~Capítulo 14~

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Reino de Alfambres

Rainha Gertrudes e o Rei Heitor acabam de regressar em Alfambres após um longo dia no Castelo de Brúnis. Os dois não escondiam a aflição que os seguira por toda a viagem cansativa de volta ao reino.

- Mamãe, papai – Pietro os reverencia em sinal de respeito – Espero que tenham aproveitado o dia em Brúnis.

- Meu príncipe, não sabe o dia 'terrible' que foi. Um escândalo. Uma situação desastrosa – diz Gertrudes com seus típicos exageros em forma de drama medieval.

- Minha querida, não seja tão dramática. Acalme-se – diz Rei Heitor – Leila, prepare um chá de camomila concentrado para a Rainha, por favor.

- Sim, Majestade. Com licença – a súdita os reverenciam e sai diretamente para a cozinha.

- Mas o que de fato aconteceu, mamãe? – pergunta o príncipe.

- Henrique deu um de vários espetáculos. Digamos que demonstrou não ter dignidade e nem classe nobre em seu comportamento, meu filho – conta Rei Heitor – Ofendeu seu pai na frente de todos os nobres presentes no chá. Foi um fracasso a tarde com os reis.

- Um majestoso espetáculo privativo. Deuses me acudam – diz Gertrudes – Vou me recolher, meus queridos. Boa noite - a Rainha vai para seus aposentos, aonde lhe serviria o chá.

Pietro não demonstrou surpresa por tal ocorrido envolvendo mais uma vez o nome do Príncipe Henrique. Quando adolescente, presenciou tamanha ambição e arrogância do tal príncipe e nem conseguia acreditar como poderia chamar aquele nobre de amigo algum dia.

Ele sempre soube que Henrique continuaria a alimentar sua falta de nobreza. Quando visitou Princesa Catarina, em Artena, percebeu o olhar de raiva e ódio da mesma ao mencionar o nome do Príncipe de Brúnis, porém não soube do que ocorrera entre eles.

- Se eu disser que estou surpreso com a atitude dele, estaria cometendo o pecado da mentira, meu pai – diz Pietro.

- Eu sei, meu filho. Bom, irei me recolher junto de sua mãe, escândalos demais por hoje. Boa noite – diz ele para o filho e sai.

- Boa noite, meu pai – responde o príncipe.


Reino de Montemor

- Por deuses, Rodolfo. Enlouqueceu de vez foi? – ralha Rainha Crisélia com o neto mais novo.

- Minha vó, nada mais justo que beneficiar o povo com essa ideia – diz ele cansado da teimosia da avó.

- Abrir uma escola para começar treinar crianças para futuras guerras é uma ideia beneficiadora aonde, Rodolfo? – diz a Rainha brava – Santo Deus, isso é chamar para o perigo.

Crisélia revira os olhos indignada e balança a cabeça em negação. Rodolfo até que queria pensar como um "futuro Rei", mas a mente atrapalhada do príncipe não permite tais pensamentos verdadeiros.

Rodolfo parou por minutos e realmente viu que era um absurdo majestoso fazer isso com a liberdade das crianças, sem contar que isso é chamar para morte.

- Tem razão, minha vó. Perdoe-me por tamanho absurdo – fala Rodolfo se arrependendo da ideia louca dele.

- Muito bem – diz Crisélia – Rodolfo, meu neto, um rei tem que observar a necessidade do povo e também ouvi-los. Implantar regras é algo trabalhoso e é preciso votos do Conselho, se for o caso. Você está se saindo bem nas aulas básicas e logo virão a parte mais complicadas, que também saberá exercer bem as aulas. Tenho certeza.

- Obrigado, minha vó. Sua positividade me anima muito – diz Rodolfo.

Crisélia continua folheando o livro para continuar as aulas com seu neto mais novo e rapidamente lembrou-se de quando ensinou Rodolfo e Afonso a ler e escrever.


" – Vovó, eu sou péssimo – diz Rodolfo em seus 5 anos de idade.

Rainha Crisélia ria de sua esperteza com as palavras e via em seus olhos a vontade de querer ser inteligente como o irmão.

- Dolfinho, não fica triste – diz Afonso em seus 8 anos – Eu te ajudo.

Afonso sentou ao lado do irmão e começou a ensina-lo como curvava as letras no papel. Rodolfo ficava empolgado em como conseguia escrever as frases tendo a ajuda do irmão.

A porta do escritório se abre devagar e por ela entra Isabel, que apesar de passar de seus 30 anos, permanece jovem em seu olhar e expressão. Rei Guilherme acompanha a filha ao observar os dois netos.

- Mamãe – diz Isabel cumprimentando a Rainha.

- Olá minha filha – retribui e pega na mão de Guilherme – Querido.

Rodolfo e Afonso terminam suas tarefas de casa contentes com o resultado de hoje. Ao verem a mãe, vão correndo para seus braços.

- Mamãe – dizem ao mesmo tempo e a abraçam.

- Meus príncipes – diz Isabel – Vamos nos aprontar para a ceia, que o papai está chegando de viagem - eles se empolgaram gritando no colo da mãe.

- Isso mesmo, rapazinhos – diz Guilherme abraçando Crisélia.

- Vovô, vamos depois terminar aquele trenzinho de madeira? – pergunta Rodolfo – Você prometeu – eles riram da empolgação do menino.

- Vamos sim, meu querido neto – bagunça o cabelo do menino, que ri tentando ajeitar.

- Vamos Dolfinho. Vou te ajudar a se arrumar para esperar o papai – diz Afonso pegando o irmão pela pequena mão".


- Está se sentindo bem, vovó? – pergunta Rodolfo ao ver a avó com lágrimas nos olhos.

- Sim. Só me lembrei de você e seu irmão aprendendo a ler e escrever. Sua mãe e seu avô surgiram na lembrança – diz enxugando as lágrimas.

- Saudades de minha mãe. Uma mulher linda e incrível, como a senhora e meu avô – diz Rodolfo e beija a testa da avó, que sorri com o ato.

- Vamos retomar as aulas, querido – diz ela e continuam de onde pararam.

Você Pertence a MimOnde histórias criam vida. Descubra agora