~Capítulo 10~

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Em Artena – Jardim

Afonso e Catarina exploravam os jardins de Artena em um breve passeio. A princesa voltava sua época adolescente, quando corriam um do outro apostando quem ganhava e quem perdia.

- Os jardins de Artena me traz ótimas memórias – Afonso sorriu.

- Sim, das várias visitas de vocês por aqui – Catarina retribuiu e se olharam – Rodolfo se zangava quando perdia.

- Era engraçado como ele esbravecia – diz Afonso rindo e Catarina o acompanha.

- Mudando de assunto, fico contente que tenha vindo para Artena. Meu pai também aprecia vossa personalidade e pessoa em si – diz Catarina e Afonso afirma com a cabeça o quanto lhe admira ouvir tais palavras.

Seu coração se aquece e toma a mão da princesa com a sua, acariciando com o dedão a pele macia.

- Fico lisonjeado por vossa gentileza, Catarina. Gosto de Artena desde muito menino e principalmente desse belo jardim – diz Afonso e olha por todo aquele local verde e simbólico em suas lembranças – Vosso pai é um grande amigo e tem sido como um pai pra mim desde minha estadia aqui.

Catarina respirava fundo e engolia o bolo, tentando conter a forte corrente que passava por suas veias o simples toque de Afonso em sua mão e olhava para aqueles olhos escuros tão nobres e vivos apaixonantes. Ela entendia a fascinação que Amália sentira por ele.

Afonso sempre fora um homem bonito, másculo e determinado. Já ela uma mulher mais fria, objetiva e sempre teve tudo como quis lutando para conseguir cada meta. Era determinada, forte e não se abateu por nada do que passou.

Catarina teve uma forte decepção com o príncipe de Brúnis, Henrique, com seus cortejos irônicos e frieza em se tratando de amor. Ela queria esquecer a terrível noite que mudou sua vida, lhe marcando traumas e tristeza que guardara para si.

Afonso e Catarina sentam perto da pequena fonte, tendo uma incrível vista e um local perfeito em mútua troca de olhares.

- Afonso... – Catarina menciona seu nome saboreando a paixão que vinha junto – E Amália? Você soube mais alguma coisa dela?

A menção do nome da mulher que amava, ou amou, fez o coração de Afonso falhar uma batida.

- Infelizmente não. Por minha decisão, segui em frente e a deixei. Ainda é tudo muito confuso – confessa Afonso e olha para a bela princesa em sua frente – Vosso pai mencionou o príncipe de Brúnis. Soube do rompimento do noivado.

O corpo de Catarina enrijece com o nome dito por Afonso e o calafrio do medo transpassava por suas veias. Ela preferia dançar com o Diabo do que ver aquele homem sem coração que a fez temer o amor.

- Não desejo falar sobre aquele parvo – diz ela ríspida e Afonso se surpreende com tal atitude. Se perguntava o que de fato havia ocorrido em Brúnis. Catarina retornou de lá temerosa e mais fria, segundo as palavras de Rei Augusto, passou dias sem querer ver ninguém.

- O que aconteceu, Princesa? – pergunta e ela não permite que a lágrima escorra.

Ela não queria voltar as péssimas recordações daquela noite e do quanto desejava ter a morte. Se não fosse por um dos guardas, não saberia do que seria seu futuro.

- Henrique merece a solidão e em meu desejo íntimo é a sombra que o persegue o deixe tão louco, a ponto de não saber competir com a realidade – diz ela com raiva na voz e olha para Afonso, vendo sua compreensão nos olhos.

- Me perdoe, alteza. Não queria deixá-la dessa maneira – diz Afonso arrependido por tocar em um assunto ruim.

- Não. Tudo bem. Eu confio em você e somos... amigos, não? – diz ela e ele retribui com um sorriso – A maldade sempre existiu, só não imaginava que a impureza da mesma se apossava no ser que é Henrique. Ele não respeita os sentimentos de ninguém, ambicioso e sem caráter. Não desejo ele como partido a nenhuma mulher, seja ela o que for.

Catarina silenciou sua raiva ao trocar um breve olhar a Afonso. Eram os dois sozinhos ali e ele se compadecia com a tristeza nos olhos dela, querendo apagar se fosse preciso aquilo dela.

Afonso enxugou a lágrima que descia e se aproximou do rosto da princesa, sentindo a respiração descompensada dela. Ele não entendia a força que transmitia seu desejo de querer tocar aqueles lábios carnudos da princesa.

- Catarina... – sussurrou e então ela, sem esperar nada, o beijou de forma carinhosa e ele ficou surpreso com a atitude dela. Mas não os separou, retribuiu com a mesma sede e agarrou sua cintura, levantando ambos do pequeno banco.

Ele apertava subia e descia suas mãos pela cintura da princesa, colando ela contra seu corpo forte. E seus lábios passaram pela bochecha da princesa e foram parar em seu pescoço, sentindo o perfume de jasmin em sua pele.

- Eu... Afonso – diz ela com a voz embargada e ele lhe aperta com um abraço.

Seu coração aos poucos se acalmava e permitia o contato entre ambos. 

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