♡ cap.3 - crime e absolvição

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"Nós tínhamos um cordo", a Xerife Forbes reiterou com severidade.

Klaus revirou os olhos. "Nós temos um acordo, posto pelo meu irmão Elijah e que eu venho cumprindo, diria, metodicamente bem."

O Prefeito Lockwood e sua esposa, Carol, trocaram um olhar suspeito. Ele tirou do bolso do paletó o jornal diário e o jogou sobre a mesa. Abaixo das letras Mystic Falls Daily, a manchete principal anunciava um terrível ataque de animal próximo ao Grill. Klaus reconheceu o homem da noite anterior na fotografia que constava na página, embora não se preocupasse em ler seu nome. Franziu os lábios, recostando-se contra a cadeira. "Como eu disse."

"Isso foi um lobo", disse Liz. "E não era lua cheia."

"Talvez os seus híbridos..."

Klaus bateu na mesa e apontou o dedo para Richard, que imediatamente parou de falar, apesar de não se sentir ameaçado. "Não aceitarei mais acusações. Se eu fosse o autor desse crime, eu não teria motivo para esconder. Não pensem que esse é um acordo para evitar destruição mútua. A única coisa que me incentiva a cumprir as suas regras, na medida da minha vontade, é a segurança da cidade."

Carol revirou os olhos. Klaus suspirou silenciosamente, o que soou como a respiração crepitante de um animal na selva; ele estava mesmo se sentindo selvagem. Passava longos dias, às vezes semanas, em sua forma de lobo, vagando pela Vírginia, quando não estava eliminando inimigos na Europa. Mas sua preocupação com Mystic Falls era sincera, e sua irreverência também – ele gostaria de ter sido o autor do crime, mas Rapunzel tão o levou para fora do restaurante com tanto desespero que ele não tivera como voltar.

"Quanto aos meus híbridos, eu deixei claro suas proibições." Ao estabelecer a regra de não atacar a cidade, nenhum de seus cidadãos ou ocasionais visitantes, o Conselho recebeu uma concordância e uma ameaça ao mesmo tempo. Uma vez que Klaus controlava os híbridos, enquanto ele seguisse na linha todos os outros seguiriam; porém, caso o Conselho se virasse contra ele, não só os híbridos causariam o caos, como os outros originais se alinhariam ao irmão. O Prefeito Lockwood odiava admitir para si, mas o que Klaus dizia era a mais pura verdade, e ele era o único naquela mesa com real poder.

"E vocês", ele continuou, "ao invés de virem até mim para pedir a minha ajuda, me chamam para uma declamação de acusações."

Foi a vez de Liz revirar os olhos. Richard sustentou sua postura rígida e impenetrável até Rapunzel quebrar a discussão. A garçonete repôs o café dos quatro, e ele observou bem quando ela e Klaus demoraram os olhares um no outro, no que lhe pareceu uma comunicação própria, que só eles compreendiam. Ela estava prestes a se afastar quando o original ergueu o jornal para ela. "Ouviu as últimas notícias?"

Sem pegar o jornal em mãos, Rapunzel leu rapidamente o que lhe interessava. Ela segurou o bule de café com mais força, mas seu corpo estava relaxado quando ela desatou uma risada. Foi gutural, como se soltasse o ar, os lábios arqueados e os dentes à mostra. Então, ao perceber o que fizera, ela piscou várias vezes, balançou a cabeça, um gesto mais para si mesma do que para os outros, e foi embora.

"Ela achou engraçado", disse Carol, em tom de desprezo.

"Não achou, não, você conhece a condição dela."

"Vai defende-la, Richard?"

Klaus pegou sua xícara e deixou a mesa sem explicações. Ficou curioso para saber a qual condição o prefeito se referiu, mas ainda mais curioso quanto à reação de Rapunzel. Ela não lhe pareceu do tipo que riria da morte de alguém, mesmo se tratando de um homem desprezível. "Está em duas áreas de novo?", ele perguntou, sentando-se no balcão. A garçonete procurava alguma coisa na prateleira. Ele chamou seu nome duas vezes, e a cada uma ela levou as mãos às orelhas, como se algo a incomodasse.

Rapunzel • N. MikaelsonOnde histórias criam vida. Descubra agora