O pavilhão subterrâneo dos exilados estava fervendo de gente. Uma luz vermelha piscava no teto, indicando estado de alerta. Soldados treinados, além de velhos e crianças corriam de um lado ao outro, carregando armas de alta tecnologia e também improvisadas, como lanças, facas e correntes. Rubi teve a impressão de que aquele povo sofrido e guerreiro era como um séquito espartano seguindo para a batalha de Termópilas, ao encontro do exército mortal de Xerxes.
Os exilados se preparavam para a derrocada final em seu último grito de liberdade. Era matar ou morrer.
Rubi sentiu seu coração palpitar quase para fora do corpo, tamanha era a sua ansiedade e medo. Pela primeira vez em toda a sua existência, teve medo de morrer e não ter ao menos a chance de ver seu filho nascer. Passara a acreditar que não veria mais Botsume, apesar de lá no fundo, ainda alimentar um resquício longíncuo de esperança em poder encontrá-lo mais uma vez com vida.
Por mais que as circunstâncias se mostrassem brutais e sem qualquer perspectiva de vitória ou liberdade, Rubi escolheu acreditar que a esperança é a última que morre.
- Lockheart! Prepare o nosso caça V-13. Vamos fazer uma surpresa pirotécnica para os nossos amigos da doca espacial! - Malik disse, exprimindo uma fisionomia que beirava o medo e a loucura.
- Já chequei o sistema de camuflagem anti-radares e a bateria laser. Temos 4 torpedos e 6 dispositivos de impulso eletromagnético. Vamos abrir um buraco bem grande no rabo gordo dos Landors antes mesmo de eles nos verem!
Todos ao redor se permitiram rir, na tentativa de camuflar a ansiedade e o desespero.
- Eu quero ajudar! - falou Rubi, se aproximando de Malik enquanto observava Cassius Lockheart despejar uma sacola de armas laser e blasters sobre o balcão.
O líder dos rebeldes encarou Rubi com olhos de sensura.
- Acho que você não tem noção da gravidade desta situação.
- Claro que tenho! E por isso mesmo, eu serei útil pra rebelião! - tentou, mesmo sabendo que sua incursão para um provável destino mortal era apenas um pretexto para tentar salvar Botsume. - Eu posso roubar o cargueiro Montenegro da doca e causar um belo estrago na frota de naves marcianas.
Malik movimentou a cabeça negativamente e tocou no rosto de Rubi, insinuando reconhecer sua fragilidade:
- Escute, Garota: sei que você tem espírito guerreiro, caso contrário, não teria sobrevivido aos Landors. Mas essa guerra é minha e Botsume jamais me perdoaria se te deixasse morrer. Minha resposta final é não!
Rubi sentiu um fogo de raiva subir pelo pescoço, travando sua garganta e fazendo ranger os dentes. Ela precisava arranjar um jeito de se infiltrar entre os exilados para voltar à colônia Genesis.
Definitivamente, não aceitaria assistir a dança da morte enquanto o pai de seu filho ainda poderia estar vivo, em algum lugar da colônia. Sua mente começou a trabalhar, pensando em alguma forma de poder fazer parte daquilo.
Ela não era alguém de ficar esperando a fatalidade dos acontecimentos. Por mais que a julgassem frágil ou incapaz por sua aparência ou condição, ela provaria a si mesma sua ousadia, força e determinação para salvar o pai do seu filho. Nenhum homem, nem mesmo a própria morte, mudaria seu espírito livre e determinado.
Botsume precisava de ajuda e Rubi moveria montanhas para salvar o homem que amou.
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A grande insurgência se aproxima! E os exilados estão prestes a invadir a colônia Genesis no que poderá culminar tanto em um fim heróico quanto catastrófico.
Você consegue imaginar como se dará esse desfecho?
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GENESIS
Fiksi IlmiahNo século XXIII, os humanos já haviam colonizado a Lua e o planeta Marte. Porém, as consequências da IV Grande Guerra haviam mudado a Ordem Interplanetária, transferindo o poder dos governos falidos para as grandes corporações privadas. Em contraste...