~Capítulo 07~

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Em Artena – Povoado da Plebe

Me sentia cada vez mais confusa após a partida de Afonso. Parecia que meus sentimentos gritavam para que eu fosse atrás dele no Castelo de Artena e tentar encaixar as peças que faltavam. Quem de fato ele era? O que fazia em minha casa?

Minha mãe e Thiago conversavam comigo e perguntavam a todo momento se eu tinha plena certeza da falta de conhecimento sobre o homem que era Afonso. Fui sabendo por partes do que realmente aconteceu: eu e ele nos casamos, ele abdicou de um reino para viver comigo aqui no povoado, eu e ele éramos felizes e até cheguei a engravidar.

Eram informações e lembranças vazias. Nada vinha em minha mente e então sai para espairecer.

- Amália – chama Diana – Como está se sentindo?

- Oi Diana. Estou bem – respondo, soando um pouco rude – Desculpe-me, não queria ser rude com você.

- Sem problemas. Eu te entendo – diz ela e seguro em sua mão – Thiago me disse que suas memórias sobre Afonso não voltaram.

- É isso que me faz ter dúvidas. Porque teria memórias de alguém que não conheço? – digo – Eu... eu não sei o que dizer. Me falaram que fomos casados, mas estou noiva de Virgílio. É impossível ter me casado com outra pessoa.

Diana percebia que me atormentava esse assunto e logo assumiu uma carranca de dúvidas.

- É estranho você perder a memória assim, de uma hora pra outra. Não vi se houve pancada na cabeça em sua queda – diz ela e não entendo o que diz.

- E a barraca de caldos? – pergunto mudando de assunto.

- Está indo bem, como sempre. Estou pegando o jeito e Thiago me ajuda. Vai voltar a trabalhar? – pergunta ela e sorrio.

- Sim. Eu gosto de trabalhar e senti falta da barraca do tempo que fiquei repousando – digo e ela sorri.

Continuamos com o nosso passeio e Virgílio se aproxima. Ele parece com uma expressão galanteadora e preocupada.

- Virgílio... oi – digo e ele sorri de canto. Estranho não ficar atraída pelo jeito dele.

- Com licença – diz Diana e nos deixa sozinhos.

- Estive preocupado com você. Está melhor? – pergunta ele e sorrio com sua generosidade.

- Estou sim, obrigada por perguntar – digo. Ele me convida a voltar a caminhar e durante esse tempo ficamos conversando.

Engraçado que ele não me pergunta nada a respeito de alguma lembrança de Afonso. Até seria um alívio se não me causasse tamanha surpresa nesse aspecto, porém deixo de canto o assunto e volto a observá-lo.

E no rompente momento ataco seus lábios e ele, surpreso, me corresponde.


Castelo de Artena

Era o dia mais bonito de todos os tempos no reino do soberano Augusto de Lurton. Ele acorda extasiado, pois era o dia em que comemoraria mais uma primavera de vida da Princesa Catarina. Essa data sempre o revigora como pai e rei, lembrando-se também da vida que nascera de sua amada falecida esposa e grande Rainha Cecília e que dera a tristeza da partida poucos anos depois devido a peste que assolou Artena. Catarina era pequenina e passou dias sentada no canto de seu quarto triste por não ter mais a mãe.

Sem perceber, derrama poucas lágrimas ao se rasgado por essa lembrança e logo vem o do último baile de aniversário de Catarina em que esteve com Cecília e até planejavam ter outro herdeiro.

Afonso se instalaraem um dos quartos perto dos nobres após sua vinda ao Castelo, mesmo dizendo que não se importava em dormir em outros aposentos mais simples, mas por insistência do Rei ele decidiu ficar. Tinha dúvidas se seria uma boa ideia participar da comemoração do aniversário da Prinesa, já que deixou de atende como um nobre para viver no povoado como um plebeu. Sentia-se um tanto perdido.

Catarina despertara e seu desjejum já a aguardava com Lucíola, sua fiel aia e amiga.

- Bom dia, alteza – diz Lucíola em reverência e Catarina sorri, levantando de sua cama.

- Bom dia, Lucíola – responde ela e a mesma segura em sua mão.

- Feliz aniversário, alteza. Eu tenho orgulho de poder servir a senhora em todos esses anos – diz a aia com um sorriso esplêndido nos lábios.

- Grata pelos cumprimentos, Lucíola. Saiba que aprecio como é fiel e amiga – diz a princesa em tom sincero, deixando a moça feliz – Hoje é um grande dia. Meu baile de aniversário.

- Sim, alteza. Tomei a liberdade de poder escolher o vestido para esta noite – diz Lucíola e Catarina se surpreende com a atitude de sua aia.

- Sempre me surpreendendo, Lucíola. Obrigada – agradece a princesa e as portas de seu quarto se abrem, entrando por ela seu pai com um sorriso no rosto de grande alegria.

- Minha filha, vim aqui lhe desejar um feliz aniversário. Sou grato pela filha que minha amada esposa me deu de presente. Ela deve estar orgulhosa da mulher que é, esteja onde estiver – diz ele e Catarina se emociona com a declaração de seu pai – Eu te amo, minha filha.

- Eu também, meu pai. E minha mãe está comigo em todos os momentos. Obrigada – eles trocam um abraço aconchegante e sorrisos. 

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