A LUZ DO AMOR

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Dourada, essa era a luz que brilhava diante de todos que estavam no templo, houve um silêncio contemplativo no local e Vale não sabia se ría ou chorava. 

Ela sempre havia se achado insignificante e ver aquela luz dourada era muito além de tudo o que ela havia imaginado. 

Essa sensação de incredulidade tomou conta de Vale enquanto a luz dourada envolvia todo o templo, banhando os presentes em um calor acolhedor. Seus olhos se encheram de lágrimas, mas ela hesitou em deixar que elas caíssem. Ao mesmo tempo, um sorriso tímido se formava em seus lábios, como se aquela luz estivesse arrancando de seu coração toda a dor e dúvida que ela havia carregado por tanto tempo.

Ela se lembrava das vezes em que se sentiu pequena, invisível, como se sua presença no mundo não tivesse importância. Mas agora, diante dessa luz, ela não conseguia ignorar a sensação de que, de alguma forma, havia algo de grandioso esperando por ela. Algo que sempre esteve lá, mas que ela nunca conseguiu ver antes.

Os outros no templo também estavam em silêncio, cada um reagindo à luz de sua própria maneira. Alguns pareciam em estado de êxtase, outros apenas observavam, impressionados. Mas Vale sentia como se essa experiência fosse diferente para ela, como se aquela luz dourada estivesse ali especialmente para mostrar a ela o que ela nunca havia visto em si mesma.

Seus pensamentos foram interrompidos por um leve toque no ombro. Ela se virou e encontrou os olhos gentis de uma das sacerdotisas do templo, que a observava com um olhar compreensivo.

— Você sente isso, não é? —  a sacerdotisa perguntou suavemente.

Vale apenas assentiu, incapaz de encontrar as palavras certas. Tudo parecia surreal, como se estivesse em um sonho.

— A luz não veio até você por acaso. Há algo dentro de você, algo que está pronto para ser revelado. Confie nesse sentimento.

Essas palavras, ditas com tanta certeza, fizeram o coração de Vale acelerar. Ela sempre pensou que seu caminho estava definido, que ela era apenas mais uma em meio a tantos. Mas agora, diante dessa revelação, ela não sabia mais o que pensar.

— Mas o que isso significa? — ela perguntou, a voz tremendo ligeiramente. — Por que eu?

A sacerdotisa sorriu de maneira tranquilizadora.

— A resposta para isso está dentro de você. Apenas você pode descobrir.

Vale sentiu uma mistura de medo e excitação ao ouvir essas palavras. Sabia que não seria fácil, mas talvez, pela primeira vez na vida, estava pronta para descobrir quem realmente era e o que essa luz dourada havia despertado dentro do seu coração.

Vale retornou ao seu lugar e viu a próxima menina que iria tocar no cristal da sabedoria, Vale sentiu o coração congelar quando percebeu aquela menina que usava um vestido branco e uma tiara de girassol.

A menina tinha os cabelos loiros como os dela, o rosto idêntico e os mesmos olhos que ela via quando se olhava no espelho. 

”MEU DEUS, ESSA MENINA É A MINHA IRMÃ!!!” Vale olhou a menina enquanto sua mente gritava. 

A menina em questão era Pilar Alexandra d estava sob os cuidados de uma ymbryne autônoma e era acompanhada pela madrinha que era uma senhora de cabelos brancos que Valeria não demorou a reconhecer. 

”Meu deus a Esperanza é madrinha da minha irmã!”. Valeria abriu um sorriso e acenou para Esperanza que devolveu o aceno com um sorriso. 

Valeria mal podia acreditar no que seus olhos estavam vendo. O templo, que antes estava envolto em uma atmosfera de contemplação e mistério, agora parecia ser o palco de uma revelação pessoal e profundamente emocionante para ela. Pilar Alexandra, sua irmã, estava ali, a poucos passos de distância, vestida com um vestido branco que parecia brilhar à luz dourada do templo, e usando uma tiara de girassol que ressaltava ainda mais a sua pureza e inocência.

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