Capítulo [9]

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Ângela era cuidadosa no beijo, carinhosa e parecia desejar a Maria. Suas mãos passeavam por sua cintura levantando levemente sua blusa enquanto ela sentia a respiração agitada de Maria contra seus lábios.

- Devagar... — Ângela sorriu agora diminuindo o desejo que sentia em leves beijos por seu rosto. — Linda.

- Ângela. — Maria lhe olhou nos olhos de forma intensa e profunda. Sorriu tímida e Ângela lhe deu outro selinho.

- Temos que ir, vem. Eu te acompanho até lá.

- Não, você não precisa fazer isso.

- Eu vou fazer isso, Elisa. E por favor, não esquece que eu quero que me chame para o que seja.

- Tudo bem, eu aceito então.

As duas conversaram enquanto Ângela a deixou na livraria, S. Andrés já lhe conhecia, desconfiava Ângela que ele sabia que era da polícia. Ao sair de lá, Maria sentia-se em nuvens, Ângela igual, mas por pouco tempo. A preocupação tomava de conta dela com aquela ligação.

"Alô?" — ela atendia seu celular.

"Ângela? Acabei de chegar, você pode passar por aqui? Saudades."

"Oi, Drica. Passo por você, chego daqui a pouco."

Juntas Adriana e Ângela foram olhar as obras da sua casa, estava ficando exatamente como ela havia pensado.

-

Passaram algumas semanas e Ângela agradecia aos céus que Maria não misturava os temas a respeito do seu caso. Vez ou outra se tocaram as mãos mas não voltaram a beijar-se. Mesmo não querendo, olhando todo o carinho exagerado de Adriana, ela sentia culpa, não era de trair e ambas as mulheres não mereciam isso; pensava.

Naquele dia elas haviam acabado de almoçar quando Ângela colocava música com uns CDs que havia levado.

- Meu pai adorava esse cantor.

- O que houve com ele?

- Faleceu quando era bem nova.

- E sua mãe? — elas sentaram na cama uma do lado da outra.

- Ah, dona Lara segue firme e forte.
— Ângela riu.

- Tem boa relação com ela?

- Felizmente sim. Ela sempre me apoia mesmo quando não concorda.

- Eu não tinha tão boa relação com minha mãe. — Maria disse um pouco nostálgica.

- Por que?

- Por conta do meu marido. Ela não gostava dele, foi por isso que não tive problemas quando ainda jovem decidi ficar de vez no teu país com ele. — ela riu.

- Ela sabe que esteve presa?

- Com toda certeza. — Maria olhou para o relógio. — Sei que não pode todos os dias mas... Amanhã podemos almoçar de novo?

- Hm... Receio que não. Amanhã estarei em uma reunião.

- Bom, então tudo bem. — Levantaram. — Não quero que me deixe outra vez no trabalho.

- E isso? — Ângela olhou com estranheza.

- Você sempre anda armada?

- Sim, Elisa, sempre. Você não me respondeu.

- O rapaz que trabalha na outra sala de xerox, eu não gosto muito como ele te olha quando você vai lá e nós dois não temos tão boa relação.

- Isso é sério? — Ângela quase riu.

A número 43Onde histórias criam vida. Descubra agora