~Capítulo 09~

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Em Artena – Baile

Estava tudo correndo do jeito que esperava, todos os reis e rainhas vieram de toda Cália para apreciar o meu baile de aniversário e as princesas avaliavam os príncipes do qual imaginavam se casar. Eu ria da empolgação das meninas ao ver algum nobre se aproximar para pedir-lhes uma dança.

- Catarina, minha querida, como é bom vê-la – se aproxima a Rainha Crisélia junto com seu neto Rodolfo.

- Majestade, alteza. É um prazer recebe-los aqui – digo me reverenciando e Crisélia me dá um abraço carinhoso.

- Princesa, devo desejar um feliz aniversário. Que esta primavera se repita por longos anos – diz Rodolfo e beija minha mão. Sorrio em resposta pela educação e mudança de comportamento.

- Grata, alteza – agradeço e Crisélia mostrava um sorriso orgulhoso pelo neto.

- Meu neto Rodolfo aprendeu os bons modos. Fico honrada de poder ver que tem ficado atento as aulas – diz a Rainha – E Afonso? Onde está?

- Lucíola, chame Afonso, por favor. Diga que a Rainha Crisélia e o Príncipe Rodolfo desejam ve-lo – peço e Lucíola sai a procura dele.

Aproveito para conversar com os dois, perguntando sobre as aulas que Rodolfo está tendo em Montemor. E muito me surpreendeu o quanto ele se saira bem, em comportamento e inteligência. Estava em seu rosto que se sentia pronto para governar seu reino.

Logo nosso assunto para quando Afonso se aproxima juntamente com Lucíola, sorrio e aponto para Crisélia a proximidade do neto mais velho. Porém, meu coração dispara quando cruzamos nossos olhares novamente, o que tem acontecido muito após a estadia dele por aqui.

- Meu neto, Afonso – diz Crisélia emocionada e abraça Afonso. Rodolfo se alegra em ver o irmão – Como você está? O que aconteceu?

- Minha vó, eu adoraria conversar com a senhora sobre tudo. Porém, resumindo: eu e... Amália não estamos juntos e isso ainda me machuca, o que a estadia em Artena tem me ajudado a aliviar um pouco – diz Afonso – Meu irmão.

Os dois irmãos se abraçam e trocam sorrisos emocionados.

- Alteza, as princesas de Lúngria e Alcaluz desejam falar com a senhora – diz Lucíola e balanço a cabeça em sinal positivo.

- Peço licença a vocês e aproveitem o baile – digo e saio daquele momento família entre os Monferrato.

Lucíola me acompanha até Beatriz, princesa de Lúngria, e Lucrécia, princesa de Alcaluz. As duas conversam entre risos e logo param quando me veêm.

- Catarina, minha querida amiga. Meus parabéns pelo aniversário e o baile está lindo – elogia Beatriz.

- Obrigada, alteza. Lucrécia, que prazer em te ver – digo e se abana.

- Prazer é só a noite... ops – tapa sua boca e abafo um riso com a mão.

Lucrécia era divertida e engraçada.

- Vejo que está com suas atenções voltadas ao príncipe Rodolfo – digo olhando na mesma direção que ela.

- E no irmão dele também. Deuses me abanam! – diz ela se abanando com a mão. Pigarreio, sentindo um certo desconforto, mas não poderia discordar dela. Afonso era de uma beleza sem exageros, um sorriso de tirar o fôlego, barba rala, a voz grossa e sensual.

Quando percebo estou mordendo os lábios de olhos fechados e Lucíola me cutuca.

- Desculpem-me – digo e elas riem baixinho – Qual é a graça?

- Essa sua expressão de quem teve sonhos... digamos impróprios – diz Beatriz e logo recupero minha sanidade, ficando mais vermelha que uma maçã.

Uma música lenta começa a tocar e todos vão ao centro do salão dançar. Cada um com seu devido par. Uns apaixonados, outros apenas por galanteio e nobreza e alguns buscavam com os olhos alguém que estivesse sobrando.

- Princesa Beatriz, o Príncipe de Castelotes está ansiando por uma dança – dizia um homem, que surgira do nada ao nosso lado.

- Claro, será um prazer. Com licença, princesas – disse em sinal de reverência e assentimos.

- Lucrécia, porque não vai pessoalmente dar sua permissão a Rodolfo para uma dança? – pergunto e ela me olha surpresa.

- Não há problemas. Irei até ele – disse jogando os longos cabelos para trás indo até Rodolfo. Rio de seu jeito doido de andar.

Vejo somente Rodolfo e Afonso ali, pois Crisélia dançava com meu pai junto aos outros. Olhava todos ali animados, rindo, dançando e trocando singelas palavras.

- A princesa me daria a honra de uma dança? – escuto aquela voz atrás de mim e me viro. Afonso estende a mão esperando que eu a pegue.

- Ora, alteza. Seria de bom grado a minha imagem dançar com um simples e nobre plebeu? – pergunto fingindo seriedade e ele muda sua expressão, assumindo uma carranca engraçada.

Solto uma gargalhada abafada e ele me acompanha.

- Muito me aprecia seu bom humor, alteza – diz ele e pego sua mão, ele a beija – Isso a torna ainda mais atraente por tantos olhares.

- Agradeço ao elogio, alteza. Seria de minha boa vontade compartilhar dessa dança contigo – digo e ele me guia para a pista.

Acompanhamos todos os passos que aprendemos desde jovens. Afonso e eu trocamos pequenas prosas e risos. Mas ainda assim havia aquele ar de tristeza devido ao que aconteceu entre ele e a plebéia Amália, o que juntos conseguíamos esquecer por um tempo devido a nossa aproximidade.

Eu nunca esqueci de Afonso, desde sua última visita com a avó e o irmão, ainda no auge de nossa adolescência. E daquele menino, hoje era um homem lindo e desejável.

Sua mão segura minha cintura para uma dança mais íntima e fico satisfeita com o jeito que me guia, sem ligar para todos os olhares bobos que nos é dirigido. 

Você Pertence a MimOnde histórias criam vida. Descubra agora