~Capítulo 02~

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Catarina

A conversa com Afonso foi um tanto... confortável para mim. De uma maneira estranha consegui me sentir bem em falar como me sentia, o que não era de meu costume depois da morte de Rainha Cecília, minha mãe, e ver Afonso depois de tanto tempo me trouxe lembranças agradáveis dos nossos tempos de adolescentes.

- Alteza? – chama-me Lucíola, minha dama de companhia.

- Sim Lucíola – respondo um tanto ríspida.

- Se me permite um comentário, alteza. Desde de seu retorno ao passeio de cavalo, tem suspirado e ficado um tanto distraída – comenta ela.

- Lucíola, recorda-te de príncipe Afonso? – pergunto a ela e mostra-me um sorriso fraco.

- Tão pouca a memória tenho do príncipe no auge de sua puberdade – diz ela e suspira feito uma menina folheando o romance de seu livro preferido.

- Achava o príncipe um homem viril em sua beleza? – pergunto e ela ma olha com espanto.

- Alteza, seria muito impróprio de minha parte reparar em príncipe Afonso. Passaram-se anos desde sua última visita. Devo nem reconhece-lo – responde ela. Lucíola monta seu disfarce em termos de reparos, sendo assim sua qualidade competente como serva dos nobres.

- Encontrei-o em meiode tristeza sentado a um rochedo na beira da cachoeira. Ele desabafou seus aflitos e eu o retribui, da mesma maneira – digo – Lucíola, eu estranhamente agi confortavelmente perto dele em meus desabafos. Não me reconheci. Parecia tirar-me o que há de bondade dentro de mim.

Eu dizia e vinha em minha memória o seu olhar um tanto triste pelos seus problemas, e ao mesmo tempo tão cavaleiro em sua vontade de me ouvir.

Se eu fosse uma mulher fácil de ser levada ao sentimento, teria ouvido meu coração e me aproximado mais dele. Talvez acabaríamos ou não trocando beijos na beira da cachoeira, como um par de personagens apaixonados.

- Deve ser porque vossa alteza tenha um sentido uma leveza perto de um homem tão afetuoso quanto o príncipe Afonso. Afinal, se conhecem desde muito novos – comenta Lucíola.

- Catarina, minha filha – chama-me Augusto, meu pai.

- Sim, meu pai. O que deseja? – pergunto e me levanto.

- Minha filha, como foi o passeio? – pergunta ele – Vejo que os ares lhe fez bem.

- Meu pai, foi muito bom respirar os bons ares de Artena. Fui até a pequena cachoeira – digo e ele sorri.

- Alteza, Majestade. Com licença – reverencia Lucíola e nos permite um momento a sós com meu pai.

Me permito ficar afoita, ansiando em contar-lhe que encontrei Afonso.

- Fico contente que tenha se permitindo um pouco de distração, minha filha – diz ele.

- Meu pai, encontrei Afonso – digo e ele demontra estar surpreso – Devo dizer que se encontrava em prantos, talvez por seus recentes aflitos. Conversamos e trocamos um desabafo de amigos.

Meu pai sorri e creio que se contorce em felicidade por citar alguém de seu agrado desde muito tempo. Rainha Crisélia era uma grande amiga, permitindo muitas tardes de chá em companhia dos seus netos amados: Rodolfo e Afonso. Irmãos igualando sangue nobre e sobrenome de honra, porém diferentes em seus defeitos e qualidades.

Afonso já nascera para tais ensinamentos empregados durante sua vida, sendo mais categórico e objetivo no quesito lutar por suas escolhas. Já Rodolfo, encontrava-se um passo a menos de ser responsável em assinar um cargo tão grande e suportar o peso que traz a coroa. Cresceu somente em tamanho, pois em termos de cérebro lhe faltava um neurônio ou dois.

- Mais contente fico em saber que ainda aprecia o bom e honrado Afonso. Eu pouco me interesso por ter escolhido viver um grande amor à ficar tomar a coroa que lhe é de seu direito – diz meu pai e trocamos um sorriso – E o que conversaram?

- Transmiti um convite para uma visita, que há tempos não temos, aqui no castelo. Ele pareceu apreciar – digo e meu pai segura em minha mão.

- Não esperava nenhum outro tipo de feito melhor como este, minha filha – diz – Afonso é como se fosse o filho homem que a vida me presenteou. Logo após sua chegada, minha filha.

- Fico grata por tais elogios, meu pai. Me dá honra em ser sua sucessora e ter sido educada por nobres tão nomeados como você e minha mãe, que em paz descansa – engulo o bolo que em minha garganta se forma.

- Bem, voltarei as minhas obrigações de soberano – diz ele – Já pensou na proposta de casamento que Pietro, príncipe de Alfambres, lhe fez? Até que o acho um bom partido.

- Meu pai, me atrevo dizer que esse é um assunto ainda a se pensar. Prometo que lhe darei a resposta após a ceia – digo e afirma com a cabeça, se retirando. 

Fico sozinha, aonde o barulho da fonte é o único som que se faz presente. Consigo me manter calma e penso em Afonso, naquele curto momento que tivemos na cachoeira. 

Você Pertence a MimOnde histórias criam vida. Descubra agora