Capítulo [6]

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Maria já não tinha o apartamento tão apagado quanto antes, muito devagar comprava uma ou outra coisa que deixara sua cara, afinal estava ali a mais de mês. Era horário do almoço e ela preparava algo rápido para as duas, não tinha tanto tempo. Ela ouviu o toque na porta e foi em direção para abrir.

- Você veio.

- Claro, como achou que não viria?
— elas se cumprimentaram com um beijo rápido no rosto e Ângela entrou. — Que cheiro bom.

- Espero que esteja bom realmente, costumo cozinhar só para mim.

- Certeza que ficará bom.

Elas ainda falaram pouco até de fato sentar para comer.

- Não posso te oferecer bebidas mas... Tenho suco. — Ângela sorriu.

- Eu agradeço. É tão bom te ver aqui, um espaço seu.

- É, espero um dia ficar fora de vez e não voltar mais. Acha que consigo isso?

- Maria... Não posso falar dessas coisas com você mas é claro que acredito que saia. — Maria assentiu.

- Falei com a Marcela para que defenda o caso de Emilly, acredito que ela consiga sair sob fiança.

- Marcela é a melhor advogada que conheço. Isso está uma delícia, você cozinha bem. — atentamente Maria lhe observava comer.

- A moça do outro dia.

- O quê que tem?

- Ela é... É sua... — Ângela riu com a hesitação.

- Namorada? Ela é sim. Você tem problemas com isso?

- Em que namore?

- Que namore uma mulher. — percebendo que Maria não lhe olhava, Ângela tocou sua mão para que lhe visse.

- Eu não tenho problemas com isso, nem deveria ter. — Maria lhe olhou em silêncio e devagar tirou sua mão do contato coçando sua garganta. — Muito tempo juntas?

- Não tanto, menos de um ano. Vivi com uma antes dela e com essa sim foram uns quatro anos. E você?

- Eu não namoro. — Maria sorriu.

Ângela quis muito perguntar da vida de Maria mas não conseguiu, levantou para ajudá-la. Serviu do suco enquanto Maria recolhia os pratos.

- No que trabalhava antes?

- Eu trabalhava com jóias, era eu quem cuidava das mais caras. Sei identificar todas elas, cada material.

- Nossa, sério? — Maria sorriu.

- Sim. No início não gostava mas a gerente dizia que tinha boa memória e acho que ela estava certa.

- Tenho uma memória horrível. Que trabalho diferente.

- Posso? — Maria afastou os cabelos de Ângela tocando na pedrinha do seu colar. — Minha nossa... Isso deve ter sido um absurdo.

- Eu ganhei ontem. — Maria ao ouvir retirou sua mão. — Não ganharei a descrição da jóia?

- Ok, senhora Hernández. Aqui temos um design redondo com doze diamantes... Lapidado perfeitamente para uma pedra rubi ao centro a destacando muito bem. Não farei avaliação de preço porque foi presente, não quero estragar.

- Uau... — Ângela quase ficou sem palavras e isso deixou Maria um pouco sem graça.

- Foi boa escolha e ficou bem em seu pescoço.

- Honestamente não gosto de jóias, principalmente tão caras assim.

- Presente da namorada?

- Foi sim. — Maria levantou.

A número 43Onde histórias criam vida. Descubra agora