Ângela era cuidadosa no beijo, carinhosa e parecia desejar a Maria. Suas mãos passeavam por sua cintura levantando levemente sua blusa enquanto ela sentia a respiração agitada de Maria contra seus lábios.
- Devagar... — Ângela sorriu agora diminuindo o desejo que sentia em leves beijos por seu rosto. — Linda.
- Ângela. — Maria lhe olhou nos olhos de forma intensa e profunda. Sorriu tímida e Ângela lhe deu outro selinho.
- Temos que ir, vem. Eu te acompanho até lá.
- Não, você não precisa fazer isso.
- Eu vou fazer isso, Elisa. E por favor, não esquece que eu quero que me chame para o que seja.
- Tudo bem, eu aceito então.
As duas conversaram enquanto Ângela a deixou na livraria, S. Andrés já lhe conhecia, desconfiava Ângela que ele sabia que era da polícia. Ao sair de lá, Maria sentia-se em nuvens, Ângela igual, mas por pouco tempo. A preocupação tomava de conta dela com aquela ligação.
"Alô?" — ela atendia seu celular.
"Ângela? Acabei de chegar, você pode passar por aqui? Saudades."
"Oi, Drica. Passo por você, chego daqui a pouco."
Juntas Adriana e Ângela foram olhar as obras da sua casa, estava ficando exatamente como ela havia pensado.
-
Passaram algumas semanas e Ângela agradecia aos céus que Maria não misturava os temas a respeito do seu caso. Vez ou outra se tocaram as mãos mas não voltaram a beijar-se. Mesmo não querendo, olhando todo o carinho exagerado de Adriana, ela sentia culpa, não era de trair e ambas as mulheres não mereciam isso; pensava.
Naquele dia elas haviam acabado de almoçar quando Ângela colocava música com uns CDs que havia levado.
- Meu pai adorava esse cantor.
- O que houve com ele?
- Faleceu quando era bem nova.
- E sua mãe? — elas sentaram na cama uma do lado da outra.
- Ah, dona Lara segue firme e forte.
— Ângela riu.- Tem boa relação com ela?
- Felizmente sim. Ela sempre me apoia mesmo quando não concorda.
- Eu não tinha tão boa relação com minha mãe. — Maria disse um pouco nostálgica.
- Por que?
- Por conta do meu marido. Ela não gostava dele, foi por isso que não tive problemas quando ainda jovem decidi ficar de vez no teu país com ele. — ela riu.
- Ela sabe que esteve presa?
- Com toda certeza. — Maria olhou para o relógio. — Sei que não pode todos os dias mas... Amanhã podemos almoçar de novo?
- Hm... Receio que não. Amanhã estarei em uma reunião.
- Bom, então tudo bem. — Levantaram. — Não quero que me deixe outra vez no trabalho.
- E isso? — Ângela olhou com estranheza.
- Você sempre anda armada?
- Sim, Elisa, sempre. Você não me respondeu.
- O rapaz que trabalha na outra sala de xerox, eu não gosto muito como ele te olha quando você vai lá e nós dois não temos tão boa relação.
- Isso é sério? — Ângela quase riu.
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A número 43
FanfictionNúmero 43 ganha um nome em uma história com descobertas, segredos, coragem e porque não... amor. Maria Elisa entrará na difícil busca do que de verdade é viver ainda dentro da prisão.