Capítulo 19

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Maria subiu pelo corpo de Ângela deixando beijos alternando em mordidas leves em seu pescoço enquanto movimentava a cintura sobre o corpo de Ângela, essa que gemia de forma tão erótica que Maria parecia em hipnose lhe vendo e ouvindo.

Ainda sem parar os lentos movimentos, Maria brincava com a ponta da língua nos seios de Ângela, ali ela pareceu ter descoberto um outro ponto de Ângela. Ela se contorcia na cama apertando os lençóis como se tentasse conter os próprios desejos. Queria mais daquelas carícias mas Maria não avançava, usava somente a ponta de sua língua ali.

- Elisa... — Abandonando o local completamente úmido, Maria tocava agora com a ponta dos dedos. Ângela não sabia ser possível sentir tanto prazer na dor.

- Não deveria ter revelado onde posso torturar você, principalmente quando merece. Quer que eu volte ao que estava fazendo? — Elisa estava com a voz tão rouca que falhava.

- Quero.

Maria voltou com sua língua ao outro seio de Ângela e ali deu uma leve mordida. Seu receio fosse que jamais em sua vida ouvisse um gemido tão prazeroso quanto ao que acabara de ouvir de Ângela. Suas mãos foram ao cabelo de Maria segurando com força por dentro deles.

Ângela beijou sua boca lhes virando os corpos em surpresa ficando agora por cima de Elisa. As duas se beijavam com paixão, Maria tentando de tudo com movimentos que pudessem tocar a Ângela, era em vão. A cada mordida em sua orelha Maria sentia todo seu corpo arrepiar, tentando a todo custo não arranhar com mais força as costas de Ângela.

Quando sua perna caminhou para dentro das de Maria e a sentiu tão molhada, Ângela não resistiu e sem aviso escorregou dois de seus dedos para dentro do centro de Maria. Elisa gemeu arrastado arqueando as costas na cama. A cada toque da palma da sua mão onde lhe era mais sensível, era como se um choque lhe fosse dado. Sentindo que não ia segurar mais tempo, Ângela agitou seus dedos mais ainda apertando com a própria perna. Maria estava em delírio. Levou a mão de Ângela até a altura de seu pescoço e ali Ângela entendeu. Lhe apertou sem tanta força mas sentia que Maria se derramava ainda mais a medida que fazia.

Ângela já não podia respirar direito diante da cena. Sem ser tocada era desfeita em um orgasmo junto com Maria que segurou a mão na própria boca para não gritar. Seu corpo tremia e Ângela seguia sem tirar seus dedos. Foi exatamente assim que ela desceu tocando sua língua ao sexo completamente molhado de Maria. Foi como se recebera um choque. Outro gemido mais forte e o orgasmo voltou, parecia que havia sido uma pausa para que continuasse. Ângela sentia como se fizesse amor com sua boca.

Sentindo como ela ainda tentava controlar a respiração, subiu beijando seu ventre repousando a cabeça ali. Não ia verbalizar mas nesse instante Ângela começou a sentir um misto de sensações. Estava apaixonada e começou a sentir medo. Com as pontas dos dedos Maria acariciava as costas nuas de Ângela.

Foram longos os minutos que ficaram nessa troca silenciosa de carinhos até ser Maria a falar, mesmo sentindo receio de receber uma resposta negativa.

- Banha comigo? — Ângela virou a cabeça para vê-la surpresa com a pergunta.

Em um sorriso ela levantou segurando a mão de Elisa. Ângela tirou agora a última peça que lhe restava e ao chegar no chuveiro, Maria lhe passava o sabonete por seu corpo e Ângela sentia-se ridícula por querer tanto e mais daquela sensação. O banho foi cheio de troca de carinhos, beijos e sorrisos silenciosos. Maria foi a primeira em sair. Ângela lavou a última peça que tirou de seu corpo e logo Maria lhe trazia uma toalha.

Ao vê-la Ângela sorriu e Maria Elisa foi contagiada pelo sorriso bobo que ouvia, mesmo que não soubesse a razão.

- Que foi?

- Se soubesse como fica linda depois... Depois de um orgasmo.

- Ângela, além de maluca você é boba, sabia disso? — Ainda sorrindo Ângela foi até Maria e lhe abraçou a cintura.

