~Capítulo 19~

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Em algum lugar da estrada...

Ele estava pronto para regressar em seu destino final. A viagem o matava de cansaço, o que piorava seu mal humor e vontade de desviar o caminho para ir direto para casa.

Sua cabeça girava na imagem da princesa sorridente quando olhava para o seu rival e a frieza com o que recebera. Aquilo fervilhava suas veias de ódio, inveja e possessão. Quando soube que o noivado entre ela e Henrique estava desfeito, passou a enviar cartas para Artena em uma súplica de aliança para com a princesa. Tendo a falta de respostas de todas elas, frustrando seus planos em tomar o reino.

- Aquele caquético do Augusto vai se arrepender de ter me negado uma aliança – diz Otávio aos ventos.

Enfim a carruagem para e logo o seu fiel escudeiro, Aries, abre a porta e diz:

- Regressamos, majestade – Otávio estende um sorriso irônico nos lábios.

- Grato, Aries – agradece ele e desce de sua carruagem – Peça aos guardas que avise ao príncipe Henrique sobre minha vinda – ordena para Aries.

- Sim, majestade – Aries chega até um dos guardas, que logo entra para avisar da chegada surpresa de Rei Otávio.

- Henrique vai ser a peça fundamental para minha vingança – diz Otávio sozinho.

Imediatamente, Henrique sai de dentro do Castelo acompanhado de seu fiel escudeiro Hermes. Ele marcha daquele jeito arrogante de sempre até o Rei de Lastrilha.

- Majestade – reverencia Henrique.

- Alteza – retribui Otávio.

- A que devo honra de sua visita repentina? – pergunta Henrique – Nas tradições normais, os nobres avisam sobre suas visitas em cartas.

Rei Otávio dá um riso debochado da maneira arrogante como Henrique se dirigia a ele. Dava até um prazer em ver os dois tinham algo em comum: a falta de sentimentalismo puro em suas almas.

- Sabe, alteza. Eu até poderia dizer que acabo de vir de Artena – começa a contar – Além de ter que seguir o protocolo em ouvir as besteiras de Augusto, me deparei o quão feliz a Princesa Catarina se encontra nos braços de Afonso. E creio que isso te incomoda, não é? – atenta Otávio.

- Tamanha surpresa me dá em ver que queira me provocar com essas asneiras que sai de sua boca, não é majestade? – responde Henrique a altura, dando um sorriso irônico – Se veio aqui somente para isso, sugiro de retome sua viagem de volta a seu reino, majestade.

Henrique vira as costas para Otávio e logo para no meio do caminho ao ouvir tal proposta.

- E se te dissesse que vim aqui para te propor uma aliança em troca de vingança? – Henrique demonstra se interessar – Creio que tem um certo tipo de... ódio por Afonso e queira se vingar de Catarina.

- Eu nunca fui bom homem aos olhos de meu pai, majestade. Para o Rei Miguel, eu deveria me espelhar naquele príncipe incompetente de Montemor – diz Henrique – Jamais trocaria minha vida dentro de um castelo para sujar a sola de minha bota na lama por uma vidinha de plebeu ao lado de uma mulher miserável. E pra terminar a cena: Catarina se recusava a se entregar para mim.

- Augusto negou minha mão em casamento com a princesa. Na verdade, queria mesmo era aliança com o Reino dele – diz Otávio – E Afonso teve tudo de bandeja.

Henrique então percebe que Otávio é um homem frio, cheio de amargura e no lugar de um coração carregava uma pedra.

- E o que exatamente vai me propor, majestade? – pergunta Henrique.

- Quero me aliar a você e os planos que tenho em mente, para uma batalha justa – diz Otávio.

- Então a nossa reunião será demorada. Entre que mandarei servir uma taça de vinho – convida Henrique e logo os dois entram no Castelo.


Reino de Alcaluz

Alcaluz é um reino um tanto frio e parcialmente abandonado. Logo após a partida do rei, tudo ruiu e muitos plebeus partiram para outros povoados em troca de uma vida menos falida e Rainha Margot se acabava em tristeza, tendo suas confusões mentais cada dia que passa.

Lucrécia, era uma princesa típica desmiolada, arrancava risos com seu jeitinho maluco de ser. Não se preocupava muito com a vida, porém isso havia mudado quando percebia que a tia enlouquecia cada dia mais.

- Meu tio, a titia está cada vez pior. Não irá demorar em vermos ela tentar escalar uma plantação de cenouras ou algo do tipo – diz ela a Heráclito, o irmão de Margot e que tentava ao máximo ajudar aquele reino.

- Ora Lucrécia, sua tia sempre foi desmiolada. Só piorou quando Rei Guilherme de Monferrato a abandonou, tendo que se casar com o seu tio e comandar o reino – diz Heráclito.

- Isso aqui mais parece uma casa de loucos, meu tio – diz a princesa e arranca risos de sua aia, que rapidamente disfarça – Se eu fosse um pouco mais dentro do meu juízo, pediria a minha tia que me deixasse reinar Alcaluz. Porém, não estou apta a tal cargo.

- A não ser que se case com algum príncipe. Claro, alguém que esteja capacitado – diz Heráclito.

Ao ouvir a palavra "casar", lembrou-se de momento de Príncipe Rodolfo. Quando se viram na festa em Artena, pagando aquele mico quando ficaram aos beijos na frente dos nobres presentes e sorriu torto.

- Alteza – grita sua aia, assustando a princesa e a mesma lhe belisca o braço.

- Não tente me matar de susto, capeta – xinga Lucrécia e tapa sua boca – Desculpe, senhor – diz olhando para o céu.

- Suponho que estivesse pensando no príncipe Rodolfo – diz Heráclito e Lucrécia confirma.

- Sim, meu tio. Rodolfo de uma certa forma me atraiu e quando o senhor disse a palavra "casar", pensei que não seria errado propor uma aliança a ele – diz ela em um dos poucos surtos de inteligência.

Heráclito não acatou a ideia como sendo ruim, porém seria terrível aos olhos de Rainha Margot ver o neto de seu grande amor, Rei Guilherme, se casando com sua sobrinha. 

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