Em Artena – Baile
Estava tudo correndo do jeito que esperava, todos os reis e rainhas vieram de toda Cália para apreciar o meu baile de aniversário e as princesas avaliavam os príncipes do qual imaginavam se casar. Eu ria da empolgação das meninas ao ver algum nobre se aproximar para pedir-lhes uma dança.
- Catarina, minha querida, como é bom vê-la – se aproxima a Rainha Crisélia junto com seu neto Rodolfo.
- Majestade, alteza. É um prazer recebe-los aqui – digo me reverenciando e Crisélia me dá um abraço carinhoso.
- Princesa, devo desejar um feliz aniversário. Que esta primavera se repita por longos anos – diz Rodolfo e beija minha mão. Sorrio em resposta pela educação e mudança de comportamento.
- Grata, alteza – agradeço e Crisélia mostrava um sorriso orgulhoso pelo neto.
- Meu neto Rodolfo aprendeu os bons modos. Fico honrada de poder ver que tem ficado atento as aulas – diz a Rainha – E Afonso? Onde está?
- Lucíola, chame Afonso, por favor. Diga que a Rainha Crisélia e o Príncipe Rodolfo desejam ve-lo – peço e Lucíola sai a procura dele.
Aproveito para conversar com os dois, perguntando sobre as aulas que Rodolfo está tendo em Montemor. E muito me surpreendeu o quanto ele se saira bem, em comportamento e inteligência. Estava em seu rosto que se sentia pronto para governar seu reino.
Logo nosso assunto para quando Afonso se aproxima juntamente com Lucíola, sorrio e aponto para Crisélia a proximidade do neto mais velho. Porém, meu coração dispara quando cruzamos nossos olhares novamente, o que tem acontecido muito após a estadia dele por aqui.
- Meu neto, Afonso – diz Crisélia emocionada e abraça Afonso. Rodolfo se alegra em ver o irmão – Como você está? O que aconteceu?
- Minha vó, eu adoraria conversar com a senhora sobre tudo. Porém, resumindo: eu e... Amália não estamos juntos e isso ainda me machuca, o que a estadia em Artena tem me ajudado a aliviar um pouco – diz Afonso – Meu irmão.
Os dois irmãos se abraçam e trocam sorrisos emocionados.
- Alteza, as princesas de Lúngria e Alcaluz desejam falar com a senhora – diz Lucíola e balanço a cabeça em sinal positivo.
- Peço licença a vocês e aproveitem o baile – digo e saio daquele momento família entre os Monferrato.
Lucíola me acompanha até Beatriz, princesa de Lúngria, e Lucrécia, princesa de Alcaluz. As duas conversam entre risos e logo param quando me veêm.
- Catarina, minha querida amiga. Meus parabéns pelo aniversário e o baile está lindo – elogia Beatriz.
- Obrigada, alteza. Lucrécia, que prazer em te ver – digo e se abana.
- Prazer é só a noite... ops – tapa sua boca e abafo um riso com a mão.
Lucrécia era divertida e engraçada.
- Vejo que está com suas atenções voltadas ao príncipe Rodolfo – digo olhando na mesma direção que ela.
- E no irmão dele também. Deuses me abanam! – diz ela se abanando com a mão. Pigarreio, sentindo um certo desconforto, mas não poderia discordar dela. Afonso era de uma beleza sem exageros, um sorriso de tirar o fôlego, barba rala, a voz grossa e sensual.
Quando percebo estou mordendo os lábios de olhos fechados e Lucíola me cutuca.
- Desculpem-me – digo e elas riem baixinho – Qual é a graça?
- Essa sua expressão de quem teve sonhos... digamos impróprios – diz Beatriz e logo recupero minha sanidade, ficando mais vermelha que uma maçã.
Uma música lenta começa a tocar e todos vão ao centro do salão dançar. Cada um com seu devido par. Uns apaixonados, outros apenas por galanteio e nobreza e alguns buscavam com os olhos alguém que estivesse sobrando.
- Princesa Beatriz, o Príncipe de Castelotes está ansiando por uma dança – dizia um homem, que surgira do nada ao nosso lado.
- Claro, será um prazer. Com licença, princesas – disse em sinal de reverência e assentimos.
- Lucrécia, porque não vai pessoalmente dar sua permissão a Rodolfo para uma dança? – pergunto e ela me olha surpresa.
- Não há problemas. Irei até ele – disse jogando os longos cabelos para trás indo até Rodolfo. Rio de seu jeito doido de andar.
Vejo somente Rodolfo e Afonso ali, pois Crisélia dançava com meu pai junto aos outros. Olhava todos ali animados, rindo, dançando e trocando singelas palavras.
- A princesa me daria a honra de uma dança? – escuto aquela voz atrás de mim e me viro. Afonso estende a mão esperando que eu a pegue.
- Ora, alteza. Seria de bom grado a minha imagem dançar com um simples e nobre plebeu? – pergunto fingindo seriedade e ele muda sua expressão, assumindo uma carranca engraçada.
Solto uma gargalhada abafada e ele me acompanha.
- Muito me aprecia seu bom humor, alteza – diz ele e pego sua mão, ele a beija – Isso a torna ainda mais atraente por tantos olhares.
- Agradeço ao elogio, alteza. Seria de minha boa vontade compartilhar dessa dança contigo – digo e ele me guia para a pista.
Acompanhamos todos os passos que aprendemos desde jovens. Afonso e eu trocamos pequenas prosas e risos. Mas ainda assim havia aquele ar de tristeza devido ao que aconteceu entre ele e a plebéia Amália, o que juntos conseguíamos esquecer por um tempo devido a nossa aproximidade.
Eu nunca esqueci de Afonso, desde sua última visita com a avó e o irmão, ainda no auge de nossa adolescência. E daquele menino, hoje era um homem lindo e desejável.
Sua mão segura minha cintura para uma dança mais íntima e fico satisfeita com o jeito que me guia, sem ligar para todos os olhares bobos que nos é dirigido.
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Você Pertence a Mim
Storie d'amoreAfonso abdica de seu trono para viver como um plebeu, em nome de seu grande amor por Amália. Protagonizando lindos momentos como casal, porém Amália sofre uma queda provocando perda de memória e de seu bebê. Desolado e com o coração partido, Afonso...