~Capítulo 26~

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Reino de Montemor

- Não sabem o quão em êxtase me encontro vê-los novamente, meus queridos – diz Crisélia para Afonso e Catarina ao chegarem ao escritório.

- Vovó, me sinto lisonjeado em ser recebido assim. Apesar de eu ter ido embora sem dar explicações – diz Afonso e abaixa o olhar. Catarina coloca a mão em seu ombro, sorrindo de lado rapidamente.

- Esta sempre será sua casa, meu neto – diz Crisélia – Então, vamos direto a esta grande notícia que vieram me dar pessoalmente.

- Majestade, saiba que não era planejado e acabou que Afonso e eu nos envolvemos enquanto ele estava em estadia por Artena – diz Catarina, toda sincera e objetiva como uma boa nobre.

- E eu faço muito gosto que isso tenha acontecido. Você é uma grande mulher, Catarina – elogia Crisélia e Catarina sorri.

Catarina e Afonso se olham, o príncipe abraça a princesa de Artena de lado e Crisélia está com um brilho radiante no olhar. Ela não seria contra Amália, caso Afonso quisesse se casar com a moça e transformá- essência de todos.

Mas Catarina, sempre foi disputada por nobres de outros la em uma grande nobre. Afinal, Crisélia sempre teve o coração aberto para todos e dedicou-se a acreditar que não se fazia diferença, o que importa é a reinos pela inteligência, astúcia, dedicação e sabe ser fria quando se trata em cumprir as sinas da nobreza. Crisélia sempre pensou em casar Afonso e Catarina para continuar o plano de paz entre reinos.

- Vovó, Catarina e eu temos uma notícia um tanto boa – diz Afonso e Crisélia prende sua atenção aos dois.

- Majestade, eu estou grávida – conta Catarina apertando a mão de Afonso, respirando fundo.

A Rainha de Montemor paralisa, em segundos de puro silêncio e solta o ar que segurava. Ela põe a mão no peito e ri.

Afonso e Catarina franzem o cenho, estranhando o jeito da Rainha Crisélia.

- Majestade, está tudo bem? – pergunta Catarina, receosa.

- Não – Crisélia responde e Afonso paralisa – Está tudo ótimo, alteza. Isso é... isso é... magnífico.

Catarina solta o ar, colocando a mão no peito e sorri.

- Serei bisavó. Meu Deus, isso é o sonho que tive algumas noites atrás. Talvez pudesse ser um aviso – Crisélia abraça Catarina – Obrigada por isso, minha querida. É gratificante.

Em seguida ela abraça Afonso, que fica emocionado e ao mesmo tempo receoso. Ainda tinha a questão da Amália, pois não foi franco com ela.

- Ficamos contentes em saber que gostou da notícia, vovó. É maravilhoso saber que serei pai, achei que fosse acontecer mais futuramente – diz Afonso olhando nos olhos negros de Catarina, que deixa escapar uma lágrima.

- Um bisneto. Herdeiro de Montemor e Artena – diz a Rainha feliz ao extremo – Precisamos anunciar ao povo e preparar o casamento de vocês.

Quanto mais Crisélia levantava o assunto, Afonso se perdia nas próprias decisões e a essa altura Amália estaria se sentindo abandonada. Agora ele teria uma nova responsabilidade em sua vida, não poderia mais se afastar de sua realidade e talvez seja o momento de pensar em como terminar sua relação com a Amália.

- Majestade, eu fico extasiada em dar essa alegria a família Monferrato e também ao meu reino – diz Catarina – Será que poderia te acompanhar em um chá?

- Oh será um prazer, querida. Deixe-me pedir a Brumela que prepare uma bela mesa de chá na sala de refeições. Espere um momento – diz a Rainha e sai do escritório.

Catarina percebe o estranho silêncio demasiado de Afonso e toca em seu braço.

- A Rainha Crisélia ficou muito contente. Confesso que temia ela não achar certo termos um bebê antes de casar – diz Catarina e Afonso coloca a sua mão em cima da de Catarina.

- Minha avó sempre foi muito gentil e caridosa. Afinal, já estava na hora de dar um bisneto a ela – eles riem.

- Há aquela questão que você teria que resolver. Certo? – afirma Catarina – Sua história com a plebeia Amália – a princesa demonstra firmeza em seus sentimentos.

- Catarina, já lhe disse que não irei enganar nem você e nem Amália. Serei franco com ela, por fim ela foi minha esposa e quase teve um filho meu também – diz Afonso – Se eu estava vindo embora, era pra organizar melhor minhas ações e pensamentos. E agora temos um filho a caminho, Catarina, um filho nosso e ele também é responsabilidade minha.

Catarina percebe que Afonso está confuso, ainda mais agora que terão um bebê no meio de toda essa história. Ela não aceitaria se separar do homem que amava e nem ao menos que alguém entrasse em seu caminho atrapalhando seus planos.

- Não quero que ninguém atrapalhe meus planos, Afonso. Meu amor por você é grande demais, como também pode ser grande meu desprezo se eu sequer for enganada – diz ela com lágrimas nos olhos – Eu não sofri o que sofri pra ser jogada de lado. Eu não tenho medo de muita coisa.

Afonso engole seco e teme que Catarina possa desaparecer com seu filho. Isso ele não iria permitir, muito menos ser encurralado desta maneira cruel e fria.

- Não sou homem de enganar e mentir, Catarina. Mas também não irei aceitar que me coloque contra parede pela sua frieza e não é só você que guarda uma coragem dentro do peito – responde ele – E se seus planos englobam eu e o filho que teremos, nisso peço que fique em paz consigo e comigo. Não aceitarei que leve meu filho pra longe. O seu amor é algo que não pode ser desprezado e assim cumprirei: nós dois quisemos nos envolver.

Percebia uma leve tensão entre eles dois. Seria o medo de ambos? Ou a realidade confusa no qual se envolveram, por um acaso, quando ouviram a voz do coração.

Afonso ajoelha em frente a Catarina e beija seu ventre ainda liso. A princesa derrama algumas lágrimas e acaricia os cabelos do príncipe.

- Então eu confio em você, Afonso. Seu filho e eu estaremos esperando você sempre – diz Catarina.

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