O SENTIDO DA V8DA PARTE 4

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Enquanto Roña conversava com seus irmãos biológicos, Nadia saia irritada em direção a cozinha. 

— Nunca mais falo com esse traidor!

— Nadia, o que houve? — Abril perguntou preocupada. 

— Nada, só o Roña que traiu a minha confiança...  — Nadia cruzou os braços, sabia que não podia expor a conversa entre os trigêmeos pois o assunto envolvia a Abril. 

Nesse momento, chegou Tomás, o irmão mais novo de Ariel e Abril.

— O que aconteceu aqui?  — Tomás perguntou.

— O Roña é um traidor! — Nadia respondeu com um tom de voz raivoso.

Abril se retirou da cozinha enquanto Tomás se sentava ao lado de Nadia.

— Quer falar sobre isso? — perguntou o jovem de cabelos cacheados. 

Nadia olhou para Tomás, com os braços ainda cruzados e o semblante fechado. Ela não queria contar o que realmente havia acontecido, mas a presença de Tomás sempre a deixava um pouco mais calma.

— Não tem o que falar... Ele só me enganou. — respondeu Nadia, tentando manter a raiva, mas sua voz saiu um pouco mais fraca do que queria.

Tomás, com seu jeito tranquilo, sorriu de leve, deixando claro que não iria forçá-la a falar, mas que estaria ali para ouvir.

— Sabe, todo mundo erra às vezes. Às vezes, as pessoas escondem coisas porque estão com medo de nos machucar ou porque acham que é o melhor a se fazer naquele momento.

Nadia desviou o olhar, mordendo o lábio inferior.

— Mas ele não confiou em mim. Eu sempre fui sincera com ele... e ele não me disse nada. Como eu posso confiar em alguém assim?

Tomás balançou a cabeça lentamente, compreendendo o sentimento de Nadia.

— Eu entendo como se sente. Mas confiança também é uma via de mão dupla, sabe? Às vezes, tem coisas que são muito difíceis de contar, até para quem a gente mais gosta. Talvez o Roña estivesse tentando te proteger ou proteger outra pessoa. — Ele fez uma pausa, observando a expressão de Nadia suavizar um pouco. — Mas se você quiser resolver isso com ele, precisa ouvir o lado dele também. Dá pra ficar com raiva, claro, mas... uma conversa pode ajudar.

Nadia suspirou profundamente, ainda relutante.

— E se ele tiver mentido pra mim de novo?

Tomás deu um sorriso encorajador.

— Aí, você vai saber. Mas se você não der a chance dele se explicar, nunca vai ter certeza. E talvez, só talvez, ele tenha uma boa razão.

Nadia ficou em silêncio por um tempo, absorvendo as palavras de Tomás. Por fim, ela assentiu, ainda cruzando os braços, mas agora com menos raiva nos olhos.

— Talvez eu fale com ele... mais tarde. Não agora.

Tomás sorriu, bagunçando de leve o cabelo dela.

— Quando você estiver pronta. E eu vou estar por aqui, se precisar.

Nadia soltou um meio sorriso e começou a desabafar sobre a conversa.

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