De manhã, Klaus, sem atraso, bateu na porta de Rapunzel.
Ela demorou a abrir e, ao aparecer, ainda sem abrir completamente a porta, com uma expressão de dúvida e um carregador enrolado no pescoço, ela deu um passo para trás, pareceu refletir consigo por um segundo, e então, finalmente, o convidou para entrar. "Ah, oi. Você chegou cedo."
"Não, estou pontualmente correto." Ele adentrou a casa, e Rapunzel fechou a porta. Ela abaixou a cabeça, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. Klaus a encarou e fez um gesto sinalizando seu pescoço. "Você tem..." - ele se interrompeu, e ele próprio retirou o fio. Klaus o levantou na frente da visão dela, e ela apertou as pálpebras.
"Eu tava procurando isso", disse. Suas bochechas estavam ruborizadas e quentes e ela queria poder enfiar as unhas na própria pele só para poder dizer a ele que não, não estava assim por causa daquele simples gesto.
Mas ele já tinha percebido.
Rapunzel jogou o carregador na mesa de centro. "Água? Você quer alguma coisa? Eu ainda não tomei café."
"Podemos comer na estrada."
"É, sobre isso... Para onde vamos?"
Klaus sorriu, entrelaçando as mãos atrás das costas. "Bem, há uma exibição de aviões numa cidade perto daqui. Penso que é seu estilo."
Ela ergueu os ombros, e virou o rosto, tentando esconder sua reação contente. Mirou nas próprias mãos, brincando com os dedos, e trocou o peso de um pé para o outro. "E que horas mais ou menos nós vamos voltar?"
O original franziu os lábios. "Daqui para Chantilly são umas duas horas de viagem, vamos parar para tomar café, provavelmente para almoçar no retorno... então creio que estaremos aqui até as duas horas. Você tem algum compromisso?"
Ela suspirou. "Nãaao, mas eu vou preciso levar meus remédios." Ela apontou para a escada. "Vou busca-los. Fique à vontade, minha casa é sua e etc."
Quase correndo, Rapunzel subiu os degraus e direcionou-se ao seu quarto. Ela tinha uma bolsa grande que sempre levava consigo quando saia, contendo o básico de higiene e que cabia a maleta na qual guardava os remédios. Para não arriscar, ela colocou a maleta dentro da bolsa. Então, avançou para o banheiro.
Encarou a si mesma, avaliando-se. Poderia passar um pouco de maquiagem para cobrir suas olheiras, mas tinha medo de fazer uma bagunça no rosto, então apenas penteou o cabelo, que estava sujo, seco, quebradiço. Eu me odeio, ela acusou-se, e uma avalanche de palavras depreciativas desceu em sua mente. Ela resolveu prender o cabelo. Escovou os dentes e evitou se olhar no espelho enquanto trocava de roupa, substituindo a blusa e o short jeans que vestia por um vestido rosa que, na verdade, era de Jenna.
Ao voltar para a sala, Rapunzel encontrou Klaus sentado no sofá. Se ele ao menos soubesse quantas coisas horríveis tiveram palco bem ali, onde ele estava.
"Pronta?", ele perguntou, levantando-se. Ela assentiu.
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Rapunzel desceu o vidro da janela do carro e encostou o rosto no canto, sentindo o vento fresco matinal. Ela gostava de andar de carro, gostava de ficar mirando a estrada, a paisagem, e, agora, ela estava gostando do silêncio. Mas sua serenidade não durou muito: o alarme de seu celular tocou, lembrando-a de tomar o remédio. Ela suspirou, desligou aquele som agonizante e pegou o remédio que precisava. Sua maleta era um tanto desorganizada, pois ela simplesmente jogava de volta as caixas dos remédios, o que também acabava fazendo ser mais difícil encontrar o que procurava, mas ela colara uma tabela, na qual organizava em quais dias e em quais horários deveria tomar determinado medicamento.
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Rapunzel • N. Mikaelson
FanficA vida de Rapunzel Donovan sempre esteve de cabeça para baixo: diagnosticada com esquizofrenia na adolescência, ela ressente o fato de não ter podido assumir a responsabilidade pelos irmãos e se culpa pela negligência da mãe. Mas ela tinha sua própr...