — Não existiam os portais que nos permitem viajar no tempo e no espaço. Os peculiares viviam isolados, escondidos dos não-peculiares, e era uma época de grande incerteza e medo.

Diana, que sempre adorava histórias, interrompeu com outra pergunta: — Então, como vocês se protegiam?

— Ah, era complicado. — respondeu o professor, sorrindo. — Tínhamos que confiar em esconderijos naturais e em algumas poucas Ymbrynes, como a senhorita Peregrine, que conseguiam criar loops temporais. Porém, esses loops eram raros e difíceis de manter.

Os olhos de todos os alunos estavam vidrados no professor, até que Michelle, uma menina de cabelos encaracolados e olhar curioso, levantou a mão.

— Professor, você disse que vai contar sobre o Cantinho de Luz. O que era isso?

— O Cantinho de Luz foi criado para proteger uma criança mensageira. — começou ele, deixando a sala em completo silêncio. — Foi criado um guardião muito poderoso chamada Ramiro Moran. Ele era conhecido por ser um empresário muito rico e importante, entretanto as suas intenções ao criar o abrigo despertaram muita desconfiança. 

O professor suspirou e começou a contar a história que ninguém se atrevia a contar sobre o surgimento do orfanato que um dia foi seu lar. 

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O dia 15 de fevereiro de 1983 era um dia ensolarado de verão, o clima quente de Puerto Esperanza era bastante agradável e o sol brilhava com intensidade, uma jovem de cabelos castanhos contemplava a janela e acariciava seu ventre enquanto algumas lágrimas molhavam suas bochechas.

— Eu te amo tanto meu bebê. 

— Gabi meu amor o que houve? — uma mulher de olhos verdes tocava seu ombro e a olhava.

— Eu estava pensando no meu bebê tia Emília, e se o sonho que eu tive de alguém roubando meu bebê se realizar? Eu não quero perde-lo sabe? Foi a única coisa que Miguel me deixou antes de morrer na guerra das Malvinas, morro se acontecer algo ao meu filhinho. — a jovem desabou em um pranto sentido, sua barriga de nove meses já estava abaixando e isso significava que em qualquer momento seu bebê chegaria ao mundo.

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