10 | Prova na palma da sua mão

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Harry bate com força no chão da floresta, folhas úmidas obstruindo sua garganta e sua varinha cravando-se dolorosamente na dobra de seu cotovelo. Ele tosse e gagueja, tenta se sentar, mas perdeu o ar e é difícil se mover.

Imagens da última hora estão dançando por trás de suas pálpebras — a expressão indignada de Umbridge antes de ficar atordoada — os gritos de nascidos trouxas e mestiços enquanto eram perseguidos por um número infinito de dementadores — centenas de panfletos com seu próprio rosto estampado na frente, bloqueando sua visão - A mão de Hermione alcançando a dele e de Ron enquanto eles saltavam para a Rede de Flu.

Agora, Hermione está chamando o nome dele, e Harry mal tem tempo de registrar o sucesso deles antes de ouvir um gemido, como se alguém estivesse morrendo, e o pânico de Harry aumenta drasticamente. Ele estende a mão para encontrar os óculos, coloca-os no rosto e depois fica de joelhos.

Galhos afiados cortam as calças agora muito largas, mas Harry não se importa, ele apenas rasteja até onde Hermione está ajoelhada sobre Ron, com as mãos cobertas de vermelho - de sangue. — Mione-o que-Ron-

— Harry - minha bolsa - rápido!

O que resta da luz da tarde penetra por entre as árvores, tornando as sombras mais escuras do que deveriam. Harry encontra a pequena bolsa de contas de Hermione, e com mãos trêmulas ele a abre, seguindo as instruções dela e pegando uma pequena garrafa de Dittany.

— O que - o que aconteceu com Ron - onde estamos!? — Harry está sem fôlego e não consegue se concentrar direito, não consegue desviar o olhar do ferimento aberto no ombro de seu melhor amigo. Ron balança a cabeça de um lado para o outro e Hermione choraminga, implorando para que ele fique quieto.

— Ron foi estrunchado.

Harry estremece e quando ela não responde à sua outra pergunta, seu pânico se transforma em algo maior, espalhando-se para abranger a pessoa que eles deixaram para trás — Por que estamos aqui? Hermione!?

Hermione lança um olhar ansioso para ele por cima do ombro, como se não tivesse um momento de sobra, e sai correndo: — Yaxley me agarrou quando desaparatamos e eu não consegui me livrar dele - e então pousamos na porta e eu – eu não pude – nós não poderíamos ficar lá!

Os olhos de Harry se arregalaram, e ele precisou de uma ou duas respirações ofegantes para perceber o que isso significa. — Mas Malfoy...

— Esqueça ele, Harry - não podemos voltar!

— Mas...

— Harry, você não vê? Isso iria acontecer na sexta-feira de qualquer maneira - e mesmo que o plano tivesse dado certo, talvez não teríamos conseguido voltar! Estava se tornando muito perigoso - os Comensais da Morte sabiam que alguém estava dentro - eles simplesmente não sabiam como entrar! — Hermione se vira para Rony e passa as mãos trêmulas pelo rosto dele. — Rony - está tudo bem...

Harry não escuta, ele desliga tudo e seus ouvidos começam a zumbir. Eles levaram Yaxley até a porta, o que significa que ele agora é um Guardião do Segredo e pode trazer qualquer número de Comensais da Morte de volta com ele. De volta ao Malfoy. Malfoy sem varinha, indefeso e estúpido.

Harry não vê Hermione começar a circular ao redor deles, lançando feitiços de proteção, ele apenas fica parado, entorpecido, a Horcrux em seu pescoço pesando sobre ele. A mão de Harry treme enquanto ele arranca o colar do pescoço e enfia o medalhão sob a camisa, ao lado da bolsa de Hagrid.

Ele pega sua mochila que está espalhada a seus pés e a coloca no ombro depois de tirar sua capa de invisibilidade.

— Harry - Harry, o que você está fazendo? — Hermione está olhando para ele agora, com estresse em cada centímetro de seu corpo.

Temptation on the Warfront | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora