Capítulo 21

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Desistindo de tirar a arma, Ângela começou a pedir calma aos supostos assaltantes e foi levantando contra a vontade dos mesmos. Com a experiência que tinha notou que o armado tremia.

- Tá tudo bem, só levem o que vieram buscar mas não precisam machucar ninguém.

Ângela falou aproximando mais do que estava armado. Quando já estava próximo o suficiente, ela apontou a arma chutando com o pé as mãos do homem. Ângela o deitou imobilizando enquanto pedia ajuda de dois rapazes que trabalhavam no restaurante para segura-lo. Ao mesmo tempo a recepcionista já ligava para a polícia.

- Solta ela.

- Ângela. — Maria pediu.

Ângela de fato não havia visto nenhuma arma mas sabia que em um piscar de olhos até um garfo poderia servir. Ainda apontada a certa distância para ele, ela começava a sentir uma coragem surreal que nem mesmo sabia que existia.

- Solta ela.

- Não vai poder atirar a menos que queira machucar a...

- É a última vez que aviso para que solte.

Ela começou a caminhar até eles e Maria ainda chorava, por incrível que pareça sua maior preocupação seguia sendo por Ângela.

O homem por instantes se descuidou para buscar rapidamente a faca na mesa ao lado e foi quando Ângela puxou com força o braço de Maria ainda apontando a arma para ele.

- Ângela. — Maria tentava lhe chamar atenção.

- Sai, Elisa. Quero que me espere lá fora.

- Não vou sair daqui.

A polícia chegou e, enquanto Ângela não o viu preso em algemas, ela não baixou a arma. Quando pôde por fim respirar conversando com um policial, observou que Maria conversava com uma policial que checava com cuidado de fato se ela estava bem.

As pessoas começavam a sair do lugar enquanto o gerente, mesmo temeroso, falava com a polícia. Ângela ainda estava fora de si mas tentava não demonstrar.

- Minha querida, como se sente?
— Ângela lhe abraçou e Maria devolveu com muita força àquele abraço. — Ela está machucada?

- Só superficial, é bom que ela vá descansar mas precisa depor. — disse a policial. — A senhora é a nova delegada da delegacia da mulher?

- Sou sim. E você...

- Sandra. Muito bom lhe conhecer, apesar das circunstâncias. — Ângela só acenou com a cabeça e Maria afastou do abraço.

- Muito obrigada, Sandra. Obrigada mesmo. — Sandra segurou a mão de Maria e sorriu simpática.

- Vai ficar tudo bem.

- Vamos precisar ir até a delegacia, tudo bem? — Ângela disse tentando concentrar em Elisa.

Depois de mais alguns minutos em conversas, Maria e Ângela por fim entraram no carro. Ângela respirou fundo e logo segurou a mão rapidamente de Maria que tentava segurar o próprio choro.

- Tudo bem?

- O que vão me perguntar, Ângela?

- Elisa, vão perguntar com detalhes o que aconteceu.

- Mas você estava lá e viu.

- Olha, eu estarei ao seu lado, não vai acontecer nada, tá bem?

- Angie... Podemos fazer isso amanhã?

- Elisa, você está mesmo bem? Quer ir no médico?

- Não. Eu só... Hoje quero ir pra casa.

Ângela ligou o carro e levou Maria para o apartamento. Ainda em silêncio ela foi direto ao chuveiro enquanto Ângela fazia várias ligações na sala da sua casa. Assim que terminou preparou um chá calmante para Elisa. A viu sair do chuveiro com os olhos mais avermelhados já vestida em pijama, completamente coberta.

A número 43Onde histórias criam vida. Descubra agora