Em Artena – Jardim
Afonso e Catarina exploravam os jardins de Artena em um breve passeio. A princesa voltava sua época adolescente, quando corriam um do outro apostando quem ganhava e quem perdia.
- Os jardins de Artena me traz ótimas memórias – Afonso sorriu.
- Sim, das várias visitas de vocês por aqui – Catarina retribuiu e se olharam – Rodolfo se zangava quando perdia.
- Era engraçado como ele esbravecia – diz Afonso rindo e Catarina o acompanha.
- Mudando de assunto, fico contente que tenha vindo para Artena. Meu pai também aprecia vossa personalidade e pessoa em si – diz Catarina e Afonso afirma com a cabeça o quanto lhe admira ouvir tais palavras.
Seu coração se aquece e toma a mão da princesa com a sua, acariciando com o dedão a pele macia.
- Fico lisonjeado por vossa gentileza, Catarina. Gosto de Artena desde muito menino e principalmente desse belo jardim – diz Afonso e olha por todo aquele local verde e simbólico em suas lembranças – Vosso pai é um grande amigo e tem sido como um pai pra mim desde minha estadia aqui.
Catarina respirava fundo e engolia o bolo, tentando conter a forte corrente que passava por suas veias o simples toque de Afonso em sua mão e olhava para aqueles olhos escuros tão nobres e vivos apaixonantes. Ela entendia a fascinação que Amália sentira por ele.
Afonso sempre fora um homem bonito, másculo e determinado. Já ela uma mulher mais fria, objetiva e sempre teve tudo como quis lutando para conseguir cada meta. Era determinada, forte e não se abateu por nada do que passou.
Catarina teve uma forte decepção com o príncipe de Brúnis, Henrique, com seus cortejos irônicos e frieza em se tratando de amor. Ela queria esquecer a terrível noite que mudou sua vida, lhe marcando traumas e tristeza que guardara para si.
Afonso e Catarina sentam perto da pequena fonte, tendo uma incrível vista e um local perfeito em mútua troca de olhares.
- Afonso... – Catarina menciona seu nome saboreando a paixão que vinha junto – E Amália? Você soube mais alguma coisa dela?
A menção do nome da mulher que amava, ou amou, fez o coração de Afonso falhar uma batida.
- Infelizmente não. Por minha decisão, segui em frente e a deixei. Ainda é tudo muito confuso – confessa Afonso e olha para a bela princesa em sua frente – Vosso pai mencionou o príncipe de Brúnis. Soube do rompimento do noivado.
O corpo de Catarina enrijece com o nome dito por Afonso e o calafrio do medo transpassava por suas veias. Ela preferia dançar com o Diabo do que ver aquele homem sem coração que a fez temer o amor.
- Não desejo falar sobre aquele parvo – diz ela ríspida e Afonso se surpreende com tal atitude. Se perguntava o que de fato havia ocorrido em Brúnis. Catarina retornou de lá temerosa e mais fria, segundo as palavras de Rei Augusto, passou dias sem querer ver ninguém.
- O que aconteceu, Princesa? – pergunta e ela não permite que a lágrima escorra.
Ela não queria voltar as péssimas recordações daquela noite e do quanto desejava ter a morte. Se não fosse por um dos guardas, não saberia do que seria seu futuro.
- Henrique merece a solidão e em meu desejo íntimo é a sombra que o persegue o deixe tão louco, a ponto de não saber competir com a realidade – diz ela com raiva na voz e olha para Afonso, vendo sua compreensão nos olhos.
- Me perdoe, alteza. Não queria deixá-la dessa maneira – diz Afonso arrependido por tocar em um assunto ruim.
- Não. Tudo bem. Eu confio em você e somos... amigos, não? – diz ela e ele retribui com um sorriso – A maldade sempre existiu, só não imaginava que a impureza da mesma se apossava no ser que é Henrique. Ele não respeita os sentimentos de ninguém, ambicioso e sem caráter. Não desejo ele como partido a nenhuma mulher, seja ela o que for.
Catarina silenciou sua raiva ao trocar um breve olhar a Afonso. Eram os dois sozinhos ali e ele se compadecia com a tristeza nos olhos dela, querendo apagar se fosse preciso aquilo dela.
Afonso enxugou a lágrima que descia e se aproximou do rosto da princesa, sentindo a respiração descompensada dela. Ele não entendia a força que transmitia seu desejo de querer tocar aqueles lábios carnudos da princesa.
- Catarina... – sussurrou e então ela, sem esperar nada, o beijou de forma carinhosa e ele ficou surpreso com a atitude dela. Mas não os separou, retribuiu com a mesma sede e agarrou sua cintura, levantando ambos do pequeno banco.
Ele apertava subia e descia suas mãos pela cintura da princesa, colando ela contra seu corpo forte. E seus lábios passaram pela bochecha da princesa e foram parar em seu pescoço, sentindo o perfume de jasmin em sua pele.
- Eu... Afonso – diz ela com a voz embargada e ele lhe aperta com um abraço.
Seu coração aos poucos se acalmava e permitia o contato entre ambos.
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Você Pertence a Mim
RomanceAfonso abdica de seu trono para viver como um plebeu, em nome de seu grande amor por Amália. Protagonizando lindos momentos como casal, porém Amália sofre uma queda provocando perda de memória e de seu bebê. Desolado e com o coração partido, Afonso...