Desistindo de tirar a arma, Ângela começou a pedir calma aos supostos assaltantes e foi levantando contra a vontade dos mesmos. Com a experiência que tinha notou que o armado tremia.
- Tá tudo bem, só levem o que vieram buscar mas não precisam machucar ninguém.
Ângela falou aproximando mais do que estava armado. Quando já estava próximo o suficiente, ela apontou a arma chutando com o pé as mãos do homem. Ângela o deitou imobilizando enquanto pedia ajuda de dois rapazes que trabalhavam no restaurante para segura-lo. Ao mesmo tempo a recepcionista já ligava para a polícia.
- Solta ela.
- Ângela. — Maria pediu.
Ângela de fato não havia visto nenhuma arma mas sabia que em um piscar de olhos até um garfo poderia servir. Ainda apontada a certa distância para ele, ela começava a sentir uma coragem surreal que nem mesmo sabia que existia.
- Solta ela.
- Não vai poder atirar a menos que queira machucar a...
- É a última vez que aviso para que solte.
Ela começou a caminhar até eles e Maria ainda chorava, por incrível que pareça sua maior preocupação seguia sendo por Ângela.
O homem por instantes se descuidou para buscar rapidamente a faca na mesa ao lado e foi quando Ângela puxou com força o braço de Maria ainda apontando a arma para ele.
- Ângela. — Maria tentava lhe chamar atenção.
- Sai, Elisa. Quero que me espere lá fora.
- Não vou sair daqui.
A polícia chegou e, enquanto Ângela não o viu preso em algemas, ela não baixou a arma. Quando pôde por fim respirar conversando com um policial, observou que Maria conversava com uma policial que checava com cuidado de fato se ela estava bem.
As pessoas começavam a sair do lugar enquanto o gerente, mesmo temeroso, falava com a polícia. Ângela ainda estava fora de si mas tentava não demonstrar.
- Minha querida, como se sente?
— Ângela lhe abraçou e Maria devolveu com muita força àquele abraço. — Ela está machucada?- Só superficial, é bom que ela vá descansar mas precisa depor. — disse a policial. — A senhora é a nova delegada da delegacia da mulher?
- Sou sim. E você...
- Sandra. Muito bom lhe conhecer, apesar das circunstâncias. — Ângela só acenou com a cabeça e Maria afastou do abraço.
- Muito obrigada, Sandra. Obrigada mesmo. — Sandra segurou a mão de Maria e sorriu simpática.
- Vai ficar tudo bem.
- Vamos precisar ir até a delegacia, tudo bem? — Ângela disse tentando concentrar em Elisa.
Depois de mais alguns minutos em conversas, Maria e Ângela por fim entraram no carro. Ângela respirou fundo e logo segurou a mão rapidamente de Maria que tentava segurar o próprio choro.
- Tudo bem?
- O que vão me perguntar, Ângela?
- Elisa, vão perguntar com detalhes o que aconteceu.
- Mas você estava lá e viu.
- Olha, eu estarei ao seu lado, não vai acontecer nada, tá bem?
- Angie... Podemos fazer isso amanhã?
- Elisa, você está mesmo bem? Quer ir no médico?
- Não. Eu só... Hoje quero ir pra casa.
Ângela ligou o carro e levou Maria para o apartamento. Ainda em silêncio ela foi direto ao chuveiro enquanto Ângela fazia várias ligações na sala da sua casa. Assim que terminou preparou um chá calmante para Elisa. A viu sair do chuveiro com os olhos mais avermelhados já vestida em pijama, completamente coberta.
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A número 43
FanfictionNúmero 43 ganha um nome em uma história com descobertas, segredos, coragem e porque não... amor. Maria Elisa entrará na difícil busca do que de verdade é viver ainda dentro da prisão.