~Capítulo 16~

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Em Artena – Castelo

Catarina suspirava cada toque de Afonso, uma batida de seu coração falhava e seu lábio inferior contra seus dentes implorando por um toque mais urgente. Era um dia claro, bonito em Artena e o lago dava um ar mais puro aquela tarde mágica.

A princesa tivera um ideia de fazer piquenique junto com Afonso, evoluindo para troca de carícias e beijos durante o passeio. Até que decidiram nadar no lago que ali havia, Catarina soltara os longos cabelos negros do grampo e tirara o vestido de forma que provocasse Afonso até dizer chega.

Totalmente nus, os dois pularam na água e se amavam como se não houvesse amanhã. Afonso tocava cada parte do corpo de Catarina, correspondendo as carícias com suspiros.

- Ah Catarina – suspira Afonso, aperto ainda mais o corpo da princesa ao seu e beija seu pescoço.

- Não podemos demorar, Afonso – ela dizia, em vão, pois não queria sair dali dos braços do homem que aos poucos fez seu coração se apaixonar.

- Recuso-me a te deixar sair dos meus braços, Catarina – diz categórico e a beija com ardor, como se fosse a última vez. E passou para seu busto e subindo de volta para sua orelha, mordiscando sem colocar força.

- Meu pai disse que iremos receber um nobre para a ceia. Devemos voltar, meu amor – diz a princesa olhando nos olhos de Afonso, fazendo um carinho em seu rosto.

Afonso se frustra por ter que interromper um momento tão bom para cumprir a obrigação do reino.

Eles saem da água e se secam, vestem suas roupas e recolhem tudo que trouxeram para o piquenique. Andavam em meio aos risos, beijos e de mãos dadas.

Afonso se via em uma felicidade diferente após o trágico término com Amália, ou talvez tenha somente vivido uma intensa paixão com a plebéia. Porém, Catarina o fazia se sentir mais vivo e esquecer de suas obrigações como parte da nobreza.

Enquanto isso, Rei Augusto se prepara para receber o importante nobre que confirmara presença. Porém, sentia que não se agradaria com tal visita. Talvez estivesse um pouco cansado, aliás já estava avançando certa idade e a vida de Rei já não era tão empolgante quanto fora na sua juventude.

- Majestade – reverencia Demétrio – Sente-se bem?

- Sim, Demétrio. Agradeço a preocupação – diz o Rei – Talvez seja apenas cansaço. A vida de Rei chega a pesar na minha idade.

- Imagino, majestade – responde Demétrio.

A serva anuncia que a visita acaba de regressar em frente ao Castelo. Logo ele pede que o recepcione para dentro.

Augusto se posiciona e respira fundo, para enfrentar mais uma tarde de longa prosa. Mas o que ele não esperava fosse estar cara a cara com um dos reis que menos tem apreço.

- Rei Augusto – diz com ar debochado e sorriso cínico nos lábios.

- Otávio. O que faz em Artena? – pergunta Augusto ignorando a falta de classe de seu rival.

- Soube por passarinhos que Princesa Catarina desistiu de seu noivado com Príncipe Henrique. Logo ele, um nobre tão... categórico – diz aos sorrisos de pura arrogância.

- Minha filha não se sentia feliz e não é de meu feitor ver alguém que amo sofrer, Rei Otávio. Como o protocolo da boa educação exige, o convido para uma conversa de homens em meu escritório, pois a minha idade já avançou a frente para papos banais – diz Rei Augusto sem perder a postura.

Nesse momento, os dois escutam risadas vindo de fora e um Afonso com Catarina nos ombros. Rei Otávio engole seco e fecha a expressão ao ver o Príncipe de Montemor ser o motivo daqueles sorrisos.

Princesa Catarina era seu alvo de puro desejo desde a primeira vez que veio para Artena, numa festa de gala para Reis e Rainhas. Imaginara que a jovem princesa pudesse devolver ao menos o pouco do amor que tinha quando sua esposa foi embora.

E nesse momento viu suas chances irem para o ralo ao ver Afonso e Catarina juntos. O gosto amargo do ódio se fez presente por entre seus lábios.

- Meus filhos, achei que iriam ficar pelo lago mesmo – diz Augusto e logo os dois retomam a posição séria. Catarina fica pálida ao ver Rei Otávio ali presente.

- Alteza – Otávio a reverencia e ela retribui fingindo boa vontade.

- Majestade – diz ela – Meu pai, perdoe-nos a demora. Nos distraímos com a paisagem daquele belo lago - Afonso segura um riso sem graça com a desculpa de Catarina.

- Não há o que desculpar, minha filha. Agora coloquem roupas secas e nos acompanhem para um chá da tarde.

Eles balançam a cabeça e vão para seus devidos aposentos para trocarem as vestes.

Otávio não se conforma com o que vira.

- Vejo que o Príncipe de Montemor retornou de suas.... férias do povoado da plebe – alfineta com bom gosto ao Rei de Artena.

- Matilde, prepare uma pequena mesa de chá, por favor – pede Augusto a serva, ignorando o comentário nada respeitoso de Otávio.

- Sim, majestade. Com licença – reverencia e sai.

- Me acompanhe Otávio – diz e sai andando, sendo seguido pelo Rei de Lastrilha. 

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