Maria já não tinha o apartamento tão apagado quanto antes, muito devagar comprava uma ou outra coisa que deixara sua cara, afinal estava ali a mais de mês. Era horário do almoço e ela preparava algo rápido para as duas, não tinha tanto tempo. Ela ouviu o toque na porta e foi em direção para abrir.
- Você veio.
- Claro, como achou que não viria?
— elas se cumprimentaram com um beijo rápido no rosto e Ângela entrou. — Que cheiro bom.- Espero que esteja bom realmente, costumo cozinhar só para mim.
- Certeza que ficará bom.
Elas ainda falaram pouco até de fato sentar para comer.
- Não posso te oferecer bebidas mas... Tenho suco. — Ângela sorriu.
- Eu agradeço. É tão bom te ver aqui, um espaço seu.
- É, espero um dia ficar fora de vez e não voltar mais. Acha que consigo isso?
- Maria... Não posso falar dessas coisas com você mas é claro que acredito que saia. — Maria assentiu.
- Falei com a Marcela para que defenda o caso de Emilly, acredito que ela consiga sair sob fiança.
- Marcela é a melhor advogada que conheço. Isso está uma delícia, você cozinha bem. — atentamente Maria lhe observava comer.
- A moça do outro dia.
- O quê que tem?
- Ela é... É sua... — Ângela riu com a hesitação.
- Namorada? Ela é sim. Você tem problemas com isso?
- Em que namore?
- Que namore uma mulher. — percebendo que Maria não lhe olhava, Ângela tocou sua mão para que lhe visse.
- Eu não tenho problemas com isso, nem deveria ter. — Maria lhe olhou em silêncio e devagar tirou sua mão do contato coçando sua garganta. — Muito tempo juntas?
- Não tanto, menos de um ano. Vivi com uma antes dela e com essa sim foram uns quatro anos. E você?
- Eu não namoro. — Maria sorriu.
Ângela quis muito perguntar da vida de Maria mas não conseguiu, levantou para ajudá-la. Serviu do suco enquanto Maria recolhia os pratos.
- No que trabalhava antes?
- Eu trabalhava com jóias, era eu quem cuidava das mais caras. Sei identificar todas elas, cada material.
- Nossa, sério? — Maria sorriu.
- Sim. No início não gostava mas a gerente dizia que tinha boa memória e acho que ela estava certa.
- Tenho uma memória horrível. Que trabalho diferente.
- Posso? — Maria afastou os cabelos de Ângela tocando na pedrinha do seu colar. — Minha nossa... Isso deve ter sido um absurdo.
- Eu ganhei ontem. — Maria ao ouvir retirou sua mão. — Não ganharei a descrição da jóia?
- Ok, senhora Hernández. Aqui temos um design redondo com doze diamantes... Lapidado perfeitamente para uma pedra rubi ao centro a destacando muito bem. Não farei avaliação de preço porque foi presente, não quero estragar.
- Uau... — Ângela quase ficou sem palavras e isso deixou Maria um pouco sem graça.
- Foi boa escolha e ficou bem em seu pescoço.
- Honestamente não gosto de jóias, principalmente tão caras assim.
- Presente da namorada?
- Foi sim. — Maria levantou.
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A número 43
FanfictionNúmero 43 ganha um nome em uma história com descobertas, segredos, coragem e porque não... amor. Maria Elisa entrará na difícil busca do que de verdade é viver ainda dentro da prisão.