O SENTIDO DA VIDA

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Quando as últimas notas da música ecoaram pelo salão, um silêncio emocionado tomou conta do ambiente. Ariel e Abril se entreolharam, os olhos marejados, absorvendo cada palavra da canção que parecia falar diretamente para seus corações. As crianças no palco mantinham seus sorrisos, orgulhosas da homenagem, enquanto Vale e Jimena davam as mãos, comemorando o sucesso da apresentação.

— Essa música... — Ariel começou, a voz embargada pela emoção. — Foi o presente mais lindo que já recebi.

Abril balançou a cabeça em concordância, sem conseguir conter as lágrimas.

— Vocês conseguiram transformar esse dia em algo mágico. Muito obrigada.

Maria Cristina, que observava tudo de longe, se aproximou silenciosamente e colocou as mãos nos ombros das filhas, oferecendo um apoio silencioso enquanto ambas tentavam processar a intensidade do momento.

— Essa festa é só o começo — disse Maria Cristina, com um sorriso doce. — Vocês merecem todo o amor e felicidade que o mundo tem para oferecer. E nada me deixa mais feliz do que ver vocês duas assim, radiantes.

A atmosfera da festa logo retomou sua vibração, com as crianças puxando Ariel e Abril para a pista de dança, onde todos começaram a se mover ao ritmo das músicas que tocavam. Risos ecoavam por todos os cantos, e a noite seguia com uma sensação de união e amor no ar.

Enquanto isso, Vale, ainda no palco, assistia às gêmeas se divertirem e sorriu satisfeita. Tic Tac se aproximou dela, dando um leve tapinha no ombro.

— Você arrasou, Vale. A música tocou fundo nos corações delas, exatamente como planejamos.

— Eu só queria que elas soubessem o quanto são especiais para nós — respondeu Vale, ainda com os olhos brilhando de emoção. — Espero que nunca se esqueçam disso.

Tic Tac assentiu, observando a alegria tomar conta do salão.

— Tenho certeza de que não vão. Essas meninas são fortes, mas também precisam ser lembradas de que nunca estão sozinhas.

A noite seguiu repleta de jogos, brincadeiras e momentos emocionantes. Quando o relógio marcou dez horas, Maria Cristina reuniu as filhas e os amigos para uma última surpresa: um enorme bolo decorado com flores e estrelas, simbolizando o amor e a união que prevaleciam naquele orfanato.

Com os sorrisos ainda presentes em seus rostos, Ariel e Abril apagaram as velas, fazendo seus pedidos silenciosos. 

A atmosfera cálida e alegre do orfanato tornava tudo ainda mais mágico. 

As crianças estavam sentadas esperando por seus pedaços de bolo e conversando animadas. 

— A Ariel está tão feliz. — Mosca comentou. 

— Era isso que a gente queria. — Georgina comentou. — A saída da Mili afetou muito ela, mesmo que ela não admita pra não preocupar a gente.

— O que se passa na cabeça de uma ymbryne? — Patricio levantou a mão curioso. — Elas se doam tanto pra cumprir suas missões, não tem vida amorosa, eu nunca vi a Ariel com ninguém.

— Ah, ela tem um namorado, ele é guardião e está viajando em missão, mas acho que ele chega hoje — Mosca comentou. 

— E se ele não aparecer e nem ligar a gente dá uma voadora nele. — Corcho comentou bravo.  — Ninguém faz a nossa ymbryne chorar e sai impune. 

— Meu Deus vocês são selvagens.  — Martina brincou. — Más se alguém fizer a Ariel chorar eu mando uma nevasca na cabeça desse arrombado.

As risadas ecoaram pela sala após o comentário de Martina, enquanto as crianças se divertiam com a ideia de proteger Ariel a qualquer custo. No fundo, todos sabiam o quanto ela era importante para eles. Mesmo sendo uma ymbryne, sempre preocupada com os outros e dedicada às suas responsabilidades, Ariel nunca deixava de ser parte daquela grande família.

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