Tainá parecia discutir com Téo, seu irmão, perto de onde era a casa de Paloma. Ao longe Maria não conseguiu entender o que era mas se preocupou, se encheu de coragem ligando pela primeira vez para Paloma.
"Eu... É mesmo você?"
"Sou eu sim, Paloma."
Maria havia ensaiado aquela chamada tantas vezes que agora parecia natural, estava com coragem e mesmo com medo ela estava decidida.
"Você demorou ligar, achei que estivesse desistido."
"Precisava resolver algumas coisas antes de fazer a ligação." — Se fez um breve silêncio.
"Acho que precisamos conversar, não? Se você aceitar, prefiro que primeiro sejamos só nós duas."
"Claro, iria propôr o mesmo."
"Prefere na sua casa?"
"Não. Passarei o endereço de um café que eu conheço e espero você lá hoje no final dá tarde."
"Tudo bem. Até lá, Maria."
Desligaram e Maria já caminhava buscando um táxi para voltar ao trabalho quando Ângela lhe ligou, ela até mesmo estranhou a chamada.
"Maria."
"Oi... Aconteceu alguma coisa?"
"Não. Sei que não é costume de ligar mas é queria saber se ainda está em seu horário de almoço."
"Estou sim. Onde você está?"
"Dirigindo. Está na rua?"
"Acabei de sair da rua onde moram meus filhos."
Ângela tinha muitas perguntas naquele momento mas se resumiu a dizer que a buscaria onde estava. Maria voltou a sentir aquilo no estômago e que não sabia explicar.
- Oi. — ela disse assim que entrou no carro e Ângela lhe deu um beijo no rosto.
- O que fazia aqui?
- Olhava meus filhos. Hoje falei com a Paloma e vamos conversar no café mais tarde.
- Estou feliz que tenha começado a resolver isso. — Ângela lhe acariciou a perna rapidamente.
- Sentia tua falta.
- Mesmo? — Ângela lhe olhou rápido enquanto dirigia, seu olhar provocou uma reação em Maria.
- É sim.
- E por que não me disse?
- Eu... Honestamente não sei bem como reagir com você. — De forma quase tímida, Maria sorriu.
- Você pode me ligar sempre que precisar, não esquece disso.
- Sendo assim, vou me atrever em perguntar se posso te ver hoje a noite. É que agora eu já preciso ir trabalhar.
- Não tem que me explicar. Nos vemos a noite, tá bem?
- Não, Ângela. Na porta não.
- Deixo claro que só faço isso porque você me pede. Antes que desça queria perguntar uma coisa.
- Diz.
- Ainda te ligam? — Notando o tom de preocupação, Maria não queria contar, mas também não quis mentir.
- Angie. — ela segurou no rosto e viu os olhos verdes inteiros para ela.
— Não quero que se preocupe, você tem feito muito por mim, você e a Marcela. Eu vou me cuidar.Maria atreveu a lhe deixar um selinho e desceu. Ângela sorriu breve pelo gesto mas imaginou que Maria estivesse passando por algum tipo de ameaça silenciosa, mesmo que nem a própria percebesse isso. Claro que iria se preocupar.
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A número 43
FanfictionNúmero 43 ganha um nome em uma história com descobertas, segredos, coragem e porque não... amor. Maria Elisa entrará na difícil busca do que de verdade é viver ainda dentro da prisão.