𝗧𝗲𝗻𝘁𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼 𝗗𝗼 𝗗𝗲𝘀𝘁𝗶𝗻𝗼. | 𝗩𝗛

019.

𝐄 𝐌 𝐌 𝐀
point off view

— Só estou dizendo! O clube teria sorte em ter você. — Continua Helen.

— Obrigada, Helen. Pelo jogo, também.

Termino de trocar a roupa e saio do vestiário, se despedindo da Helen.

Na sexta-feira, ja estou na padaria da Billie, suspirando enquanto checo o meu telefone.

Vinnie sumiu do mapa. Ele não respondeu a nenhuma das minhas mensagens. Tenho certeza que ele só está ocupado... Espero que seja isso.

Mando uma mensagem rápida para Vinnie, "Pensando em você", coloco meu celular no balcão.

Me inclino para pegar algo na vitrine quando ouso a porta abrir.

— Sim, eu apenas disse que, o que você achar está bom, não faz diferença para mim. — Não. Essas duas de novo.

— E então o que aconteceu? — Pergunta Amy. Bianca e Amy caminham em direção ao balcão. Jessica coloca uma mão no meu ombro.

— Precisamos pegar algumas xícaras lá atrás. Você faria isso? — Diz Jessica.

— Obrigada. — suspiro enquanto forço um sorriso.

Caminho até os fundos, com bastante calma, enquanto Jessica pega os pedidos. Passo cerca de cinco minutos na cozinha da padaria quando meu telefone toca. Olho para baixo e vejo que o número é desconhecido, "Muito assustada para vir aqui nos servir?". Não acredito. Como ela conseguiu o meu número?

Coloco meu telefone no mudo e o enfio de volta no bolso. Escuto as risadinhas vindas da mesa delas. Tenho certeza de que elas vão ficar aqui só por mais alguns minutos. Eu vou sobreviver.

Volto para a frente e Jessica se vira para mim.

— Vá em frente, limpe aqui. Eu vou cuidar das mesas. — Diz Jessica. Jessica caminha até a parte de trás da loja. Bianca se levanta e me chama.

— Por que você é tão grossa? Você não responde as mensagens que recebe? — Diz Bianca.

— Oi? Eu não recebi nenhuma mensagem. — Ela me olha com sarcasmo.

— Aham. Claro que não.— Solto um longo suspiro enquanto mexo em alguns guardanapos. Bianca derruba o café com leite no balcão. O leite cai em minha direção e molha a minha mão. Eu a limpo no avental. — Eu pedi um latte magro e médio e esse está nojento.

— Eu posso fazer outro para você. — Falo com calma.

— Você deve limpar essa bagunça primeiro.

— Você quer que eu faça outro para você ou não? — Ela olha para mim atentamente enquanto sorri de um jeito maligno.

— Você não deveria ser tão grossa com os clientes. Eu poderia contar para a sua chefe. — ameaça Bianca.

— Contar o quê, exatamente?

— Que você foi grossa comigo.

— Você derrubou a xícara de propósito em mim.

— Sim, mas isso não tem importância. — Ela levanta a voz, pisando um pé com força no chão. — Sabe o que eu realmente quero? Que você deixe o Jake e o Vinnie em paz. — acabo rindo sem pensar.

—  Sério? É isso que você veio me dizer? Você pode ficar com os dois, Bianca.

— E eu quero que você saia da casa. — Eu sinto minha cabeça girar.

— Eu não vou a lugar nenhum. — Falo.

— Sim, você vai. Jake vai te dizer para ir embora.

— Não, ele não vai. — Quem eu estou tentando enganar?

— Ele gosta mais de mim do que de você. Aceite isso. Pare de passar vergonha e vá embora.

— Eu não vou embora. — A expressão dela é furiosa.

— Deixa eu te atualizar, você já era! O Jake não se importaria se você estivesse morta. Você é como uma pulga que não desgruda. Apenas faça um favor a todos nós e se mande.

— Você é uma doente.

— Não, você é que é. Você tem sérios problemas de saúde mental. Você é obcecada pelo meu namorado. Aposto que você fica perambulando por aí com um bando de cães vira-latas sarnentos. Você sempre foi assim tão patética? — Me lembro de quando faziam bullying comigo na infância. Pisco algumas vezes.

Ela estala os dedos, trazendo eu de volta para a realidade.

— Olá? Eu estou falando com você, sua aberração! — Fala Bianca.

— Você não pode me deixar em paz? — Falo impaciente.

— Eu farei isso quando você desaparecer.

— Isso não vai acontecer, Bianca. — Pego um pano e começo a limpar a bagunça em cima do balcão. Ela continua falando.

— Jake me contou que você levou uma surra na quinta série e que todo mundo ficou assistindo. Você sabe como ele sabe disso? Porque ele estava vendo tudo. Ele não fez nada para impedir. Ele não se importou e depois que você levou uma surra, você sentou no chão como uma derrotada e não quis se mexer. Jake não queria que você o visse, então ele fugiu. Mesmo assim, ele queria se livrar de você. Que triste, né? — Minha respiração fica presa na garganta. Eu não acredito que ele contou essa história. Eu nunca contei ao Jake sobre isso. — Ele disse que a pior coisa que já aconteceu foi quando você veio para a Western. Ele sabia que você o forçaria a morar com ele. Jake me disse que você foi um erro. Que seus pais eram fogosos demais e viviam fazendo sexo, mas nunca quiseram você. — respiro fundo, ainda olhando para ela. Eu sinto a raiva se acumular no meu peito.

— Vai embora. Agora. — Falo nervosa.

— Ou o quê? Eu não tenho medo de uma cadelinha estúpida. Não é de se admirar que sua mãe tenha ido embora. Você é uma nojenta.

— Eu não quero brigar, Bianca. Eu só quero que isso acabe. — Sei que podem me chamar de trouxa, mas as coisas já estão complicadas demais.

— Claro que você não quer. Você quer se esconder atrás do meu namorado, porque você é invejosa. — Eu sou invejosa? Do que ela está falando? — Vai para o inferno!

Ela segura o meu colarinho e me puxa. Eu tento me livrar dela, mas ela me segura e se prepara para me bater. Eu me debato para me defender e sinto minha mão bater em algo com força, enquanto gotas de sangue caem no chão. Ouso um estalo e Bianca grita.

— Ai! Droga! — diz ela. O sangue jorra do nariz dela enquanto ela geme de dor.

— Nossa! Emma, você é uma aberração! — Diz Amy.

Continua...