Em Artena – Castelo
Catarina suspirava cada toque de Afonso, uma batida de seu coração falhava e seu lábio inferior contra seus dentes implorando por um toque mais urgente. Era um dia claro, bonito em Artena e o lago dava um ar mais puro aquela tarde mágica.
A princesa tivera um ideia de fazer piquenique junto com Afonso, evoluindo para troca de carícias e beijos durante o passeio. Até que decidiram nadar no lago que ali havia, Catarina soltara os longos cabelos negros do grampo e tirara o vestido de forma que provocasse Afonso até dizer chega.
Totalmente nus, os dois pularam na água e se amavam como se não houvesse amanhã. Afonso tocava cada parte do corpo de Catarina, correspondendo as carícias com suspiros.
- Ah Catarina – suspira Afonso, aperto ainda mais o corpo da princesa ao seu e beija seu pescoço.
- Não podemos demorar, Afonso – ela dizia, em vão, pois não queria sair dali dos braços do homem que aos poucos fez seu coração se apaixonar.
- Recuso-me a te deixar sair dos meus braços, Catarina – diz categórico e a beija com ardor, como se fosse a última vez. E passou para seu busto e subindo de volta para sua orelha, mordiscando sem colocar força.
- Meu pai disse que iremos receber um nobre para a ceia. Devemos voltar, meu amor – diz a princesa olhando nos olhos de Afonso, fazendo um carinho em seu rosto.
Afonso se frustra por ter que interromper um momento tão bom para cumprir a obrigação do reino.
Eles saem da água e se secam, vestem suas roupas e recolhem tudo que trouxeram para o piquenique. Andavam em meio aos risos, beijos e de mãos dadas.
Afonso se via em uma felicidade diferente após o trágico término com Amália, ou talvez tenha somente vivido uma intensa paixão com a plebéia. Porém, Catarina o fazia se sentir mais vivo e esquecer de suas obrigações como parte da nobreza.
Enquanto isso, Rei Augusto se prepara para receber o importante nobre que confirmara presença. Porém, sentia que não se agradaria com tal visita. Talvez estivesse um pouco cansado, aliás já estava avançando certa idade e a vida de Rei já não era tão empolgante quanto fora na sua juventude.
- Majestade – reverencia Demétrio – Sente-se bem?
- Sim, Demétrio. Agradeço a preocupação – diz o Rei – Talvez seja apenas cansaço. A vida de Rei chega a pesar na minha idade.
- Imagino, majestade – responde Demétrio.
A serva anuncia que a visita acaba de regressar em frente ao Castelo. Logo ele pede que o recepcione para dentro.
Augusto se posiciona e respira fundo, para enfrentar mais uma tarde de longa prosa. Mas o que ele não esperava fosse estar cara a cara com um dos reis que menos tem apreço.
- Rei Augusto – diz com ar debochado e sorriso cínico nos lábios.
- Otávio. O que faz em Artena? – pergunta Augusto ignorando a falta de classe de seu rival.
- Soube por passarinhos que Princesa Catarina desistiu de seu noivado com Príncipe Henrique. Logo ele, um nobre tão... categórico – diz aos sorrisos de pura arrogância.
- Minha filha não se sentia feliz e não é de meu feitor ver alguém que amo sofrer, Rei Otávio. Como o protocolo da boa educação exige, o convido para uma conversa de homens em meu escritório, pois a minha idade já avançou a frente para papos banais – diz Rei Augusto sem perder a postura.
Nesse momento, os dois escutam risadas vindo de fora e um Afonso com Catarina nos ombros. Rei Otávio engole seco e fecha a expressão ao ver o Príncipe de Montemor ser o motivo daqueles sorrisos.
Princesa Catarina era seu alvo de puro desejo desde a primeira vez que veio para Artena, numa festa de gala para Reis e Rainhas. Imaginara que a jovem princesa pudesse devolver ao menos o pouco do amor que tinha quando sua esposa foi embora.
E nesse momento viu suas chances irem para o ralo ao ver Afonso e Catarina juntos. O gosto amargo do ódio se fez presente por entre seus lábios.
- Meus filhos, achei que iriam ficar pelo lago mesmo – diz Augusto e logo os dois retomam a posição séria. Catarina fica pálida ao ver Rei Otávio ali presente.
- Alteza – Otávio a reverencia e ela retribui fingindo boa vontade.
- Majestade – diz ela – Meu pai, perdoe-nos a demora. Nos distraímos com a paisagem daquele belo lago - Afonso segura um riso sem graça com a desculpa de Catarina.
- Não há o que desculpar, minha filha. Agora coloquem roupas secas e nos acompanhem para um chá da tarde.
Eles balançam a cabeça e vão para seus devidos aposentos para trocarem as vestes.
Otávio não se conforma com o que vira.
- Vejo que o Príncipe de Montemor retornou de suas.... férias do povoado da plebe – alfineta com bom gosto ao Rei de Artena.
- Matilde, prepare uma pequena mesa de chá, por favor – pede Augusto a serva, ignorando o comentário nada respeitoso de Otávio.
- Sim, majestade. Com licença – reverencia e sai.
- Me acompanhe Otávio – diz e sai andando, sendo seguido pelo Rei de Lastrilha.
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Você Pertence a Mim
RomanceAfonso abdica de seu trono para viver como um plebeu, em nome de seu grande amor por Amália. Protagonizando lindos momentos como casal, porém Amália sofre uma queda provocando perda de memória e de seu bebê. Desolado e com o coração partido, Afonso...