Capítulo [7]

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Nem bem havia amanhecido o dia, Ângela decidiu escrever uma mensagem para Maria e outra vez foram ao apartamento almoçar, dessa vez Ângela pediu para levar algo para comer, assim não perderiam tanto tempo na cozinha.

- E então, a que devo a honra?
— Maria perguntou enquanto ainda comiam.

- Nunca vamos falar?

- Como assim?

- Falo do beijo. — Ângela sorriu e viu Maria ficar sem graça limpando os lábios com um guardanapo de papel.

- Não tenho o que falar. Me desculpe.

- Não é isso, Elisa.

- Por que me chama assim?

- Porque é seu nome.

- Mas ninguém me chama desse jeito.

- Eu vou chamar. Não gosta?

- Não... Eu gosto sim. — Ângela pareceu aliviada, elas levantaram indo até a pia. — Me desculpa, acho que não tenho a resposta que você quer ouvir.

- Vamos sentar um pouco. — Juntas foram até o sofá, sentando uma de frente para a outra.

- Não é arriscado que venha me ver aqui? Não quero que passe por alguma situação no trabalho por culpa minha.

- Não se preocupe, sim? Está tudo sob controle. — Ângela segurou sua mão e Maria olhou para aquele toque por alguns segundos, seu celular tocou e ela assustou.

"Marcela?... Sim, pode subir... Está bem."

- Marcela?

- Sim, disse que queria conversar comigo.

- Melhor que eu vá para que conversem a vontade.

- Não, fique. Além do mais, se são tão amigas como já sei que são, ela não vai se importar. Fique, por favor. Sempre acabo me sentindo mais segura quando tenho você perto.

Nem houve tempo para resposta, Maria abriu a porta e Marcela não pareceu tão surpresa em ver Ângela ali, havia visto seu carro na rua estacionado.

- Olá, querida. — a advogada cumprimentou Ângela no rosto e logo Maria.

- Fique a vontade, senta. Eu já não tenho tanto tempo.

- Tudo bem, serei breve. Fui até a casa de Paloma, conversei com ela. — Por impulso e proximidade Ângela segurou a mão de Maria que pela primeira vez correspondeu o contato apertando com certa força.

- Você viu meus filhos?

- Calma. — Marcela deu um breve sorriso. — Consegui vê somente a Tainá.

- E meu filho? — Marcela suspirou.

- Maria, existem muitas coisas que você precisa conversar, eu fui até ela por outras razões. Paloma disse que a hora que você decidir, estará te esperando.

- Minha nossa... — ela levantou e Ângela lhe fez um carinho no ombro percebendo o aparente nervosismo.

- Eu preciso dizer uma outra coisa.

- O que houve?

- Bom... Com a proximidade da situação, Diego tem um relacionamento com ela, com a Paloma. Ela me contou por um acaso, eu preferi te preparar para isso, Maria.

- Como é? Isso não pode ser real!

- Por favor, fica calma. — Ângela falava com carinho abrindo sua geladeira para buscar um copo com água.

- Maria, para todos os efeitos absolutamente ninguém sabe desses problemas que envolvem você e o Diego. Paloma não sabe, está muito apaixonada.

- Não é possível, meus filhos estão convivendo com esse cara! Não consigo acreditar.

A número 43Onde histórias criam vida. Descubra agora