11 | O caminho escolhido, será o caminho certo?

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— Não. Vou provar que você está errado, Potter.

Draco sente as palavras saírem de seus lábios como uma lufada de ar fresco, como provar algo doce pela primeira vez - e sua língua quase queima com o sabor dessa doce liberdade.

Parece que Potter está lutando para controlar sua expressão, e isso deixa Draco cauteloso. Potter está desapontado - ele queria que Draco fosse embora?

Mas depois de uma fração de segundo, Potter sorri, e seus dentes ficam brancos e brilhantes na escuridão. — Finalmente você decidiu, não é? Demorou bastante — os ombros de Draco enrijecem, mas antes que ele possa argumentar, Potter continua, — vamos lá, então.

O Menino Salvador sai em ritmo acelerado, mas Draco se sente um pouco relutante em segui-lo, imaginando se isso muda alguma coisa, se ele será informado dos planos secretos do trio da Grifinória. Ele se pergunta se é isso que ele quer.

Involuntariamente, sua curiosidade foi despertada, e agora que eles não estão em perigo imediato, correndo para salvar suas vidas e, em vez disso, pisando em folhas encharcadas, Draco tem um milhão de perguntas. Ele morde a língua, porém, sabendo que prefere ficar quieto a ser evitado.

Talvez seja para preencher o silêncio, ou para impedir Draco de fazer essas mesmas perguntas, mas Potter diz casualmente, — Se você ver uma árvore grande e oca, me avise.

Draco zomba, — Certo. Porque não estamos em uma floresta nem nada, onde há abundância de todas as espécies de árvores. — Mesmo que Potter ande um passo à frente de Draco, de alguma forma Draco percebe que Potter está revirando os olhos. E porque Draco está curioso, não porque ele tenha alguma compulsão estranha de continuar conversando com Potter, ele pergunta: — Para que serve a árvore?

Potter leva alguns segundos para responder, — Para cultivo, principalmente. Ou sombra. Pequenos animais a usam como abrigo — Ele ri para si mesmo, e então em um tom mais sério continua, — ...É onde eu os deixei.

Mesmo que Potter não possa vê-lo, Draco acena com a cabeça, e provavelmente porque quer se livrar daquele tom solene na voz de Potter, ele acrescenta espirituosamente, — E se você é um trouxa, elas também são boas para queimar e pulverizar até virar polpa.

Harry bufa, — O desmatamento não é apenas um problema trouxa, Malfoy. E caso você tenha esquecido, ó sangue puro, existe uma coisa chamada pergaminho.

Os lábios de Draco se contraem para o lado.

E assim, eles voltam ao normal, como se nada tivesse mudado. Como se Draco não tivesse implorado para que seu pior inimigo ficasse com ele. Como se Potter não tivesse voltado para resgatar alguém que estaria melhor morto. Como se Draco não tivesse acabado de tomar a maior decisão de sua vida.

Felizmente, Potter não menciona nada disso, e o silêncio que eles compartilham enquanto se movem por entre as árvores é quase sociável.

A única coisa ruim sobre o silêncio é a forma como ele deixa os pensamentos de Draco vagarem para coisas que ele prefere ignorar. Como a expressão no rosto de Potter quando ele se jogou em Yaxley e salvou a vida de Draco. Como o calor que Draco sentiu quando estavam apenas os dois, parados juntos sob a capa de Potter. Como a sensação da mão de Potter em torno da sua – quente, forte e segura...

Draco franze a testa quando percebe que está olhando para as mãos de Potter. Um galho estala ruidosamente sob seu sapato, interrompendo seus pensamentos, e no mesmo momento Potter se vira com os lábios franzidos e diz, nem um pouco suavemente, — Você consegue fazer mais barulho?

— Quem vai nos ouvir, os esquilos? — Draco se sente irritado por ter sido repreendido, e sua irritação o deixa ciente de seus outros desconfortos, dores das quais ele foi distraído pensando em Potter. — Não podemos parar um pouco, minhas pernas doem pra caralho e...

Temptation on the Warfront | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora