Temptation on the Warfront | Drarry

17 | Nossos corpos juntos, um sabor de deliciosa insanidade

A noite está clara, com o brilho das lâmpadas das ruas e dos letreiros gigantes pendurados nos prédios. Os trouxas passam por onde eles estão, esperando junto à Estátua de "Eros", como Potter a chamava, e, de vez em quando, um retardatário esbarra no homem idoso cuja pele disfarça Draco Malfoy. Draco cerra os dentes, apenas para descobrir que o velho não tem a maioria deles, e suspira no ar frio.

Ao lado dele, Harry Potter é um homem de meia idade, e as rugas ao redor de seus olhos não indicam tanto a idade quanto a preocupação. Potter não disse nada desde que chegou, mas Draco observa seus olhos, azuis, desconhecidos e totalmente errados, examinando constantemente o rosto de cada pessoa que passa por eles.

A cada poucos minutos, Draco sente vontade de estender a mão e tocar a mão de Potter, para que ele saiba que está tudo bem - um avô confortando seu filho. Mas então sua raiva irá desabar, raiva pelo que eles estão fazendo, prontos para receber de volta duas pessoas que abandonaram O Escolhido. Raiva pelo que definitivamente não é ciúme fervendo em seu estômago.

Draco olha para o cimento sob seus pés, e de repente ele percebe que está esperando por Hermione Granger e Ron Weasley, e apesar de seu egoísmo e ciúme, pelo bem de Potter, pelo menos, ele espera que eles estejam bem.

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Houve um tempo, há vários anos, em que o dia estava quente e o suor escorria pela nuca de Harry. À sua esquerda, Ron estava rabiscando nas margens de seu dever de casa, e à sua direita, Hermione o preenchia com as lacunas que a professora Burbage supostamente não havia dito na aula de estudos trouxas de Hermione. Harry não sabia por que ela achava que ele se importava, mas ele ouviu mesmo assim, porque os sussurros abafados dela eram mais fáceis de acompanhar do que o que quer que o Professor Binns estivesse falando sobre a Rebelião dos Duendes.

Hermione ficou chocada, porque a escultura trouxa mais famosa da Inglaterra não era a-coisa-que-Binns-pensava-que-era-que-tinha-um-nome-muito-longo-para-Harry-lembrar, era aparentemente a Fonte Memorial Shaftesbury em Piccadilly Circus. Harry assentiu, bocejando, enquanto Hermione insistia que sabia disso porque todos os anos sua família fazia suas compras de Natal lá, e às seis horas eles se encontravam na Estátua de Eros, com sacolas cheias de presentes nos braços.

Harry nunca imaginou que três anos depois ele acabaria precisando saber disso, e entenderia exatamente onde sua amiga queria se encontrar. Três anos atrás, ele também nunca teria pensado que beijaria Draco Malfoy, mas Harry aprendeu a não questionar o rumo de sua vida.

Agora, ele espera com o coração na garganta, meio que esperando ver um lampejo de cabelo laranja ou grandes olhos castanhos. Ele olha para o rosto de cada trouxa por muito tempo, em busca de vestígios de seus melhores amigos. Alguns se voltam para olhá-lo com desconfiança e, a cada volta, a resignação de Harry aumenta com sua decepção.

Malfoy fica em silêncio ao lado dele, e Harry enfia as mãos nos bolsos, caso contrário a tentação de agarrar as de Malfoy é muito forte. Porque mesmo que a pessoa ao lado dele pareça um estranho, o único conforto de Harry é que ele é o Draco Malfoy.

E à medida que as horas passam e o céu escurece, ainda sem sinal de Ron ou Hermione, Harry se pergunta quando as coisas começaram a parecer tão atrasadas.

Harry os desaparata quando as ruas ficam limpas e seus corpos começam a voltar a ser como deveriam ser.

Atrás dele, Harry ouve Malfoy montando a tenda, soltando murmúrios suaves em seus lábios, mas tudo o que Harry pode fazer é olhar para o riacho brilhante, desejando que suas lágrimas se afastem.

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Draco tenta dizer a si mesmo que está feliz, porque esse é o tipo de pessoa que ele é, mas não consegue se distrair do olhar assombrado de Potter, do cansaço sob seus olhos e, acima de tudo, está irritado, porque Potter é um Grifinório muito idiota para ficar irritado, então a tarefa é deixada para Draco.