Capítulo 35

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Em meio ao fogo cruzado, Rubi deixou o cargueiro Montenegro no intuito de retornar ao laboratório de Botsume. Ela não queria acreditar que o pai de seu filho, aquele homem extrovertido e leal à causa rebelde, sucumbisse ao plano perverso de assimilação genética da Corporação Landor.

Pensar que aquele homem forte, irmão do líder insurgente e de forte convicção pudesse ter seu DNA alterado por robôs nanométricos, era algo muito surreal. Jamais acreditaria que, um dia, ele se submeteria aos delírios da corporação Landor.

Se isso realmente estava acontecendo, aquele não seria Botsume. Poderia ser seu corpo, até mesmo a sua mente. Porém, sua identidade estaria, definitivamente, morta.

Esquivando-se entre pilares e containers em chamas, ela seguiu resignada a salvá-lo, mesmo que o homem que outrora conhecera estivesse corrompido. Queria acreditar que ainda havia, no fundo de sua mente, um resquício daquele por quem se apaixonou.

Os elevadores multidimensionais ainda estavam inoperantes, fazendo com que tomasse o rumo das escadarias. Entretanto, não poderia seguir pela passagem principal, uma vez que a colônia Genesis estava em completo caos. Sua saída foi utilizar as escadas secundárias, usadas comumente pelos subalternos prestadores de serviço.

O caminho era mais longo que o habitual e, no trajeto, Rubi pode pensar na sua situação. Qualquer dano na estrutura principal de Genesis seria o suficiente para a total aniquilação da colônia. O limite entre a vida e a morte era muito tênue e a única coisa que mantinha seu foco era não pensar na morte iminente.

Ao seguir pelo labirinto de corredores, percebeu que a invasão rebelde danificara os portões e os sistemas de segurança entre as diferentes alas e setores da estação. Os drones de segurança estavam destruídos pelo chão enquanto luzes de emergência piscavam continuamente ao longo de todo o trajeto.

Após um tempo, Rubi finalmente chegou no viveiro de cultivo. Aparentemente, as plantas estavam intactas e as ferramentas agrícolas permaneciam em seus nichos habituais. Supôs que os exilados ainda não haviam chegado no setor de produção de alimentos, já que o objetivo principal de Malik era derrubar diretamente o núcleo da corporação Landor, e não o suporte de vida da colônia, uma vez que pretendia tomar o poder e permanecer em Genesis.

O laboratório de Ciências e Engenharia poderia estar funcional. Havia esperança de encontrar Botsume. Mesmo que estivesse, de certa forma, degenerado.

Com o coração batendo no pescoço, Rubi parou em frente à porta do laboratório. Um drone de segurança moveu-se em sua direção, pedindo sua identificação.

Juntando o que restou de sua coragem, a mulher removeu o capacete e mirou diretamente o aerobot. Com a voz quase trancada na garganta, ela suplicou:

- Botsume! Se ainda está aí, por favor, abra a porta!

O drone permaneceu estático no ar, como se estivesse analizando seu perfil.

- Por favor! Sou eu Rubi! Eu... - por um momento, hesitou.

Quando criou coragem para contar sobre seu estado, foi interrompida pela abertura da porta automática.

Do outro lado da passagem, um homem de rosto pálido e assustado apareceu de repente.

Era Murdock, o colega de pesquisas de Botsume.





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Rubi tem pouco tempo para encontrar Botsume, antes que o destino da colônia Genesis seja determinado pelos rebeldes ou pela Corporação Landor.

Que segredos sobre as descobertas de Botsume o engenheiro Murdok está prestes a revelar?

Rubi conseguirá encontrar Botsume em meio ao caos?

Acompanhe essa aventura espacial que está próxima do seu grande final!

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