GENESIS

Capítulo 7

Rubi, Botsume e os outros três tripulantes retornaram para o cargueiro nas naves auxiliares. Eles se afastaram com sucesso, camuflados pelas ondas de bloqueio que deixavam-nos invisíveis aos radares de Gênese.

Era uma manobra bastante arriscada, pois qualquer falha na intensidade de emissão denunciaria a sua presença e posição. Diferente dos outros cargueiros modernos, menores e mais ágeis de pilotar, Montenegro era como um velho navio de leme desgastado. Entretanto, apesar de todos os percalços e intercorrências, sempre chegava ao porto. Tudo dependia da habilidade de quem o conduzia naquele momento, e Rubi já dominara a arte da sua arcaica navegação há cerca de duas décadas.

Manualmente, a navegadora dirigia o grande veículo espacial, que movia-se lentamente em direção à escuridão estrelada. Numa distância segura, voltaram a se aproximar como se tivessem regressado de um longo cruzeiro pelo espaço, longe de qualquer suspeita.

A uma certa distância, o planeta vermelho parecia estéril e monótono. Porém, conforme se aproximavam, era possível ver a localização da colônia Gênesis coberta por suas enormes redomas poliédricas.

Numa dada distância, uma voz masculina firmou contato pelo comunicador:

- Aqui é a Torre de Comandos do Espaçoporto de Genesis. Apresentem suas credenciais!

- Torre de comando, aqui é o Cargueiro Montenegro solicitando permissão de aterrisagem no espaçoporto de Genesis,! protocolo PA8.12.2284! - falou Rubi com os músculos das costas tensos, tentando ser o mais natural possível.

- O sistema indica que o Cargueiro Montenegro está com duas semanas de atrazo para a entrega de mercadorias! - respondeu o oficial de comunicações da torre.

Rubi sentiu as mãos suarem apesar de frias. Botsume a encarou sério, acenando com a cabeça para que continuasse.

- Tivemos algumas intercorrências no caminho, que avariaram a seção de engenharia de propulsão da nave. Perdemos parte da mercadoria, mas conseguimos consertar paleativamente a pane para chegarmos em segurança!

Um silêncio perdurou por longos segundos e Rubi já achava que algo daria errado. Certamente, eles seriam pegos e toda aquela aventura não passaria de um grande erro estúpido que terminaria numa penitenciária espacial. A Corporação Landor não pouparia esforços para punir piratas rebeldes e seu fim seria, provavelmente, a pena de morte.

- Permissão concedida! - respondeu a voz no comunicador. - Protocolo de atracamento PA22.12.2284. O Governador Sand Landor os aguarda!

Aquela afirmação atingira Rubi de surpresa. Quais seriam as intenções do Governador Landor para recepcioná-los pessoalmente? Será que ele sabia de alguma coisa sobre a interceptação de sua mercadoria?

Rubi se achou uma idiota por acreditar que sobreviveria imune ao crime. Acreditara em Botsume e confiara a vida à sua causa. O coração dela disparou e sua respiração insistia em ofegar, apesar de seu esforço em conter a aflição. Parecia que seu chão iria desabar.

Botsume pôs a mão no seu ômbro, tentando acalmá-la. Rubi estava tensa e o calor da mão masculina a confortou, por alguns momentos. Sentia-se melhor com ele por perto e queria poder continuar trabalhando ao seu lado. Talvez, aqueles seriam os seus últimos momentos de calmaria antes dos estranhos eventos que estavam por vir.

Os imensos portões translúcidos do espaçoporto de Genesis se abriram lentamente, revelando a doca marciana e suas inúmeras naves. O cargueiro Montenegro era imenso, exigindo exímia habilidade para um atracameto seguro e sem intercorrências.

- Essa foi a parte mais fácil! - disse Botsume, tentando ocultar sua preocupação por trás de um tom divertido. - Agora é que o teatro vai começar!

---------------------

Que aventuras e perigos esperam a tripulação do cargueiro Montenegro em sua chegada ao espaçoporto de Marte?

Quais desafios espreitam em sua estadia na colônia Genesis?

Acompanhe essa aventura sci fi, deixe seu feedback e não se esqueça de votar! É muito importante para valorizar a obra dentro da plataforma. ;-)