Capítulo 17

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- O que você faz aqui?

Foi a primeira pergunta que Ângela fez ao virar e ver Adriana ali. Imediatamente seus olhos correram em direção a Maria, Tainá ainda estava ao seu lado e imaginou que fosse mais um parente de Ângela.

- Eu estava voltando da casa de uma amiga e não fica longe, como você falou da sua mãe, queria dar um oi, não sabia que estavam juntos.

- É aniversário da Lupi. Eu disse que ela estava bem, Adriana. Você nem é próxima da minha mãe, acho que só veio aqui umas duas vezes e foi rápido. Queria me vigiar?

- Não, Ângela. Não seja paranóica. Vou buscar um copo aqui e volto.

Maria ainda ria distraída indo a caminho de Ângela e Tainá. Estava noite na área da piscina e ela não lhes procurava com os olhos.

- Sobrinha, acabo de achar a melhor parceira de dança! - O tio de Ângela ria.

- Que mentiroso! Não vai acreditar mas pisei os pés dele no mínimo três vezes. Tainá, você quer ir, filha?

- Eu estou bem, mãe. - Maria viu a filha sorrir. - Posso provar?

- Não! - Ângela e Maria riram ao notar que falaram juntas. - Isso é álcool, Tai. - Maria continuou.

- Voltei. Tentei achar sua mãe mas... Olha, não já vi seu rosto em algum lugar? - Adriana se esforçou para lembrar enquanto Maria tremeu tentando esconder o nervosismo.

O tio de Ângela olhou para a sobrinha como se estivesse lhe reprovando com o olhar. Dona Lara que chegava custou alguns segundos para entender.

- Oi. Estava na livraria do Centro.
- Elisa tentava encontrar a própria voz.

- E como... - Adriana se esforçou pra entender.

- É que eu sou amiga de escola da Lupi. Me chamo Tainá, sou filha dela. - A adolescente foi rápida, tão rápida que chocou a própria Ângela.

- Nossa, quantas coincidências. - ela virou para olhar dona Lara. - Que bom vê que a senhora tá bem, Ângela havia me falado.

- Eu estou bem... Você veio agora?

Maria já não ouvia nada, olhava incrédula para Ângela, não podia pensar que ela fosse de fazer algo tipo. Em sua cabeça só permanecia a ideia que Ângela queria lhe mostrar que tinha um relacionamento.

- Ei, Maria, agora que lembrei, eu e minha esposa temos agora a receita que você vai fazer, vamos lá na cozinha! - O tio de Ângela falou.

- Vamos, mãe. Quero mais brigadeiro da geladeira. - Tainá segurou a mão da mãe dela e sentiu como estavam frias e trêmulas.

- Essa vou já olhar, vão indo. - dona Laura, que nem sempre demonstrava carinho, tocou gentil nos ombros de Maria. - Elisa, me esperem.

Maria sorriu quase sem graça para dona Lara, seu sorriso materno lhe tocou. Ângela estava triste com toda a situação, sentia-se perdida mas por dentro sentiu ternura ao perceber que sua mãe nutria um carinho por Maria.

- Maria, vai ficar tudo bem viu? - O tio de Ângela tentava ser discreto, Maria sorriu sem ânimo. - Vamos, Nadia está na cozinha e podemos roubar algo antes de chegar aqui fora.

Eles entraram na casa e Maria pediu um instante para uma ida ao banheiro. Lá fora, aproveitando que Adriana havia saído para buscar um copo, dona Lara tomava total o posto de mãe que há muito não fizera.

- Ângela, o que você pensa que está fazendo? Ficou claríssimo que gosta da Elisa. O que quer? Pensa em ficar com duas agora? Foi esse o ensinamento que passamos a você?

A número 43Onde histórias criam vida. Descubra agora