~Capítulo 04~

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No Castelo de Artena

Estávamos sentados apreciando um delicioso chá da tarde, enquanto meu pai e Pietro, príncipe de Alfambres, conversavam e eu apenas dava-lhes meus sorrisos simpáticos. O que, na verdade, queria mesmo era estar apreciando o perfume das flores do jardim do Castelo.

- Pietro, me parece ser um rapaz honrado e digno. Sempre tive um apreço grande por vossa alteza – diz meu pai sorridente e ele me dirige o olhar. Procuro dar meu melhor sorriso.

Pietro me parecia ser um digno príncipe responsável e pronto para um desafio diferente. Porém, não sei explicar a falta de atração por ele. Talvez seja a ausência de uma boa convivência, o contrário do que foi com Istvan quando veio pedir minha mão em casamento. Ele até era um bom homem, mas exagerado em termos românticos.

- Catarina, minha filha. Aguardei sua resposta na ceia de ontem, porém deveras ter esquecido – diz meu pai – Está pronta para responder?

- Meu pai, creio que Príncipe Pietro e eu deveremos apreciar a convivência entre ambos para que eu possa dar a resposta – digo firme e objetiva – Aceita um passeio pelo labirinto do Castelo, alteza?

- Será um prazer, Princesa Catarina – responde ele me dando um sorriso tímido. Até que era bonito – Com licença, majestade. Agradeço pelo chá e pela vossa companhia agradável.

- Não há de que, alteza. Bom passeio aos dois – diz meu pai e seguro em sua mão.

- Não iremos demorar, meu pai – digo e ele beija minha testa.

Pietro me oferece um braço e eu o tomo em sinal de respeito e boa educação. Talvez não seria ruim passar um tempo com o príncipe, conhece-lo e quem sabe já não terei uma boa resposta ao seu pedido de casamento.

- Vosso pai é um homem encantador, alteza – diz ele e sorrio apreciada com tais palavras.

- Agradeço aos elogios, alteza. E se me permite, começo a ter apreço por vossa inteligência e humildade – digo sincera e ele abafa um sorrirso – O pouco que pude ver entre conversas, parece querer desafios diferentes e disposto a aprender muitas coisas.

- Sim, princesa. Vossa alteza deve entender o que é ter ânsia em apreciar novos desafios – diz ele e me olha.

- E está correto em suas palavras, príncipe – respondo atenciosa.

O cheiro dos arbustos do labirinto é inebriante e tão fresco, combinando com a tarde fresca de Artena. A brisa leve e apaixonada, revelando a natureza maravilhosa que existia a nossa volta.

Chegamos na pequena fonte presente no centro do labirinto e nos rochedos que formavam um banco redondo. Pietro abre espaço para que eu me sente e em seguida ele faz o mesmo gesto, ficando um perto do outro com os rostos próximos.

Ele tinha os olhos de uma cor mel, lábios carnudos e um sorriso de homem galante. Os cabelos curtos e bem penteados. Pietro não deixava de ser um homem viril, elegante e inteligente em suas atitudes. É o sonho de qualquer nobre moça ter ele como pretendente.

- Alteza, eu não pude deixar de reparar em sua aparência

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- Alteza, eu não pude deixar de reparar em sua aparência. Se me permite um comentário: é uma mulher muito linda e um sorriso apaixonante – ele elogia e fico sem graça com seu comentário. Não recebia elogios gentis como esse.

- Grata pelos elogios, alteza. Devo retribuir que também é um jovem bonito e galante – retribuo e ele sorri de canto.

- Aqui é tão bonito. Deve ser uma vista linda ao pôr-do-sol – diz ele e rimos.

- Eu gosto de contemplar o pôr-do-sol, às vezes. A maioria do tempo passo lendo alguns livros na biblioteca, romances e aventuras – digo e ele me surpreende ao mostrar o brilho de seus olhos.

- Eu também aprecio leituras. São eficazes em nos ensinar a falar e escrever melhor. Gosto mais do gênero ação e mistério, nos deixa com anseio de querer descobrir novas viagens nas palavras de cada página – diz ele e fico mais surpresa. Pietro é sábio com tudo que diz.

- Fico surpresa em tudo que me diz, alteza. É formidável como descreve as escritas dos livros, contando as mensagens presentes em cada linha e sabemos decifrá-las – digo e ele se aproxima, tomando minha mão com a sua.

E sua outra mão, livre, acaricia minha bochecha e coloca uma mecha do cabelo solto do grampo para trás da minha orelha. Um gesto sem compromisso e simples.

- Esse passeio está sendo um tanto interessante, ainda mais com vossa companhia. Confesso que, enquanto conversava com vosso pai, esperava ansioso estar a sós contigo – dizia ele encantando-me.

Nada eu disse. Apenas deixei me levar pelo jeito dele e começamos a nos aproximar devagar, nossos lábios se encostam em um selinho e o momento que permitíamos trocar um beijo, Lucíola nos interrompe.

- Altezas, desculpe em interrompe-los – diz ela com o rosto vermelho em vergonha.

- Se for importante, Lucíola. Diga – reconheço estar zangada com essa interrupção, mas estranhamente aliviada por não acontecer nada.

- O Príncipe Afonso acaba de regressar em Artena. Seu pai recebeu-o e achei melhor que a senhora fosse avisada – diz ela e Pietro fica atento.

Afonso veio mesmo para Artena. Meu coração batia descompensado dentro do meu peito e uma leveza cobria meu rosto por saber que iríamos ficar próximos.

Você Pertence a MimOnde histórias criam vida. Descubra agora