Maria acariciou seu rosto beijando seus lábios com muita calma. Os beijos sem intervalo, mesmo que calmos, tendem a gerar sensações que com elas não foram diferentes.

- Me diz que não precisa ir agora.
— Mesmo com medo Maria falou.

- Não, eu não preciso. Se me deixar, quero ficar o que resta dessa noite aqui contigo. — Os olhos de Ângela brilhavam ao responder Maria.

Elas voltaram a se amar agora com mais calma. Foram horas sem perceber que o tempo passava. Pareciam conhecer o mais profundo da outra. Quando se aproximava das quatro e meia da madrugada, elas adormeceram abraçadas uma ao corpo da outra dividindo do mesmo lençol.

Quando as primeiras luzes indicavam um dia clarear, mesmo totalmente contra a vontade, Ângela levantou e silenciosamente se trocou. Ela foi até a cozinha e preparou um café preto, não era muito boa na cozinha. Optou por algumas torradas que apoiou na xícara e quando entrou, viu Maria já sentada.

- Bom dia... Trouxe pra você, não sou tão boa com cozinha. — Maria pegou a xícara dando um longo gole de café.

- Achei que fosse embora sem me dar tchau. — Ângela sorriu sentando ao seu lado e beijou sua boca.

- Te darei bem mais que um tchau. — Em seguida ela levantou colocando sua arma outra vez no cinto. — Hoje a noite vamos sair? Precisamos conversar com mais calma. Agora eu preciso mesmo ir.

- Certeza que não vai te atrapalhar?

Diante do tom quase entristecido de Maria, Ângela parou o que fazia e foi ao seu encontro. Jamais iria embora deixando que Elisa pensasse que fora usada, que tudo havia sido somente sexo e que agora fosse voltar para Adriana dentro de casa.

- Você não me atrapalha, Elisa. — disse já segurando sua mão. — Vamos conversar com calma a noite, tá bem? Eu agora só preciso ir porque tenho que conversar com minha mãe. De lá quero vê se sento para vê a minha equipe de agora.

- Está bem. — Maria sorriu e Ângela beijou sua mão.

- Eu ligo. Se cuida direitinho e se precisar me liga.

Maria apressou os passos e como há muito não acontecia, trabalhou com um imenso sorriso e ânimo naquele dia.

Ângela saiu do presídio com um misto de sensações, Fernando lhe ajudava ainda sem acreditar que agora ela voltava para o posto de delegada. Era óbvio que ele havia concordado em passar a trabalhar com ela.

- Estou indo falar com a senhorita Karina, preciso mostrar algumas coisas a ela. Nos vemos amanhã?

- Até amanhã então. — Fernando se despediu depois de ajudar na última caixa.

No caminho para a reunião com Karina ela não parava de pensar em Maria. Sorria passando o dedo por seus lábios sentindo-se boba por aquela sensação. O telefonema de Adriana pareceu lhe tirar daquele mundo de pensamentos. Dirigindo, Ângela somente olhou para o celular e não atendeu.

- Estava esperando por você, Ângela. Senta por favor, bom dia.

- Bom dia. Eu vim falar com você se pode pedirá transferência desse investigador para onde vou ficar agora. A equipe está montada mas ele eu queria junto.

- Fernando. — Karina olhou os papéis. — Posso providenciar, claro.

- Ótimo. Eu tenho que resolver umas coisas mas amanhã já quero estar a pá dos casos.

- Por mim tudo bem, essa semana quero que use só para sua transferência. — Karina sorriu. — Não acha estranho as vezes que sejamos hoje em dia tão formais?

- Não exatamente. — Ângela se preparou para levantar. — Estamos no ponto onde a vida nos levou a estar.

- Ângela, vamos marcar um dia um café, que acha?

- Pode ser. Bom, eu agora preciso mesmo ir. Obrigada, Karina.

Levando a mão até ela, Ângela se desfez do contato um tanto demorado dela em sua mão. Naquele mesmo dia Ângela tratou de se apresentar na delegacia. O antigo delegado a esperava e a reunião demorou um pouco mais do que gostaria. Quase três da tarde quando Ângela conseguiu sair de lá.

"Mãe, estou chegando."

Não demorou para que chegasse e sua mãe já lhe esperasse na cozinha. Na ocasião só estava em casa o tio de Ângela e sua mãe em casa.

A número 43Onde histórias criam vida. Descubra agora