Capítulo 22

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Maria estava preocupada, se distraía enquanto ouvia Marcela.

- Você ainda está me ouvindo?

- Onde ela foi? Ele está preso aqui, não é?

- Maria, Ângela é delegada, fica tranquila. Está treinada para onde chegou.

- Eu sei mas... Eu não consigo ficar tranquila.

Quando Ângela voltava do corredor, conhecendo a amiga como era, Marcela sabia onde ela estava. Maria se aproximou para falar com ela mas nesse instante viu a policial do dia anterior e, enquanto a cumprimentava, Ângela falou com Marcela.

- Como eu vou aguentar ficar na frente dessa delegacia sem desejar que alguém morra?

- O que ele disse? Sei que foi falar com ele.

- É asqueroso. Quis me ameaçar, que conhece os direitos dele, que sabe que não vai ficar muito tempo ali. Agora me diz, ele está errado?

- Não... - elas ainda olhavam para Maria.

- De uma coisa tenho certeza, não era ele quem ligava pra ela. O celular ainda tocou essa manhã mas ela não viu. Esse é só mais um que recebe ordem. Quem é ela e por que sinto que essa policial parece cantar a Maria? Está flertando com ela? - Marcela gargalhou.

- Você está ficando completamente maluca, olha a quantidade de informações que você disparou nesse espaço curto de tempo. Para com isso, não te conheci ciumenta.

- Não é ciúme, olha lá.

- É ciúme. Para com isso que lá vem ela.

- Tenho que falar mais alguma coisa?

- Não. Podemos ir mas quero que almocemos juntas amanhã. - alertou a advogada.

- Tudo bem. Podemos ir? - Maria falou.

- O que ela queria? - Ângela tentou parecer neutra na voz e Marcela quis rir.

- Estava sendo gentil, perguntou de mim, de como estava. Soube que morava sozinha e falamos muito por cima sobre filhos.

- Tudo isso? Que bom então. - Maria nem entendeu. - Marcela, podemos almoçar mais tarde?

- Por mim tudo bem, ligo pra você. Quer uma carona, Maria? Estou indo para o centro.

- Vou amar. Muito obrigada por tudo que você fez... - ela olhava pra Angela. Muito obrigada. Até mais tarde.

- Se cuida, Elisa.

O olhar nos lábios de Ângela enquanto Maria falava pareceu lhe desmontar. Marcela partiu com Maria e Ângela ficou na delegacia onde agora seria seu local de trabalho.

- Tiveram uma noite e tanto, não é? Mas olha, você não tem que se preocupar, estamos cuidando e vigiando tudo.

- Também o Diego? Precisam achar uma ponta solta e não vão conseguir.

- Não estou é te entendendo.

- Honestamente? Acho que vou tentar uma aproximação com ele.

- Como é, Maria?

- Pensei muito nisso de ontem pra hoje, sei que isso é coisa dele, essas ligações, esses homens... Vou me aproximar dele. Comigo ele pode deixar passar alguma coisa.

- Maria, você não deve fazer isso. Nem pensar, pode ser muito perigoso.

- E eu vou ficar esperando o quê? Ele me matar?

Marcela e Maria conversaram pouco, ambas precisavam falar no dia seguinte. Maria suplicou para que Marcela ainda não falasse nada para Ângela.

As horas foram passando e como combinado Marcela já almoçava com Ângela perto da delegacia.

A número 43Onde histórias criam vida. Descubra agora