Capítulo [11]

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No dia seguinte Ângela saiu bem mais cedo ao que costumava, mesmo que ainda estivesse com muito sono pelo horário que foi dormir. Adriana nem mesmo a viu, era justamente esse encontro que Ângela quis evitar.

Durante toda a manhã Maria quis lhe enviar mensagem mas desistiu, a noite anterior com Ângela não lhe saía da cabeça. No horário do almoço estava no apartamento com Emilly.

- É mesmo sério? Eu não consigo acreditar, Mari! Estou tão feliz por você! — Emilly largou a própria comida para abraçar Maria de forma entusiasmada.

- Você vai me derrubar da cadeira, Emilly. — Maria reclamou mas ria.

- Mas me conta, o que será agora?

- Bom, no final da tarde vou encontrar Marcela mas tenho tanto medo.

- Medo? Do quê?

- Tantas coisas. Diego ainda convive com meus filhos, eu nem imagino como será vê-los.

- Liga hoje, coragem, Mari!

- Emilly... — Maria pareceu hesitar.
— Posso confiar em você?

- Ah mas agora você me ofende com essa pergunta, já te provei isso. O que houve?

- Eu quero te contar uma coisa que anda me deixando um pouco... — Nesse instante tocou seu celular. — Espera um pouco.

Outra vez era o número desconhecido, Maria já sabia que aquilo não era por acidente, a essa altura com tantas ligações ela já não suportava mais pensar no significado para aquilo. Mais uma vez a música e ninguém respondendo do outro lado. Ela olhou com muito temor para Emilly.

- Devo concordar que isso é muito estranho, já falou para Marcela?

- Por que?

- Maria, isso pode ser importante.

- Certeza que não seria importante para ela. Seja o que for eu vou resolver sozinha.

- É incrível como você é tão teimosa. Bom, eu disse que ficaria aqui só até você sair de vez daquele lugar lá e agora que você voltou...

- Ah, não me diz que vai me deixar sozinha aqui. — Emilly até sorriu, não esperava.

- Eu vou alugar o apartamento do seu lado.

- Não, Emilly, isso é bobagem.

- Eu te adoro por isso mas aqui é pequeno, só um quarto e precisamos de privacidade. Alugando eu estarei aqui do seu lado e sempre ficaremos próximas.

Resignada Maria concordou. Elas ainda conversaram um pouco mais antes de voltarem ao trabalho.

-

Era metade da tarde e Ângela conversava com Fernando dentro da sua sala, estavam na delegacia, onde há muito Ângela não ia.

- Olha as coisas que você tá me contando, Ângela!

- Eu não fiz nada ilegal, Fernando.

- Não é ilegal mas não é correto. Precisa tomar cuidado, principalmente por ainda manter contato. — ela virou de uma vez.

- Eu posso manter contato aqui fora com quem eu quiser. Ela é ex-dententa.

- Com um processo correndo, um processo complicado. — ele respirou fundo. — Mas olha, eu de verdade estou torcendo por essa moça, se de fato tudo isso for verdade, espero mesmo que ela fique livre de vez.

- Com licença. — alguém bateu na porta. — O senhor pediu para avisar, ele está conversando com o delegado.

Ângela olhou para Fernando enquanto o outro rapaz saía, o olhar parecia falar e Fernando somente gesticulou para que ela o acompanhasse.

A número 43Onde histórias criam vida. Descubra agora