- Você é muito surreal! Que saudade eu estava de trabalhar contigo.
— Marcela riu dentro do carro.- Eu também sentia. — Ângela olhava para o envelope em mãos.
- Ainda não acredito que ele tinha isso em mãos.
- Acho que ele pode ter algum fio preso com o Diego, não teria outra razão.
- Pode ser. Vou entregar isso amanhã na primeira hora, Maria ficará tão feliz. Acho que com isso ela consegue responder em liberdade, a versão dela ganha muita força.
- É... Não será tudo tão fácil pelo fato de nunca acharem nada dele mas isso já é alguma coisa, o próximo passo será provar que ele tem envolvimento com o transporte de drogas e fazer ele confessar.
- Isso sim será difícil. Chegamos, você está entregue.
- Obrigada, Marcela. Aproveita o dia.
Ela desceu e quando voltou para casa encontrou Adriana com uma amiga e um amigo, ambos de sua profissão. Eles bebiam e fingiam fotos enquanto ouviam música. Ângela não pareceu gostar da cena, já havia advertido não curtir aquele tipo de festa no seu apartamento.
- Amor! Você chegou. — Adriana a viu e correu para lhe dar um beijo.
- Você está bêbada, Adriana. — Ângela falou baixo abraçada a mais jovem.
- Vem cá, você já conhece meus amigos, Joana e Manuel. — Gentilmente os três se cumprimentaram mas ela logo afastou.
- Vou subir. — Nada contente Ângela agora estava no quarto.
Notando a forma como ela se despediu, mesmo que fora da sua vontade, Adriana pensou que por agora o melhor era pedir para os dois amigos irem embora. Adriana subiu respirando fundo quando encontrou Ângela sentada na cama com os cotovelos apoiados nas pernas.
- Você sabe que eu não suporto esse tipo de coisa, Adriana! Você tem seu apartamento, se sente vontade de fazer essas sociais, faça por lá.
- Você diz que aqui também é minha casa mas se eu chamo uns amigos você age dessa forma.
- Estava sentada no colo daquele rapaz. — Ângela levantou tirando a jaqueta que usava.
- Isso é por ciúme?
- Ai, por favor, viu? Eu preciso descansar. Entendo que é meio da tarde e se você quiser sair não tenho problema com isso, mas não quero mais discutir.
Ângela entrou para banhar-se e ainda debaixo do chuveiro viu Adriana se aproximar, agora também nua.
- Eu também não quero brigar... — ela falou lhe abraçando por detrás a beijando. — Me perdoa? Tudo que quero é poder ficar com você.
Muito devagar Ângela foi sendo envolvida pela carícia oferecida e virou-se a beijando em sua boca.
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Logo nas primeiras horas da manhã Ângela já havia recebido notícias de Marcela, os documentos haviam sido entregues e tudo parecia encaminhar como ela imaginava.
- Olha o risco que vocês correram, Ângela!
- Risco, Fernando? Fui tão ou mais treinada que você, eu conheço caras como aquele advogado.
- Risco sim. O risco não foi só físico, Ângela, sua área agora não é mais essa, você ameaçou esse cara, não pensou na possibilidade dele te denunciar?
- Mas por que tanto exagero? Ele não vai me denunciar, tem algo que o prende, provavelmente dinheiro do Diego.
- Ok, você precisa parar, está bem? Vamos supor que de fato essa versão da Maria seja verdadeira, você não pode se envolver como vem fazendo.
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A número 43
FanfictionNúmero 43 ganha um nome em uma história com descobertas, segredos, coragem e porque não... amor. Maria Elisa entrará na difícil busca do que de verdade é viver ainda dentro da prisão.