♡ cap.11 - entre álcool e diamantes

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"É lindo", disse Rapunzel, referindo-se ao presente que acabara de ganhar. Tratava-se de um colar, uma corrente de ouro com um pequeno e brilhante diamante. Ela apertou os lábios. "Não está me dando isso por que eu fiquei mal ontem, né?"

"Claro que não", respondeu Klaus. "Eu já tinha comprado, só estava esperando o momento certo. Vire-se."

Ela arqueou as sobrancelhas. Suas íris castanhas moveram-se no branco dos olhos para um lado e para o outro como o pêndulo de um relógio. Ela levou alguns segundos para entender o comando, e, ao fazê-lo, obedeceu. Ergueu o cabelo para que ele pudesse fechar o fecho do colar.

Rapunzel observou seu reflexo na geladeira. "Por que agora é o momento certo?"

"Gostaria de convidá-la para sair comigo hoje à noite. Aliás, poderíamos ir agora para que eu possa lhe comprar um vestido."

Em um giro, ela ficou de frente para o original, um sorriso estampado em seu rosto. "Para onde vamos?"

"Uma festa no Palace Hotel."

O sorriso dela esvaiu, sua boca abriu em O, e, depois, formou um sorriso ainda mais esplendoroso. "Eu? Você quer que eu vá com você?"

"Exatamente."

Ela ficou confusa novamente, apesar da confirmação. "Espera. Você acha que... você quer que as pessoas – ela fez uma pausa – saivam de nós? Que estamos juntos?"

Klaus segurou uma risada. "Eu faço questão", ele disse, pondo as mãos em sua cintura.

"Você sabe que vão comentar, né? Comentários... maldosos. Certamente já faziam quando ainda éramos só amigos." Ele não falou nada, e esse silêncio foi uma resposta clara. "Pois é." Ela tentou se apartar, mas Klaus a segurou com mais força.

Rapunzel arfou, sentindo seu corpo estremecer. Eles estavam tão perto que a respiração dele encostava em seu rosto. "Eu prefiro que todo mundo nessa cidade saiba que você é minha, assim nenhum homem vai tomar liberdade com você."

Ela balançou os ombros, divertida, embora Klaus mantivesse uma seriedade dura. "Isso é um pouco possessivo da sua parte."

Sem aviso, aproveitando que ela estava confortável, o original avançou em sua boca. De início, ela não soube como reagir, no entanto, quando ele apartou o beijo, ela estava sedenta por mais. Inclinou o rosto, a boca um pouco aberta, as narinas dilatadas, os olhos estrábicos. "Faça de novo", ela pediu, em um sussurro quase inaudível, como se lhe confessasse um segredo.

Klaus foi mais devagar dessa vez, com menos pressa. Ela abriu mais a boca, rodeou o pescoço dele com as mãos, mas logo isso ficou seco, insuficiente, e ela desceu para suas costas, puxando-o para si como ele fizera com ela segundos atrás. Um tanto desengonçada, ela desabrochava em suas mãos, centímetro por centímetro, e ele percebia isso e ela percebia que ele percebia e, portanto, ainda mantinha certa inquietude, uma agitação perversa que ao mesmo tempo que a impulsionava em direção a ele a fazia se questionar se não estava indo rápido demais. Rápido demais, as palavras ecoaram em sua mente. Apesar de primeiramente serem um alerta, logo tornaram-se comandos. Ela buscou por ar, como se se preparasse para um mergulho. Ele ofegou, e o som, breve, grave, dispersou-se pelo cômodo como uma nota musical. Rapunzel agarrou a nuca dele e o levou a um novo beijo, dessa vez determinada a conduzir o ritmo. Entretanto, ela foi impedida por um estrondo. Impossível de determinar se aquele barulho fora real, ela olhou para Klaus, que olhava para a porta.

A porta foi aberta, e na casa entrou Kelly Donovan.

"Ah, não", Rapunzel murmurou.

E, de repente, a sensação de pertencimento, a tranquilidade e conforto desapareceram. Um turbilhão de emoções, misturadas a fragmentos de lembranças, a invadiu. Ela cerrou a mandíbula, sentindo seu corpo se contrair. A sala pareceu maior. Klaus pareceu estar mais distante, e Kelly, mais perto. Ela passou as mãos no corpo, notando então que Klaus a tinha soltado. Mordeu o interior dos lábios, os mesmos lábios que estavam sendo beijados instantes atrás, na tentativa de conter o choro.

Rapunzel • N. MikaelsonOnde histórias criam vida. Descubra agora