- O que você faz aqui?
Foi a primeira pergunta que Ângela fez ao virar e ver Adriana ali. Imediatamente seus olhos correram em direção a Maria, Tainá ainda estava ao seu lado e imaginou que fosse mais um parente de Ângela.
- Eu estava voltando da casa de uma amiga e não fica longe, como você falou da sua mãe, queria dar um oi, não sabia que estavam juntos.
- É aniversário da Lupi. Eu disse que ela estava bem, Adriana. Você nem é próxima da minha mãe, acho que só veio aqui umas duas vezes e foi rápido. Queria me vigiar?
- Não, Ângela. Não seja paranóica. Vou buscar um copo aqui e volto.
Maria ainda ria distraída indo a caminho de Ângela e Tainá. Estava noite na área da piscina e ela não lhes procurava com os olhos.
- Sobrinha, acabo de achar a melhor parceira de dança! - O tio de Ângela ria.
- Que mentiroso! Não vai acreditar mas pisei os pés dele no mínimo três vezes. Tainá, você quer ir, filha?
- Eu estou bem, mãe. - Maria viu a filha sorrir. - Posso provar?
- Não! - Ângela e Maria riram ao notar que falaram juntas. - Isso é álcool, Tai. - Maria continuou.
- Voltei. Tentei achar sua mãe mas... Olha, não já vi seu rosto em algum lugar? - Adriana se esforçou para lembrar enquanto Maria tremeu tentando esconder o nervosismo.
O tio de Ângela olhou para a sobrinha como se estivesse lhe reprovando com o olhar. Dona Lara que chegava custou alguns segundos para entender.
- Oi. Estava na livraria do Centro.
- Elisa tentava encontrar a própria voz.- E como... - Adriana se esforçou pra entender.
- É que eu sou amiga de escola da Lupi. Me chamo Tainá, sou filha dela. - A adolescente foi rápida, tão rápida que chocou a própria Ângela.
- Nossa, quantas coincidências. - ela virou para olhar dona Lara. - Que bom vê que a senhora tá bem, Ângela havia me falado.
- Eu estou bem... Você veio agora?
Maria já não ouvia nada, olhava incrédula para Ângela, não podia pensar que ela fosse de fazer algo tipo. Em sua cabeça só permanecia a ideia que Ângela queria lhe mostrar que tinha um relacionamento.
- Ei, Maria, agora que lembrei, eu e minha esposa temos agora a receita que você vai fazer, vamos lá na cozinha! - O tio de Ângela falou.
- Vamos, mãe. Quero mais brigadeiro da geladeira. - Tainá segurou a mão da mãe dela e sentiu como estavam frias e trêmulas.
- Essa vou já olhar, vão indo. - dona Laura, que nem sempre demonstrava carinho, tocou gentil nos ombros de Maria. - Elisa, me esperem.
Maria sorriu quase sem graça para dona Lara, seu sorriso materno lhe tocou. Ângela estava triste com toda a situação, sentia-se perdida mas por dentro sentiu ternura ao perceber que sua mãe nutria um carinho por Maria.
- Maria, vai ficar tudo bem viu? - O tio de Ângela tentava ser discreto, Maria sorriu sem ânimo. - Vamos, Nadia está na cozinha e podemos roubar algo antes de chegar aqui fora.
Eles entraram na casa e Maria pediu um instante para uma ida ao banheiro. Lá fora, aproveitando que Adriana havia saído para buscar um copo, dona Lara tomava total o posto de mãe que há muito não fizera.
- Ângela, o que você pensa que está fazendo? Ficou claríssimo que gosta da Elisa. O que quer? Pensa em ficar com duas agora? Foi esse o ensinamento que passamos a você?
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A número 43
FanficNúmero 43 ganha um nome em uma história com descobertas, segredos, coragem e porque não... amor. Maria Elisa entrará na difícil busca do que de verdade é viver ainda dentro da prisão.