♡ cap.22 - presença e ausência

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Rapunzel deslizou os dedos entre os cachos de Klaus, que estava deitado no sofá da biblioteca, a cabeça em seu colo. Ele suspirou. "Kol e eu nunca fomos próximos."

"Mesmo assim, expulsá-lo de casa não é um pouquinho demais?"

O original quase revirou os olhos. Colocara Kol em um caixão por ter se alimentado em Mystic Falls, e ele teria matado o pobre homem, não tivesse Elijah o encontrado. Klaus não permitiria que ninguém quebrasse suas regras, desafiasse sua autoridade e saísse impune, nem mesmo sua família.

No entanto, ao contar a história para Rapunzel, ele precisou reinventar alguns detalhes – dissera que Kol estava se intrometendo no que não devia, atrapalhando os negócios da família na cidade, portanto, o mandou para a Grécia para cuidar de alguns assuntos empresariais. "Ele não foi exilado", afirmou. A insistência de Rapunzel em defender seu irmão estava começando a irritá-lo. "Só vou entediá-lo até ele aprender a lição. Assunto encerrado."

Rapunzel deu de ombros, sem parar de acariciar o cabelo de Klaus. Ela não fazia questão nenhuma de discutir sobre Kol. Não teve problemas com ele, mas também não eram amigos. "Nem imagino como seria ter tantos irmãos. Dois já me deixaram... bem, louca."

Ela sorriu diante da própria piada, mas Klaus não achou engraçado. "Garanto que não está perdendo muito."

"Acho que tenho um pouco de inveja. Nunca conheci meu pai, mas também tive uma péssima mãe. Matt nunca ligou muito pra mim, e Vicki... bem, por mais próximas que fôssemos, ela nunca teve capacidade de me defender. Pelo menos você não estava sozinho."

Klaus levantou, um tanto irritado, e dirigiu-se para a bancada de bebidas. Sem pressa para continuar a conversa, serviu uma dose de whisky para si. "É, eu não estava." Suas palavras foram praticamente sussurradas. "Elijah sempre esteve ao meu lado, mesmo que isso significasse apanhar sem misericórdia. Rebekah chegou a apontar a espada para nosso pai, uma vez."

Rapunzel franziu o cenho, mas resolveu não questionar. Talvez ter uma espada em casa não fosse tão estranho quanto lhe parecia.

"Finn era o menininho da mamãe." Ele balançou a cabeça em desprezo. "Nunca se oporia a ela. Como eu disse, Kol e eu nunca fomos os mais próximos. Ele prefere seguir o próprio caminho a permanecer com a família."

"A permanecer com você", ela adicionou.

Klaus assentiu, sorvendo a bebida de uma vez. Ele logo reabasteceu o copo. "Acredito que ele sempre teve ciúme da lealdade de Elijah e Rebekah a mim. Eu era o objeto da ira de Mikael, eu apenas. Todos os outros teriam escapado, não tivessem optado por permanecer ao meu lado. Kol acredita ser excluído da família, mas é ele que se afasta de nós." O original voltou ao sofá, desta vez sentando-se ao lado de Rapunzel. "Ao conspirar contra mim, ao agir pelas minhas costas, ao me levar em última consideração, ele se distancia da nossa cumplicidade. E depois, quando recebe uma resposta à altura da sua insolência, ele diz que não o tratamos como igual."

Ele deixou seu olhar pousado no de Rapunzel, nos seus olhos tristonhos com orbes castanhas doces e densas como mel. "Antes de ir, ele disse que eu dei um lugar no nosso lar a uma estrangeira, que é mais fácil para mim ter afeto por uma estranha e trazê-la para família do que trata-lo como irmão."

Ela se remexeu no sofá, desconfortável. "Não entendi a relação."

"Não há relação alguma, ele só está com ciúme."

Rapunzel fez uma careta estrábica. "E eu pensando que a gente se dava bem."

O original suspirou, um sentimento de orgulho borbulhando em seu sangue, como se Kol tivesse almejado o que lhe pertencia. Ele fez sinal para ela se aproximar e sem delongas ela deitou em seu peito. Klaus deitou a cabeça no braço do sofá, trazendo-a para cima de si e a segurando como se ela pudesse desaparecer.

Rapunzel • N. MikaelsonOnde histórias criam vida. Descubra agora