15 | Uma perda ou um ganho, o que é merecedor?

745 83 11
                                    

Malfoy pula para trás, com o rosto vermelho e os olhos arregalados, e Harry para abruptamente no que ele agora percebe que foi uma tentativa de ter os lábios de Malfoy de volta nos seus.

Malfoy fica petrificado, e depois de ver como seu rosto começa a empalidecer, o coração de Harry volta ao ritmo normal e, relutantemente, ele pensa que, pelo bem de Malfoy, tentará se concentrar melhor. Se essa atração inexplicável e arrepiante realmente deixa Malfoy tão desconfortável, Harry tentará ignorá-la.

— Então, hum... Vamos tentar de novo?

Malfoy olha para ele por alguns segundos, e então parece se controlar, porque ele encolhe os ombros com uma carranca que não está totalmente lá, e então se afasta, de volta para a floresta, sua frase passando por cima de seu ombro, — Depois, talvez.

Harry o observa desaparecer entre as árvores densas e pensa que provavelmente deveria voltar também, para o calor da tenda. Mas o rio, meio congelado com sua água brilhante, é lindo demais para ser ignorado, e Harry se vê limpando um pedaço de neve do chão e sentando-se.

Enquanto ele olha para o rio, ele se pergunta o que Hermione está fazendo agora, se ela encontrou Ron ou não, e se ela o convenceu a voltar. Ele repassa as palavras em sua cabeça, tentando descobrir quais usaria se visse Ron agora, mas não consegue, porque acha que os punhos seriam o fator dominante no que estaria envolvido.

Há uma ansiedade enervante e sufocada no estômago de Harry que sussurra para ele a possibilidade de Hermione escolher ficar com Ron, de ambos escolherem viver suas vidas tão normalmente quanto possível enquanto uma guerra acontece ao seu redor. Ele se pergunta se eles iriam se esconder, se ele os veria novamente – se ele estaria vivo para vê-los novamente. Um caroço se forma na garganta de Harry, e ele pisca rapidamente para o ar frio.

Para se distrair de seus pensamentos sombrios, ele escolhe se preocupar com o que ele e Malfoy farão agora, para onde irão e como Harry irá mostrar a Malfoy como lançar o Feitiço do Patrono. Uma parte dele tem a impressão de que Malfoy estava apenas rindo quando a sugestão escapou de seus lábios, mas então Harry se lembra da vulnerabilidade sincera enterrada sob a indiferença de Malfoy, e ele sabe que Malfoy estará igualmente disposto, se não mais, para aprender o feitiço do que Harry está disposto a ensiná-lo.

.

Draco senta perto do fogo, cutucando-o de vez em quando com um bastão comprido, porque é divertido ver as faíscas que ele emite, e porque Potter não está lá para acusá-lo de fazer algo parecido com um trouxa. Potter está dentro da tenda, xingando de vez em quando e fazendo barulhos irritantes e abafados.

Draco está prestes a gritar para ele calar a boca quando Potter surge, com algo grande, preto e de lã em suas mãos. Draco levanta uma sobrancelha, pensando que Potter foi esfolar um urso ou algo assim, mas então Potter empurra o que quer que seja no colo de Draco e diz: — Você deveria colocar isso.

— Eu devo? — Draco pergunta sarcasticamente, inspecionando o que ele percebe ser uma peça de roupa – uma espécie de casaco longo e grosso. — Por que eu deveria?

— Porque — Potter responde, e Draco percebe que ele está usando um também, só que é um cinza claro que ilumina a cor de seus olhos, — Está muito frio e estamos indo para um lugar.

Draco olha furioso para o casaco em suas mãos, e responde para Potter, — Ah, é mesmo? Quer explicar melhor?

— Não, realmente não.

— Por que diabos não?

— Porque...

— Iremos para Londres em busca da Doninha e da sangue-ruim, não é? — Draco não consegue se conter, mas de repente tudo o que sente é amargura e ciúme.

Temptation on the Warfront | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora