~Capítulo 32~

185 18 7
                                    

Reino de Alcaluz

Lucrécia estava presa em sua grande tristeza pelo recente falecimento da tia. Rainha Margot ainda deixara a forte presença e espírito sofrido perante as pedras do castelo. Heráclito estava perdendo o sono pelas demasiadas preocupações com o futuro do reino e deles ali.

O povo já chegava ao extremo da pobreza. A água estava secando e as comidas escassas, consequência de uma economia mal administrada por ali. Isso fez com que muitos arriscassem procurar abrigo em outros povoados em troca de uma nova chance.

Rodolfo chegava com Catarina, no cair do dia. A princesa de Artena olhava tudo aquilo com expressão de pena. Lembrando que houve tempos de glória, os rios faziam barulho suave e os jardins eram verdes como esmeralda.

- Alcaluz se tornou a sombria imagem da depressão – comenta ela balançando a cabeça – Levaremos mais tempo do que necessário por aqui, Rodolfo. O Reino está abandonado, os plebeus perderam até a esperança de tempos novos por aqui.

- Eu sei, Catarina. Alcaluz está caindo no esquecimento e o Conselho de Cália logo estará entrando no assunto. Precisamos levantar o astral daqui e se necessário ensinar Lucrécia. Querendo ou não ela é a herdeira de Margot – diz Rodolfo.

- Eu daria a ideia de levarmos ela até Montemor ou Artena para umas aulas de bons modos, regras de uma soberania ou algo que pudesse fazer Lucrécia entender a responsabilidade que carrega agora – comenta Catarina.

- Concordo com você, alteza. Até porque o castelo precisa de uma boa faxina. Olhe só essas paredes... argh! – comenta Rodolfo ao tocar um local empoeirado e com teia de aranha. Catarina ri do cunhado – E Afonso?

Catarina suspira ao ouvir o nome do amado.

- Pendências antigas. Saiu ontem ao entardecer e disse que não sabia quanto iria demorar o retorno – responde ela.

- Catarina, se me permite um conselho – pede ele e a princesa ouve – Não se abale com isso. Tenho certeza que Afonso já foi resolver com a resposta definitiva quanto ao assunto. Ele é muito sério com sentimentos e responsabilidades. Ele voltará com tudo resolvido – Catarina sorri ao ouvir tudo o que o cunhado diz.

- Obrigado, alteza. Seus conselhos de muito me acalmaram – agradece ela – Agora vamos nos concentrar em conversar com Lucrécia sobre Alcaluz.

A aia de Lucrécia recebe Rodolfo e Catarina, levando-os até a sala de visitas. Heráclito se alivia ao ouvir a aia dizer que os nobres ali estão.

- Alteza – reverencia Catarina e logo depois Rodolfo – Sejam bem vindos a Alcaluz.

- Obrigada, conde Heráclito – agradece a princesa – Viemos para uma conversa definitiva sobre a situação em que se encontra Alcaluz.

- Bem, como puderam ver, estamos beirando a falência total e logo o Conselho da Cália levará a júri. Preciso de uma luz, altezas. Se conseguirem um milagre, é um bom começo – desabafa Heráclito.

- Se vossa graça me permite, posso tentar conversar com Lucrécia e ela poderá ficar uns tempos entre nossos reinos para algumas aulas. Afinal, agora é com ela que pesa a coroa – diz Catarina.

- E eu posso falar que minha vó Crisélia mande alguns criados para cuidar da limpeza do lugar também. Mas antes precisamos ouvir Lucrécia – diz Rodolfo.

Heráclito fica extasiado quando as altezas estendem as mãos para ajudar eles nesse momento tão difícil para todos.

É então que a aia chega amparando Lucrécia e Rodolfo vai até ela, a abraçando e beija sua testa. Catarina desperta um pouco dos sentimentos que possui, compadecendo com a pobre mulher em luto pela tia.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: May 06 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Você Pertence a MimOnde histórias criam vida. Descubra agora