— Você tem razão... — ela admitiu, embora relutante. — Eu vou tentar conversar com ele. Mas não sei se vou conseguir controlar a minha raiva.
— É natural sentir raiva, mas tente focar em como você se sente e no que quer da relação de vocês. — Alice sorriu, encorajando-a. — E, acima de tudo, lembre-se de que cê não tá sozinha com esse trem.
Nadia assentiu, um pouco mais decidida.
— Obrigada, Alice. Você sempre sabe o que dizer.
— É para isso que irmãs servem, não é? — Alice piscou, voltando para seu desenho. — Agora vai lá e enfrenta o Roña. Eu estarei aqui se você precisar de mim.
Nadia se levantou, sentindo um misto de nervosismo e determinação. Ela sabia que a conversa que precisava ter com Roña não seria fácil, mas estava disposta a tentar. Caminhou em direção à porta e, antes de abri-la, deu uma última olhada para Alice.
— Vou tentar. — ela disse, mais para si mesma do que para a irmã.
Elas não eram irmãs biológicas, entretanto, havia uma consideração e afeto mútuo entre elas.
— Você vai se sair bem! — Alice respondeu, dando um sorriso encorajador.
Nadia respirou fundo e saiu do quarto, sentindo seu coração acelerar. Avançou até a cozinha, onde ouviu as vozes de Tomás e Roña. Ao entrar, viu Roña sentado, com os olhos ainda um pouco inchados de choro, e Tomás tentando confortá-lo.
— Roña? — Nadia chamou, sua voz um pouco hesitante.
Os dois se viraram para ela, e Tomás deu um leve sorriso, entendendo que aquela era a hora de Nadia. Roña, no entanto, parecia ainda mais abalado.
— Nadia... — ele começou, mas a voz falhou.
— Podemos conversar? — ela pediu, tentando manter a calma. — Precisamos falar sobre o que aconteceu.
Tomás reconheceu a tensão no ar e, percebendo que o momento era delicado, levantou-se.
— Eu vou dar um tempo pra vocês. — disse, saindo da cozinha e fechando a porta atrás de si, em seguida ele saiu até o pátio onde encontrou Bernardo e Giovanna conversando entre si.
— A gente meteu o Roña numa confusão monumental.
— Infelizmente, não dá pra ter controle sobre tudo, não é algo tão fácil. — Tomás mantinha uma expressão calma.
— Mas a gente estragou tudo e agora a Nadia tá furiosa com o Roña. — Giovanna suspirou. — Talvez seja melhor eu e o Bernardo ir embora.
— Eu não acho, a Nadia e o Roña vão se ajeitar. — Tomás olhou os meninos. — Vocês não tiveram culpa.
Enquanto isso na cozinha, Nadia e Roña ficaram em silêncio por um momento, antes que ela tomasse coragem para continuar.
— Eu não estou aqui para brigar, mas preciso entender. Por que você não me contou sobre o futuro e sobre a Ariel? — perguntou, tentando manter a voz firme.
Roña olhou para ela, a expressão carregada de culpa.
— Eu... eu não sabia como você reagiria. Eu pensei que,— ele mantinha uma postura hesitante e vulnerável. — Eu pensei que se eu te contasse, você ficaria assustada ou até mesmo me rejeitaria. Eu só queria te proteger, Nadia. — Roña explicou, as palavras saindo apressadas, como se estivesse tentando se justificar antes que a raiva dela voltasse.
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A História De Ariel
FanfictionAriel Fraga é uma jovem doce e sonhadora, criada com o propósito de uma missão especial: cuidar e proteger crianças peculiares. Desde pequena, foi preparada para essa jornada, estudando e se capacitando para liderar um orfanato dedicado a essas cria...