~Capítulo 24~

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Reino de Artena

Afonso e Augusto estavam do lado de fora dos aposentos da Princesa Catarina, enquanto Lupércio a examinava. Junto deles a aia de confiança, Lucíola.

- Vocês discutiram, filho? – pergunta Augusto olhando para a expressão preocupada de Afonso, via-se a culpa em seu olhar.

- Disse a ela sobre Amália e que pretendia voltar pra Montemor – responde Afonso – Não vou enganar os sentimentos da Princesa ou retomar minha história com Amália, Augusto. O que você disse está dentro da total razão, por isso tinha tomado a decisão de voltar a Montemor e organizar meus pensamentos. Então ela de repente começou a se sentir mal e desmaiou em meus braços.

- Você é um homem honrado, Afonso. Saberá tomar a decisão certa, tendo o amor e a soberania ao seu lado com todo louvor que os Deuses lhe concedem – diz Augusto e logo Afonso decide dizer outra coisa importante ao Rei.

- Catarina confessou seu amor mim, Augusto – conta e o soberano surpreende com tal revelação – Vi em seus olhos a verdade e de como naquele momento me senti o mais cretino dos homens.

Afonso segurava a emoção e o calor do coração ao dizer tudo ao Rei.

- Você também a ama, filho. Só ainda não parou para analisar direito aos fatos e vê que a história com Amália o ensinou muito a respeito disso – diz Augusto – Amou muito a plebeia, sei que sim. Pelo que sempre vi, ela parece ser um ser humano bom e de muitos sentimentos, por isso a escolheu para ensinar-lhe sobre o amor: ele é puro, gratificante, sensato e te leva a conquistar muitos objetivos.

Afonso ouvia tudo calado, sem saber como retribuir a Augusto tantos bons conselhos e palavras sinceras. Sem dúvidas ele amara muito Amália, abdicou de um trono coberto de responsabilidades para ficar ao seu lado, casaram-se e iam ter uma família se não fosse pelo pequeno acidente.

Ele soube da existência do mais puro sentimento, aprendeu no amor e sabe o quanto seria grato por tanto que Amália fez.

Os pensamentos são interrompidos pelo barulho da porta e Lucíola sai, expressando um alívio.

- Majestade, alteza. O doutor Lupércio terminou de examinar a princesa – diz a aia – A alteza já despertou, e está repousando. O doutor pediu que chamasse vocês.

Augusto e Afonso se olham preocupados, afinal não sabiam o que estava acontecendo com Catarina. A última vez que desmaiou assim foi quando ficou muito doente, ainda era uma adolescente, demorando tempos pra melhorar e logo não teve mais nada com preparos de chás e infusões.

Eles estão dentro do quarto, Catarina olha primeiramente a Afonso muito magoada com a recente briga que tiveram e ainda está um pouco pálida.

- Lupércio, o que minha filha tem? – pergunta Augusto.

Lupércio fica receoso em dar a notícia, mas ao mesmo tempo aliviado por não ser nada grave. Porém, sabia que nos tempos em que viviam aquela notícia soaria incorreta.

- Majestade, em alívio, posso garantir que não seja nada grave em relação a saúde de vossa filha – diz ele – A alteza não está doente.

Augusto solta o ar que lhe pesava dentro de si, aliviado em saber que sua filha estava bem.

Já Afonso senta ao lado de Catarina, tentando segurar sua mão e ela recua sem mostrar arrependida. Seus olhos traem, deixando escapar uma lágrima e limpa rapidamente.

- Catarina, não fique assim. Por favor – pede Afonso, enquanto Augusto e Lupércio conversam em outro canto – Eu fiquei me sentindo culpado quando desmaiou em meus braços. Me diz o que houve.

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