Enquanto Adriana seguia fora, a aproximação de Maria e Ângela estava cada vez mais intensa. Sem notar, faziam muitas coisas juntas, dividiam problemas domésticos, faziam receitas e em uma delas estava presente a filha de Elisa, Tainá. A adolescente que não descartava uma única ocasião de provocar a delegada.
A mãe de Ângela adorava Maria, dona Lara em um dia depois do almoço lhe mostrou com detalhes sua horta e como usava cada tempero em diferentes pratos.
Emilly seguia presente para sua amiga, essa que ouvia com total reprovação seus planos a respeito de Diego.
- Você tá ficando louca?
- Me desculpe, Maria, mas Emilly tem razão, é arriscado o que você faz, essa aproximação é perigosa! — Marcela continuou.
- E foi por essa aproximação que já conseguimos descobrir que ele tem ligação com conhecidos da polícia, pessoas que dentro da própria corporação que desconfiam dele. Por favor, eu preciso do apoio de vocês, sozinha não serei tão rápida. Se eu coloco essas escutas no carro dele já...
- Vou fazer o seguinte, pelo nosso bem. Eu vim aqui contar do andamento do caso e estou indo embora porque é tarde. Vou te deixar a vontade conversando com sua amiga e não estou ouvindo absolutamente nada até aqui porque estava respondendo uma amiga. — Elisa riu.
- Marcela... Obrigada.
Elas se despediram e Marcela saiu, mesmo sem dizer nada, a preocupação lhe estampava a cara, Emilly com suas ressalvas resolveu que iria ajudar sua amiga no que fosse.
- Certeza mesmo que vai falar com ela?
- Eu sei que é um risco mas eu preciso tentar.
- Tudo bem, ela já deve tá no caminho, vou deixar vocês a vontade.
Emilly saiu do apartamento e de fato não tardou para que Tainá chegasse. Ela já estava tão a vontade no apartamento que Maria lhe deu uma chave, havia saído da escola direto para lá.
- A senhora parecia tão séria na mensagem, o que houve?
- Senta, filha. — Tainá terminava um copo de água e sentou no sofá que estava sua mãe, notando alguns papéis ali. — Sei que falamos pouco do caso que corre na justiça mas preciso que agora você me ouça, está bem? Quando eu acabar você pode falar o que quiser, pode até mesmo ir embora.
Tainá ficou apreensiva, não gostava de ouvir sobre o tema, não gostava de lembrar. Mesmo assim ela concordou. Maria contava com detalhes tudo sobre a relação de Diego com o pai dela, contou as suspeitas, contou tudo com riqueza de detalhes e quase zero provas em suas mãos. Ali ela contou até mesmo das chamadas e mensagens, contou do assalto, nada faltou. Tainá olhava incrédula para sua mãe, não conseguia dizer uma palavra.
- De onde você tirou todas essas coisas? — Ela levantou e Maria sentiu as próprias pernas tremerem, Emilly tentou avisar.
- Minha filha, o que estou dizendo é verdade, preciso que acredite em mim. Eu não mentiria pra vocês nem mesmo para me salvar.
- Então pra quê me disse isso tudo? Me diz! Eu nunca perguntei nada! E outra coisa, como quer que eu acredite quando todos esses anos ele estava presente para nós três? É sério, como espera isso?
- Tainá, eu entendo sua raiva e confusão mas Diego não ficou do lado de vocês por amar. Me desculpa minha filha, mas não foi por isso. Ele fez para vigiar de perto os dois, principalmente a mim. — Maria viu a filha lhe olhar ainda mais atônita, a viu também buscar a bolsa indo em direção a porta. — Espera.
- O quê? — Tainá lhe olhou já com a porta aberta.
- Por favor, não conte a ninguém sobre nossa conversa, principalmente a Diego ou sua tia. Não dê a entender que sabe sobre o que eu disse aqui hoje, é a única coisa que peço. Leve isso com você e por favor esconda.
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A número 43
FanfictionNúmero 43 ganha um nome em uma história com descobertas, segredos, coragem e porque não... amor. Maria Elisa entrará na difícil busca do que de verdade é viver ainda dentro da prisão.