~Capítulo 30~

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Reino de Artena

Rei Augusto está entretido entre os papéis e obrigações de um bom soberano. Pensava em como seria Catarina como rainha, já que agora todos os planos dele haviam mudado com a gravidez recém descoberta da filha. Afonso é um príncipe, porém possivelmente será nomeado rei por Crisélia.

Ele fica um tanto entusiasmado em saber que Catarina havia se encantado por um homem tão honrado e responsável quanto é Afonso. Via nele o filho homem que, infelizmente, não pôde ter. Dava graças aos céus que o seu neto não seria filho de Henrique, príncipe de Brúnis, ou de Rei Otávio. Dois homens sem escrúpulos, frios e sem caráter. Ele odiaria ter que recordar o que fizeram com Catarina e do sofrimento que foi para ela aos dias que foram seguindo.

- Majestade – chama Demétrio ao cruzar a porta da biblioteca.

- Sim, Demétrio – responde Augusto.

- Mandaram esta carta. O remetente é desconhecido – diz o conselheiro.

- Do que se trata? – pergunta o soberano de Artena

- Majestade, creio que o senhor deva ler. Só o aconselho a ter cuidado, pois quem veio entregar a carta foi um jovem rapaz e ele parecia temeroso – diz Demétrio.

- Está bem. Me dê aqui – ele diz e pega a carta, desenrolando-a devagar.


Ao Reino de Artena e sua grande soberania.

Meu caríssimo Rei Augusto... leia isto imaginando meu saboroso tom irônico de voz...

Creio que sua filha Catarina guarda segredos além de um plano, deveras antigo até, para conseguir uma gravidez do patife do príncipe de Montemor. Sabemos a mulher esperta, inteligente e bastante objetiva que ela é quanto aos seus sentimentos. Porém, será que seu querido amigo sabe da verdade completa a história da princesa junto a Henrique?

Você deve estar se perguntando ao momento exato em que passa os olhos pelo papel e já lembrando do que se trata, não é?

O seu Reino é de uma terra esplêndida e o objetivo do meu casamento com Catarina nada mais era de um grande interesse em vossas terras para que a minha pudesse ganhar uma nova expansão. Claro que a sua resposta negativa muito me enraiveceu.

Saiba que ao lhe escrever esta carta, arquitetei um esquema tão bom que só ficará sabendo no que dia acontecer. E serei bonzinho até em alerta-lo: se eu fosse você, não subestimava a inteligência de um outro rei e seu príncipe aliado.

Remetente: Rei Otávio de Cázeres – Rei de Lastrilha


- DIABOS! – berra Rei Augusto batendo na mesa – Esse infeliz do Otávio está planejando alguma coisa e isso pode acabar em uma guerra.

- O que posso estar fazendo, majestade? – pergunta Demétrio.

- Reúna toda a guarda de Artena, Demétrio. Toda segurança pode ser pouco – ordena Rei Augusto – Não sei do tamanho de toda arapuca que esse... verme do Rei de Lastrilha armou para nós. Acredito que devemos convocar mais jovens e rapazes mais adultos para formar outra guarda.

- Sim, majestade – diz Demétrio.

- Agora vá, Demétrio. Reúna a guarda – ordena ele e o conselheiro sai da biblioteca.

Augusto também coloca a mente pra funcionar ao lembrar também sobre algo de Catarina. Que plano seria esse que sua filha concluiu? Catarina novamente planejou uma aliança?

- O que você me esconde, minha filha? – se pergunta em tom alto de voz – Não é possível que novamente isso irá acontecer.

Ele fecha os olhos e respira fundo.


Reino de Alfambres

Rei Heitor junto a sua esposa e filho tomavam um delicioso chá da tarde. Apreciavam a beleza dos jardins de todo seu reino e lembrou-se de sua filha mais velha, a Princesa Pamela, que agora estava em um reino tão longe e pouco se teve notícias dela.

- Lembrando-se de Patrícia, meu querido? – pergunta Gertrudes.

- Sim, minha amada – responde ele e coloca a xícara em cima da mesa – Há tempos que não me envias cartas ou regressa por aqui. E ela adora esse horário do chá, senti a essência das flores dos jardins.

Princesa Patrícia era filha mais velha de Heitor, uma graciosa mulher que sempre esteve a frente de seu tempo desde criança e poucos anos atrás fora morar com sua tia, que é também madrinha, depois da mesma ficar doente. Mandava cartas e quando podia regressava em Alfambres para visitar seus pais.

- Papai, minha irmã deve estar atarefada nos cuidados com titia. Logo menos esperamos, ela faz sua entrada triunfal pelas portas do castelo – diz Pietro e eles riem.

O momento é interrompido pelo mensageiro com um recado em mãos e vê-se que é de Brúnis, o reino vizinho. Heitor toma o papel timbrado e começa a ler.


Ao Reino de Alfambres

Rei Heitor,

Pedi aos nossos respectivos mensageiros entregar-lhes em mãos os meus mais sinceros avisos, para que possam redobrar os cuidados com seu reino e sua nobre família.

Meu primogênito, Henrique, partiu sem ser visto daqui do reino e passou-me um recado escrito que estará se aliando ao soberano Otávio de Cázeres, Rei de Lastrilha, e nas entrelinhas de suas palavras pude notar que não há bons planos vindo deles dois.

Meu coração de pai se lamenta, pois criei um monstro sob meu teto e meus olhos se fecharam perante a isso. Agora lutarei para toda um povo seja protegido de uma possível guerra que o Rei de Lastrilha e meu filho, Príncipe de Brúnis, poderá causar.

Proteja sua família, meu amigo. Pois a minha encontra-se em sofrimento.

Remetente: Soberania Miguel – Rei de Brúnis


Rei Heitor se emociona ao ler palavras de um pai que tanto se quebra por ter um filho sem caráter e manipulador como Henrique. E logo pensa numa estratégia de proteger seu reino e sua família, ou então se aliar a Artena para poder ajudar numa guerra que pode acontecer.

- O que houve, querido? – pergunta Rainha Gertrudes preocupada com a reação do marido.

- Rei Miguel me enviou um recado, um tanto desesperador – responde ele – Henrique partiu para o reino de Lastrilha e ao que tudo indica, há péssimos planos envolvidos nessa viagem repentina do príncipe.

Pietro ouve tudo e já imaginara o porque estava acontecendo tudo isso.

- Papai, o príncipe Henrique assim como Rei Otávio querem vingança – diz ele e Heitor se surpreende com o filho.

- Como sabes, meu filho? – pergunta o rei.

- A princesa Catarina desistiu do casamento com Henrique, aonde quase uma tragédia aconteceu e o Rei Otávio tentou fazer uma aliança com ela logo depois, visando seu interesse nas terras de Artena, mas o Rei Augusto rejeitou a proposta – responde Pietro, porém ele não contou de um detalhe que soube pela governanta de Lastrilha, onde a mesma tem uma sobrinha que trabalhou no Reino de Brúnis na época do noivado de Catarina e Henrique.

- Eles dois vão provocar uma guerra. Aonde muita gente inocente pode morrer, tudo por causa da inveja e da vingança de dois homens sem nenhuma nobreza no coração – lamenta a Rainha Gertrudes.

- De fato, minha amada. Irei preparar os melhores guardas e escreverei uma carta para Rei Augusto – diz Heitor – Obrigado, meu filho, por nos contar. Isso fará que nosso reino fique seguro.

Pietro sorri e Heitor se prepara para seguir com um plano contra toda essa lambança. 

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